Direitos, deveres, preservação, gentileza:
palavras-chave com que
alunos montam os jogos e constroem um
mundo melhor
Alunos montam uma peça baseada no livro Iracema, um dos mais belos romances da nossa literatura
Temas como preservação ambiental,
mão-de-obra feminina e corrupção foram
alvo de debates e discussões entre os
alunos do Colégio São Francisco de Paula

Nas aulas de Matemática, os estudantes traçaram os
gráficos sobre a situação dos trabalhadores no país

A cena do casamento entre os
protagonistas da peça Amor e Preconceito
foi um dos momentos mais emocionantes
do evento

Alunos trabalham valores éticos e morais a partir
do projeto Juventude, Ética e Política

Por Cláudia Sanches

Ano bissexto, Copa do Mundo, eleições... O contexto é perfeito para desenvolver o tema Juventude, Ética e Política, escolhido pelos professores e diretores do Colégio Estadual São Francisco de Paula, localizado em Nova Iguaçu. O objetivo do trabalho, segundo o professor de geografia Jorge Luís Ribeiro, é mostrar a responsabilidade do jovem, enquanto cidadão, nas questões políticas, éticas e sociais da nação.
Para realizar o projeto interdisciplinar, os temas foram distribuídos, no início do semestre, pelas turmas de 5.ª série até o Ensino Médio. Cada grupo contou com o apoio de dois professores. Porém, o trabalho foi dos alunos, que pesquisaram, entrevistaram especialistas e colocaram a mão na massa. Num evento aberto à comunidade, os trabalhos foram expostos nas instalações da escola, acompanhados de apresentações bastante diversificadas, como palestras, coral, encenação teatral, produções gráficas e leituras textuais.

A aluna Carla Lacerda, do 3.º ano do Ensino Médio, realizou uma pesquisa, em grupo, sobre a mulher, que acabou dando origem a um jornal distribuído no dia da culminância, num estande montado no pátio.
Uma das meninas-dos-olhos da escola é o Jornal São Francisco, produzido pelos alunos no laboratório de informática, sob a coordenação da professora de biologia Sandra Guimarães, e também distribuído no encontro. Segundo Sandra, um dos objetivos do laboratório é democratizar a informática, capacitando o aluno a utilizar o computador e a Internet.
Outro destaque do evento foi a palestra de Juan Miró, portador de deficiência visual que falou sobre a importância de se ter um projeto de vida. Juan mostrou aos adolescentes e adultos como é o seu dia-a-dia e como supera as suas dificuldades, comovendo a platéia ao mostrar que todo ser humano tem as suas limitações: “O mundo tem de se adaptar às diferenças”.
A professora de artes Sandra Maria realizou um trabalho sobre a crítica política utilizando recicláveis com a turma do 1.º ano do Ensino Médio. “O mais importante é que todos possam entender a importância da sucata nos dias de hoje”, explica a aluna Márcia Viana, que, junto com o seu grupo, confeccionou uma bandeira questionando a ordem e o progresso no país.

Sexo na Adolescência foi o assunto escolhido pela professora de biologia Maria Aldenora, que costuma trabalhar a temática a partir das necessidades que, por ventura, possam vir a surgir. No evento, os seus alunos distribuíram folhetos sobre prevenção de gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. Para ela, foi muito importante abordar questões relacionadas à saúde da mulher e do homem, como a higiene e a prevenção.
A turma de Josemeire Maria, professora de Matemática, ficou
incumbida de fazer uma pesquisa sobre a mulher no mercado de trabalho ou à procura de ocupação. Os resultados apurados, acerca da comparação feita entre a remuneração recebida pelas mulheres e a auferida pelos homens, foram mostrados pela aluna Glória, do 3.º ano, através de um gráfico, em forma de maquete. “Além de Matemática, aqui também trabalhamos bastante a visão crítica. Muitas vezes, as mulheres se saem melhor desempenhando determinadas funções por serem mais detalhistas e cuidadosas, mas, geralmente, o salário é menor que o dos homens”, critica a aluna.

A professora de Língua Portuguesa do 3.º ano, Ana Cláudia Reis, montou, com a turma, jogos a partir de palavraschave dos textos, como cidadania, jogos de trilha e quebra-cabeças. A turma do professor Paulo Henrique fez uma viagem por países como Gana, Croácia e Angola, com informações sobre as nações que participaram da Copa do Mundo.
A apresentação da peça Amor e Preconceito, no auditório, foi um dos momentos mais emocionantes do evento. Segundo asprofessoras Ana Maria e Kátia, os alunos do 2.º ano escreveram o texto baseado no romance Iracema, de José de Alencar.

O recado foi dado em um dos estandes da feira, ao lado de uma bandeira do Brasil: “A educação não depende só da escola, começa na família”. Para o professor Jorge Luís, o grande objetivo desse movimento é formar uma clientela política a fim de que eles possam descobrir as suas habilidades e se organizarem, seja no colégio, na igreja ou em sua comunidade.
“Precisamos aprender a valorizar o que o Brasil tem de bom: somos o primeiro país em tecnologia de votação eletrônica, em campanha antitabagista e em tecnologias de reciclagem. Portanto, não podemos prosseguir ressaltando apenas o que o país têm de ruim.

Essa geração será multiplicadora dos nossos valores”, conclui Jorge.




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