As letras são as mesmas, mas, separando ou pondo acento circunflexo, chegamos a 4 palavras diferentes e que dão dor de cabeça a muita gente. Estamos falando da famosa dificuldade na hora de escolher: Porque, Por que, Porquê, Por quê. Alguns até poderiam achar que bastava usar uma dessas formas e pronto, não haveria mais problema. Na verdade, pode-se dizer que é um verdadeiro requinte da nossa Língua Portuguesa, mas, cá entre nós, não é isso que faz com que ela seja tão bela e elegante? Porém você vai perceber que não é nada assim tão difícil. Com um pouco de estudo vai ver que a dúvida é apenas aparente. Não custa tentar. Vamos lá!
O porque é uma conjunção que sempre aparece numa oração oferecendo algum tipo de explicação ou demonstrando uma causa qualquer. Repare no exemplo que ele introduz uma oração que justifica alguma coisa.
Ex.: Faltou ao trabalho porque dormiu demais.
Também usamos o porque para responder perguntas.
Ex.: Por que não veio à aula? Porque estava doente.
O por que é usado em duas situações:
1) Para fazermos uma pergunta:
Por que fui descontado?
2) Substituindo “pelo qual”, com idéia de motivo:
Esse é o motivo por que não vim ao curso.
É uma situação por que muitos estão passando.
O porquê é um substantivo comum, que tem sentido de causa ou explicação. Repare no exemplo que ele vem antecedido de artigo (no caso, o artigo definido “o”), uma característica dos substantivos.
Ex.: Quer sempre saber o porquê das coisas.
Tudo na vida deve ter um porquê.
O por quê tem a mesma função do por que, mas é empregado nos finais de frase, seja como afirmação ou como interrogação.
Ex.: Faltaste ao evento. Por quê?
Ele tudo quer saber por quê.
Viu! Não é assim tão difícil. Com um pouco de prática você fica craque.
Até a próxima.
Sandro Gomes é professor de Língua Portuguesa e de Literatura Brasileira.
Ilustração: Luiz Cláudio de Oliveira
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