Quem participou dos eventos se surpreendeu com os trabalhos desenvolvidos pelos alunos. Na Escola Alberto Torres, as turmas da 4.ª série do Ensino Fundamental construíram uma estação de tratamento de água com todas as etapas, desde a captação até o processo de cloração. Já na Altiva César, foram reproduzidas peças que marcaram a Idade Média: castelo com ponte elevadiça, moinhos de vento e de água, catapulta, guindaste, carroça, caravela, carrinho de mão, balança, entre outras. Detalhe: tudo com movimento. O desafio proposto pela fundação foi aceito e levado às turmas pelos professores. Cláudia Maria Fortes da Silva, professora de História, foi uma das que encontrou na Robótica Educacional uma aliada na tarefa de fazer os alunos visualizarem tudo o que ensinou durante as aulas. “Eles já tinham o conteúdo, o que faltava era fazê-los visualizar o que foi ensinado”, afirma Cláudia. “A informática, quando bem utilizada, tem um papel fundamental em uma escola”, completa a professora, que leciona para a 6.ª série na Escola Altivo César. Com base na aula sobre Feudalismo, Cláudia criou o projeto Idade Média – o Feudo, as Inovações Tecnológicas e o Espaço urbano.A partir daí, boa parte da aula de História foi dada no laboratório de informática. “Além dos horários reservados normalmente para as turmas no laboratório de Informática, alguns tempos das aulas de História também foram remanejados. A princípio, pensamos em estimular os alunos apenas a criar histórias livres sobre o tema. Mas, depois, fomos evoluindo e chegamos à montagem das peças”, comenta a professora. O projeto envolveu três turmas de 6.ª série, cerca de 100 alunos no total. Cada turma foi dividida em grupo e ficou responsável por um período da Idade Média: o cotidiano feudal (turma D1), as mudanças técnicas (turma D6) e o renascimento urbano/ferramentas (turma D3). Cláudia e os alunos começaram a tarefa fazendo pesquisas através da Internet e de livros. A partir do resultado e contando com a ajuda das professoras de Informática Marta Vieira e Kátia Ojeda, reproduziram nas telas do computador as imagens que retratavam as fases do Regime Feudal, além de invenções e transformações técnicas da época. “Disponibilizamos os recursos do Paint para as crianças e, a partir das imagens pesquisadas, elas fizeram os desenhos. Depois, partimos para a animação utilizando o Megalogo”, explica Luciana Botelho, membro da equipe de Informática da Fundação Municipal de Educação de Niterói. A próxima etapa foi transformar os desenhos da tela em maquetes, que ganharam vida com a ajuda do megalogo. O megalogo é, ao mesmo tempo, uma linguagem de programação de alto nível, uma metodologia de ensino e uma filosofia educacional que propõe o uso do computador como ferramenta no processo educacional, permitindo que as pessoas dominem conceitos mais profundos de Matemática, Ciências, Linguagem e de outras áreas do conhecimento (Papert, 1985).
Todas as peças foram construídas com sucatas (restos de isopor, jornais, caixas de ovos, palitos de dente, de fósforo e de picolé, base de liqüidificador etc.), seguindo um dos objetivos da Robótica Educacional que é despertar, entre os estudantes, a importância do reaproveitamento de materiais. Depois de construídas, as maquetes foram ligadas a uma interface conectada ao micro e, graças a um programa desenvolvido no Megalogo, puderam ter os movimentos controlados. “Foi muito gratificante participar desse trabalho. |
A Robótica Educacional, ou pedagógica, surgiu na década de 50 e foi evoluindo até ser estruturada nos anos 80. Começou pelas universidades e já está fazendo parte de várias escolas de Ensino Médio e Fundamental, a exemplo da Alberto Torres e da Altivo César, ambas em Niterói. Por meio da Robótica Educacional, alunos podem colocar em prática o que aprendem durante uma aula, montando equipamentos e peças que se movimentam como robôs. Em um ambiente de aprendizagem em que se aplica a Robótica Educacional, são utilizados materiais como sucatas, motores, sensores, softwares e até kits pré-montados. A idéia central da utilização da Robótica na Educação é montar um processo de simulação em que um projeto seja construído tanto graficamente como em forma de maquete, procurando alcançar diversos objetivos educacionais. Em Niterói, o recurso começou a ser adotado há dois anos. Primeiro, foi realizada uma capacitação com os professores, em seguida, foram feitas algumas experiências nos laboratórios de Informática. Este ano, o projeto saiu dos laboratórios e se estendeu para as salas de aula. “A Informática é um instrumento para dinamizar a prática pedagógica”, ressalta Luciana Botelho, membro da equipe de Informática da Fundação Municipal de Educação.
- Desenvolver o raciocínio e a lógica - Favorecer a interdisciplinaridade - Instaurar o planejamento - Fomentar a pesquisa - Estimular a criatividade
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