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Alguns professores se vêem como os entendidos abso­lutos de um assunto. Pensar assim é uma maneira rápida de matar uma aula. Os melhores educadores não se perguntam, todo dia, “o que eu vou fazer hoje?”. O questionamento deles é o seguinte: “O que é mais útil que meus alunos façam hoje?”


Conhecer sua disciplina não basta. É preciso entender as pessoas que estão ali, sentadas na sua frente. Quais são seus desejos, seus talentos, suas experiências prévias de vida (mesmo que você dê aula para o jardim-de-infância, seus alunos têm experiências prévias). E, mais importante, o que eles desejam aprender e como?


Uma pessoa só aprende caso reconheça, primeiro, que não sabe muita coisa sobre o assunto em questão.

E reconhecer a ignorância, principalmente para classes mais adiantadas, significa colocar-se em uma posição desconfortável, de risco – um terreno nunca antes desbravado. Para diminuir o impacto, é preciso criar um ambiente seguro e confortável. Quem tem espaço e recursos pode até colocar um sofá e almofadas confortáveis no canto da sala, para estimular leituras e pesquisas. Apele, também, para a velha tática de pendurar os trabalhos de seus alunos nas paredes, um apoio visual que os reassegura de seus potenciais. Sim, isso vale para qualquer série. Que tal reproduzir aquela boa resposta ou trecho de redação e colocar no mural?


A paixão, aquela gana de estar em uma sala de aula e dar o melhor de si, é o que diferencia os bons professores daqueles ótimos educadores, que são admirados por todos. Não tenha medo de se apaixonar por seu trabalho. Os alunos percebem aqueles educadores que se importam, que estão ali para fazer a diferença, e aqueles que apenas cumprem o horário.


Outro atributo dos melhores professores é a capaci­dade de ser claro mes­mo quando o assunto é complicado. Equações, phrasal verbs, análise sintática e morfológica.

Com jeitinho e paciência, não existe assunto complicado que não possa ser transmitido de forma a que todos entendam. Abandone os jargões de sua profissão, use a linguagem de seus alunos.


Lembra que falamos, lá em cima, sobre os alunos estarem em terreno desconhecido para eles? Que tal dar-lhes uma ajuda para que cada um explore o local à sua maneira? Faça perguntas que os levem a tirar suas próprias conclusões, que estimulem a discussão sobre a matéria. Não é difícil. Tais questões são simples como:

- Por que isso aconteceu desse jeito? Vamos lá, chute uma razão.

- Como você acha que o problema foi resolvido?

E similares.


Obs.: Matéria cedida pela revista Profissão Mestre
(Edição n.º 40 – Janeiro/2003)
Colaboração: Prof. Brandão Minardi
Ilustração: Luiz Cláudio