Por Simone Garrafiel
Apresentação do Coral de Pais e Amigos da EMC
Balcão de Troca de Livros: livro por cupom; cupom por livro
Alunos da Pré-Escola IA mergulham no fundo do mar com a Sereiazinha, de Hans Christian Andersen
Encontro com ‘Pessoinha’: um brilho a mais num evento tão especial
A alegria do Grupo Folclórico Serões das Aldeias

Incentivar a pesquisa, a produção de textos, a sensibilização estética e a inter­disciplinaridade com outras formas de expressão são os objetivos do Festival de Poesias, que, há 21 anos, agita alunos do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, da Escola Modelar Cambaúba, na Ilha do Governador. Tendo, como pano de fundo, a educação musical, a leitura e as artes cênicas e visuais, o projeto faz parte da proposta pedagógica da escola, que busca contribuir para a formação crítica de crianças e jovens, através de um trabalho que envolve a área sociocultural.

A preparação para o Festival começa com a escolha do poeta que será homenageado. Em 2005, por conta dos 70 anos de sua morte, Fernando Pessoa, conhecido por seus heterônimos e por poemas como Cancioneiro, foi o autor trabalhado. A partir daí, os alunos foram convidados a viajar pela vida e obra do poeta, por meio de pesquisas e de textos selecionados.

A coordenadora do projeto, professora Vera Lúcia Martins Carvalho, explica que, em um determinado período do ano, a poesia é trabalhada em sala, durante as aulas de Redação, Literatura e Artes. “Os alunos trabalham com os textos do poeta homenageado, interpretando, lendo e declamando seus versos. Em um segundo momento, eles são levados a produzir, sob a orientação dos professores”, diz ela, acrescentando que essa produção de poesias não segue um tema específico, estando os discentes livres para criar e escrever sobre o que quiserem.

Tudo o que é escrito pelos estudantes é guardado pelos professores para que a equipe de Língua Portuguesa faça a seleção dos textos que poderão concorrer à premiação, que é feita durante a culminância do Festival. “É importante ressaltar que as poesias escritas em um determinado ano concorrerão apenas no Festival do ano seguinte. Sendo assim, o projeto sempre abrange dois anos. As produções participantes são reunidas em um livreto, que é distribuído ao público e aos jurados”, destaca Maria Masello, diretora pedagógica da Escola.

Outra atividade desenvolvida é a chamada Poesia Transformada, em que, a partir da obra original do poeta homenageado, os alunos apresentam um de seus poemas sob outra forma de expressão, seja através de uma escultura, de uma ilustração, de uma maquete ou de uma charge. A criatividade é o objetivo e a tônica do trabalho. A participação é voluntária e, para estimular as crianças e os jovens, é feita uma votação para eleger os melhores trabalhos, os quais serão premiados na noite do Festival.

Baseado no poema Mar Português, o aluno Jan Pavel, da 6.ª série, confeccionou uma escultura em argila, reproduzindo as caravelas citadas pelo autor. De igual forma, mas com inspiração no poema O Desafio do Mito Brasileiro, Guilherme, Felipe, Bruno Negrães e Bruno Sauer, da 8.ª série, fizeram a escultura de uma máscara em ferro. Além dessas criações, cartazes, pinturas em tela e trabalhos de recorte e colagem foram produzidos, especialmente para o projeto, por alunos de diversas séries.

A noite do Festival de Poesias é uma festa literomusical, conforme denomina Maria Masello. Resultado de tudo o que foi proposto ao longo de um semestre, a festa é inteiramente produzida pelos alunos, do roteiro ao cenário do evento, passando pelos convites e pelas apresentações.

Na 21.ª edição do festival, para avaliar a forma, a originalidade e o conteúdo dos textos, foram convidados, como jurados, o desembargador Libórni Siqueira, que também é poeta; uma lingüista; e uma ex-aluna da escola. Durante a festa, que é conduzida pelos próprios alunos, as poesias concorrentes são recitadas das mais variadas formas, desde uma simples decla­mação à teatralização dos textos. “A premiação é dividida em categorias referentes às turmas de 3.ª e 4.ª séries, 5.ª e 6.ª séries, 7.ª e 8.ª séries e Ensino Médio. As poesias são inter­pretadas pelo próprio aluno-autor ou por um colega indicado por ele”, explica Vera, lembrando que a divisão das categorias visa a tornar o concurso mais justo.

Para abrilhantar a noite, todos os participantes conferem shows e expõem tudo o que foi produzido pelos alunos. O Coral de Pais da Escola Modelar Cambaúba, o Grupo de Teatro Cambaúba e o Grupo Folclórico Serões das Aldeias foram as atrações da festa em 2005.


Semana da Poesia

Além de toda a preparação para a culminância do Festival de Poesias, o projeto envolve a Semana da Poesia, através da qual os alunos têm a oportunidade de estabelecer um contato interativo com a literatura e, mais especificamente, com a poesia. Neste evento, a novidade ficou por conta do Balcão de Trocas, em que os alunos levaram livros para que fossem trocados por outros. Segundo Vera, a idéia era que eles renovassem a biblioteca pessoal por meio da dinâmica da troca. “A iniciativa foi um sucesso. Mais de dois mil livros foram permutados no Balcão”, destaca.

A Feira de Livros também foi destaque, assim como as conferências com escritores e compositores. Vera explica que as palestras foram divididas por série, de modo que todos os segmentos pudessem conferir o que cada convidado tinha a dizer. “Tivemos palestras com autores de livros, com um representante de teatro e com um poeta de escola de samba”, ressalta a coordenadora.


A vez dos pequenos

Não foram apenas os alunos dos Ensinos Fundamental e Médio que participaram do evento. Com o tema Eternamente Hans Christian Andersen, as crianças da Educação Infantil também trabalharam a leitura e a criatividade. O poeta, autor de clássicos como O Patinho Feio, O Soldadinho de Chumbo e A Roupa Nova do Imperador, serviu de inspiração para que os baixinhos teatralizassem, recontassem e ilustrassem suas histórias.

Os alunos da pré-escola conheceram a fábula do imperador vaidoso que encomendou uma roupa nova, a qual, segundo os tecelões, era feita com um tecido que se tornava invisível aos olhos de pessoas incompetentes.
Para recontar a história, eles foram transformados em tecelões e confeccionaram as roupas para o teatrinho, que foi fotografado e exposto através do programa de computador Power Point.

Com trabalhos criativos, bastante coloridos e que envolveram diversos tipos de arte, as crianças da Educação Infantil expuseram álbuns de recorte e colagem, pinturas a dedo, desenhos com lápis de cera e textos coletivos, recontando as histórias do poeta Andersen.

Na avaliação da diretora, o projeto valoriza a produção de textos literários, levando à escola a obra de importantes figuras da literatura, uma vez que, no decorrer do evento, todos travam contato com variadas formas de expressão artística”, conclui Maria Masello.

 



Escola Modelar Cambaúba
End.: Rua Cambaúba,101 – Jardim Guanabara – Rio de Janeiro/RJ. CEP.: 21940-005
Tel.: (21) 2462-4812
Diretora Pedagógica.: Maria Masello Leta