O Deputado Federal Simão Sessim, do PP do Rio de Janeiro, entrou na Câmara Federal com o Projeto de Lei n.º 4661, que visa a transformar o Centro Federal de Educação Tecnológica de Química de Nilópolis (Cefeteq) em Universidade Tecnológica do Rio de Janeiro. A nova instituição de ensino federal vai atuar na formação de recursos humanos no âmbito da educação tecnológica nos diferentes níveis e modalidades de ensino, voltados para os diversos setores da economia. A meta da iniciativa de Simão Sessim é, entre outras coisas, valorizar lideranças estudantis, estimulando a formação de cidadãos com espírito crítico e empreendedor.
Além da motivação pedagógica, outros fatores contribuíram para que o deputado criasse esse Projeto de Lei. Entre eles, as altas taxas de crescimento que o Estado do Rio de Janeiro vem apresentando graças aos investimentos de setores industriais, como o petroquímico, que tem investido no aumento da sua produção através da implantação do Pólo Gás-Químico em Duque de Caxias e da ampliação da Reduc. Na área Siderúrgica, o projeto de instituição do complexo CSA – Companhia Siderúrgica do Atlântico –, próximo ao Porto de Sepetiba, uma parceria da Vale do Rio Doce com o grupo alemão ThyssenKrupp, impulsionará o incremento das atividades do Porto de Sepetiba, atraindo novos investimentos para essas regiões.
Esse crescimento, a longo e médio prazo, acarretará uma enorme demanda de mão-de-obra especializada e qualificada que, segundo Sessim, poderá ser suprida com a transformação do Cefeteq de Nilópolis em Universidade Tecnológica.
JE – O que o motivou a entrar com este PL que visa a transformar o Cefeteq de Nilópolis em Universidade Tecnológica do Rio de Janeiro?
Simão Sessim – Não só porque Nilópolis é uma região que apresenta um grande potencial de desenvolvimento econômico e social, mas também porque isso pode alterar, de forma positiva, todos os indicadores sociais desfavoráveis, no prazo máximo de uma ou duas gerações.
JE – Que argumentos fundamentam o PL para a transformação do Cefeteq numa Universidade Tecnológica?
Simão Sessim – Para sintetizarmos, podemos lembrar que grande parte da população da Baixada Fluminense encontra-se em situação de risco. Isto é muito grave.
Cerca de 20% desta mesma população têm rendimento abaixo de meio salário mínimo, contra 10% da população da capital em situação semelhante. Temos ainda uma pesquisa do IBGE dando conta de que a mesma Baixada Fluminense possui quase o dobro – algo em torno de 27% – de domicílios inadequados, em relação ao município do Rio.
JE – O senhor diria que a Baixada Fluminense é uma região estratégica para o processo de desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro?
Simão Sessim – Com certeza, a Baixada, com quase 4 milhões de habitantes, corta, de forma longitudinal, de Norte a Sul, a maior parte do território fluminense. Não obstante, a taxa de crescimento demográfico da nossa região é quase o dobro da observada na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Só para termos uma pequena idéia, os municípios de São João de Meriti, Nilópolis e Belford Roxo chegam a apresentar taxas de densidade demográfica superiores às do Rio. No que diz respeito aos indicadores sociais, por exemplo, a taxa de analfabetismo da Baixada Fluminense é quase o dobro em relação ao município do Rio de Janeiro. Só para você entender melhor as nossas dificuldades, eu diria que, para cada creche ou pré-escola, na nossa região, há três vezes mais crianças do que na cidade do Rio de Janeiro.
JE – Por que Nilópolis, como sede da Universidade Tecnológica do Rio de Janeiro?
Simão Sessim – Porque só assim, com a implantação, na cidade, da nova universidade federal, estaremos dando um passo importantíssimo para levarmos o desenvolvimento à região da Baixada Fluminense. Nilópolis tem posição geográfica bem situada nesta região e também conta com um Centro de Educação Profissional de Excelência como o Cefeteq, cuja estrutura e equipamentos já constituem o primeiro passo para a implantação da nova instituição. Entendemos ainda que a nova universidade na Baixada será fundamental para a produção de conhecimentos voltados para a solução dos gravíssimos problemas ali existentes. Portanto, a Universidade Tecnológica, em Nilópolis, levará um novo padrão de qualidade para o ensino superior nos municípios que integram a Baixada Fluminense e formará os professores indispensáveis à expansão do ensino básico.
(*) Simão Sessim é Deputado Federal pelo PP do Rio de Janeiro.