Professora Norma Horst Kirsten, coordenadora pedagógica da FAETEC e integrante do grupo de educadores que desenvolveu o projeto


Professor Oswaldo Rangel dos Santos Filho, diretor da Escola Técnica Visconde de Mauá – CETEP de Marechal Hermes, responsável pelo projeto de formação e qualificação profissional para jovens e adultos


Projeto para implementação de cursos de capacitação e qualificação profissional abre novas perspectivas para trabalhadores de nível fundamental

Por Tony Carvalho

Possibilitar a jovens e adultos – que não tiveram acesso ao estudo no ensino fundamental em idade própria – melhores oportunidades no mercado de trabalho através de cursos de qualificação. Esse é o objetivo do projeto para implementação de cursos de formação e qualificação profissional para trabalhadores de nível fundamental.
O projeto foi desenvolvido por um grupo de educadores liderados pelo professor e engenheiro Oswaldo Rangel dos Santos Filho, diretor da Escola Técnica Visconde de Mauá – CETEP de Marechal Hermes. Segundo ele, a idéia surgiu quando, ao requisitar serviços de artífices formados na vida prática, constatou que a maioria não sabia utilizar adequadamente seus instrumentos de trabalho, causando, com isso, imperfeições no produto final.
O projeto foi oficialmente apresentado pelo professor Rangel durante um encontro que contou com as presenças do deputado estadual Noel de Carvalho, líder do Governo na Assembléia Legislativa; da professora Norma Horst Kirsten, coordenadora pedagógica da FAETEC; e do professor Ednaldo Carvalho, editor do Jornal Educar. O deputado Noel de Carvalho, que já foi Secretário de Estado de Educação, manifestou o seu apoio ao projeto e disse que trabalhará a proposta para transformá-la em projeto de lei, como objetivo de ser implementada pelo Governo do Estado.
Durante a apresentação, o professor Rangel esclareceu que o projeto consiste em duas etapas: na primeira, o foco é o aperfeiçoamento de profissionais como pedreiros, carpinteiros, ladrilheiros, pintores e mecânicos de auto, buscando a melhoria da qualidade dos seus serviços. De acordo com o projeto, as empresas privadas que prestarem serviços para os órgãos públicos ficarão obrigadas a contratar, pelo menos, 30% de profissionais qualificados pelo curso.
Na segunda etapa, seriam atendidos os alunos considerados fora da faixa etária da escola pública. “Nessa fase, o projeto poderá atender às necessidades regionais, oferecendo cursos específicos para cada cidade. Por exemplo: corte e costura em Nova Friburgo; hotelaria na Região dos Lagos e da Costa Verde; e assim por diante, respeitando as potencialidades locais.


Desta forma, esperamos que o projeto contribua para o estabelecimento de uma nova relação entre o capital, o aprendizado e o trabalho, agregando capacitação técnica e transformando ganhos de produtividade em investimentos sociais, gerando a melhoria da qualidade de vida”, explica o professor Rangel.
Contudo, além da formação e qualificação profissional, o projeto busca ainda atuar na formação de cidadãos. Os cursos prevêem a integração de temas transversais como ética, saúde, meio ambiente, orientação sexual e pluralidade cultural. “Esses temas são bases na proposta curricular para o primeiro segmento do Ensino Fundamental e poderão atuar efetivamente na percepção que os alunos desenvolvem do processo educativo. Desta integralidade, homem e trabalho se comunicam numa relação dialógica fazendo com que possamos transformar trabalhadores que, algum dia, sonharam em ter o certificado de Ensino Fundamental com direcionamento ao seu cotidiano de trabalho, especializando-se em nível básico”, justifica a professora Norma Kirsten, outra educadora bastante empolgada com o projeto. “A proposta é dar acesso a essas pessoas excluídas do mercado de trabalho por não saberem, muitas vezes, ler nem contar, o que é um direito inerente a todo ser humano, previsto no início da nossa Lei de Diretrizes e Bases”, complementa.
Segundo o professor Rangel, o projeto prevê a criação de cursos modulares, respeitando o tempo de aprendizagem de cada aluno. “Se o curso compreende dez módulos, por exemplo, um aprendiz pode fazer todos os módulos em dois meses enquanto outro pode levar um pouco mais de tempo. O importante é que o aluno, ao concluir o curso, esteja apto a desenvolver as qualificações que o mercado de trabalho vai exigir dele. Para isso, é fundamental a elaboração de uma grade curricular antenada com as reais necessidades desse mercado”, finaliza.


Escola Técnica Visconde de Mauá – CETEP de Marechal Hermes
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