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Devido à complexidade do seu entendimento, muitos alunos vêem a Matemática como um bicho-de-sete-cabeças. No entanto, para mostrar que essa fera não tem tantas cabeças como aparenta, o professor de Matemática Marcelo Silva Bastos está trabalhando conceitos matemáticos, com as turmas de 5.ª a 8.ª série, da Escola Municipal Barão da Taquara, localizada em Jacarepaguá, utilizando um recurso didático bastante conhecido: o geoplano.
A dificuldade dos estudantes com a disciplina de Matemática foi o principal incentivo para a inserção do Projeto Geoplano – Um recurso para as aulas de Matemática nas turmas em que o professor leciona. A proposta do projeto é trabalhar conceitos matemáticos através de situações-problema , que mostrem as suas aplicações no dia-a-dia, de forma que o aluno possa compreender facilmente o conteúdo e se interessar mais pelo assunto.
Na prática, as aulas são desenvolvidas de maneira bastante dinâmica. Os estudantes são divididos em grupos e cada equipe recebe, junto com o Geoplano, uma ficha de trabalho na qual é solicitada a identificação das formas geométricas, bem como outros conceitos inerentes à disciplina. |
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A ficha, explica Marcelo, não é simplesmente a apresentação de uma situação-problema, mas, sim, de questões que têm de ser lidas, interpretadas e compreendidas para se alcançar o resultado final.
“O professor não precisa ficar rotulando o que é área, o que é perímetro etc., o próprio aluno identifica e, automaticamente, faz seus registros, desmistificando a idéia de que conteúdos aparentemente difíceis não podem ser trabalhados de maneira divertida e prazerosa”, argumenta.
Produção Textual
nas Aulas de Matemática
Por ser um recurso com grande possibilidade de exploração entre as diversas áreas do conhecimento, o geoplano, com seu estilo lúdico, favorece a autonomia dos alunos na área de produção textual, uma vez que eles são estimulados a formular os problemas e explicar o porquê daqueles resultados. Para mostrar que, na prática, essa teoria também dá bons resultados, o professor Marcelo requisitou a ajuda da professora Janyr Lapa, de Língua Portuguesa, ou melhor, de Língua Materna – como prefere ser chamada – e, juntos, implantaram as aulas simultâneas, ou seja, Matemática e Português dividindo o mesmo espaço físico.
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Uma vez por mês, ou de acordo com o calendário escolar, os dois professores se reúnem, na mesma turma, e ministram atividades que visam a estimular o aluno a pensar e exercitar a prática da leitura e da escrita durante as aulas de Matemática.
Um exemplo de que as aulas conjuntas têm aguçado o interesse da classe em produzir e difundir idéias são os exercícios desenvolvidos em sala de aula, cujas respostas – as quais veremos a seguir – reforçam a tese de que a compreensão e a interpretação das questões são indispensáveis para a aquisição do saber, independente da disciplina e do conteúdo aplicado. |
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