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A maioria dos brasileiros só troca a escova de dente uma vez por ano – e olhe lá. Ao pensar que a recomendação dos especialistas é substituí-la a cada mês, o dado causa espanto. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Higiene Pessoal, em 2002 foram comercializadas cerca de 196 milhões de escovas no país – número bem modesto para uma população de mais de 165 milhões de habitantes. “Quando as cerdas começam a virar, está na hora de comprar uma escova nova”, ensina o odontologista Koto Nakae, professor da Universidade de São Paulo. “E, se você escova os dentes do jeito certo, isso não demora muito mais do que 30 dias para acontecer”.


Espalhar a Sujeira

A escova velha é capaz de levar mais e mais micróbios para a boca, além de não realizar direito a sua tarefa – remover mecanicamente a famosa placa bacteriana causadora de cáries, mau hálito e gengivites. Se essa mistura de germes, moléculas de secreções bucais e restos de comida, se não for retirada a tempo da superfície dentária e do sulco gengival – o ponto de encontro da gengiva com o dente –, ela se calcifica. Aí, forma-se o tártaro, que geralmente só é eliminado na cadeira do dentista.

A receita para se evitar tudo isso é conhecida de todos que têm acesso à educação: os dentes devem ser escovados após as refeições e antes de dormir. No entanto, observam os dentistas, o desleixo é comum. A especialista Licínea Souza Pires, da Associação Brasileira de Odontologia (ABO) em Minas Gerais, critica a mídia porque, em vez de combatê-lo, muitas vezes chega a reforçá-lo. “Nas novelas, há várias cenas de pessoas fazendo refeições. Geralmente, elas se levantam da mesa e saem direto”, exemplifica. “É como se o hábito de escovar os dentes não fizesse parte do cotidiano dos personagens”. Não é à toa que, no país das telenovelas, a cárie também está com ibope alto.


Acessório de vida curta


A escova malcuidada pode ser um perigo

É difícil manter a escova velha de guerra bem limpa. Bactérias, vírus e fungos logo fixam residência nas cerdas retorcidas, especialmente se os cuidados de manutenção são desprezados: “Bata o acessório na beirada da pia após a escovação, para retirar o excesso de água, e guarde-o em local arejado, na posição vertical”, orienta o cirurgião-dentista Danilo Martins, de São Paulo. Cerdas úmidas e com restos de saliva mantidas em armários abafados são ideais para a proliferação dos germes.


Grandes aliados


A escova faz o serviço pesado, mas não se pode negar que estes companheiros dão uma forcinha


A pasta

Ela facilita os movimentos da escovação, mas não é fundamental. Sua importância aumenta na medida em que contém substâncias benéficas. “O flúor ajuda a diminuir os riscos da cárie”, exemplifica Isaura Tiso.


Enxaguatórios

Não ajudam a remover a placa bacteriana, como muita gente pensa. O único bochecho que atua nas placas é o de clorexidina, prescrito pelo dentista em casos especiais. O mérito da maior parte dos produtos de venda livre é ajudar na prevenção do problema.


Fio

O único desse trio que é realmente indispensável (você pode preferir a fita, mais larga, no lugar dele). Retira restos de alimentos e de placas entre os dentes. Deve ser usado pelo menos uma vez ao dia, de preferência antes de dormir.


Quanto mais simples melhor


Aprenda a reconhecer a escova ideal

O cabo reto e estreito é o mais recomendado por especialistas por favorecer o manuseio – embora esse quesito possa ser um tanto pessoal, conforme a habilidade e a destreza de cada um.

Três ou quatro fileiras de cerdas são suficientes para uma boa limpeza. Elas devem ser macias e do mesmo tamanho, a fim de remover a placa bacteriana de maneira uniforme.

A cabeça do acessório deve ser pequena, para limpar os dentes de dois a dois e alcançar as regiões mais difíceis, como os dentes posteriores, que sustentam a mastigação.

O cabo reto e estreito é o mais recomendado por especialistas por favorecer o manuseio – embora esse quesito possa ser um tanto pessoal, conforme a habilidade e a destreza de cada um.

 


“Nada substitui a escova”, afirma Licínea Pires, da ABO mineira. Ela também enaltece o fio e a fita. “Eles limpam o espaço ente os dentes que não pode ser alcançado pelas cerdas e, assim, completam a limpeza”, diz. No entanto, não adianta fazer uma boa higiene e descuidar da dieta. Você pode ser o mais disciplinado dos indivíduos e nunca deixar de escovar os dentes depois das refeições, mas passa o dia inteiro beliscando – aí, acredite, todo o esforço vai para o beleléu. Não há escovação que mantenha o ecossistema bucal em ordem quando há sempre um pouco de comida no pedaço.

“Após a mastigação, o pH da boca demora em torno de 40 minutos para se normatizar, mesmo escovando os dentes”, explica o cirurgião-dentista Danilo Oliveira Martins, de São Paulo. “Se a pessoa comer nesse meio-tempo, atrapalha de vez o processo”. O pH alterado, que parece nunca se normatizar, deixa os dentes vulneráveis. Os alimentos açucarados são os piores vilões. “O açúcar intensifica a formação das placas e favorece sua aderência”, explica a periodontista mineira Isaura Tiso Veiga, especialista em saúde pública. Já os alimentos crus, como maça e cenoura, são adstringentes e atuam no sentido contrário, ou seja, auxiliam na remoção das placas. Se é para matar a fome fora de hora, ao menos prefira um deles.


É preciso caprichar


A faxina nos dentes deve seguir um ritual adequado

A boa escovação dura, pelo menos, três minutos. “Não use muito creme para evitar o excesso de espuma, que atrapalha em vez de ajudar”, diz Danilo Martins. Dica: a eficiência da escova aumenta se você não a molhar antes. Ah, não deixe de limpar a língua para afastar a ameaça do mau hálito e só abra a torneira nos instantes finais. Segundo o Instituto Akatu, ONG que incentiva o consumo consciente, se ela ficar aberta durante a escovação, há um desperdício de até 35 litros de água!


Na direção certa

Há várias técnicas de escovação, mas regras básicas podem ser empregadas, como escovar os dentes superiores de cima para baixo e os inferiores de baixo para cima, com a escova em posição horizontal. Na parte interna dos dentes da frente, a escova fica na vertical.


Os molares

A parte de cima desses dentes deve ser escovada em vaivém. E a escova precisa passar por tosos eles.


45 graus

Posicionadas nesse ângulo em relação aos dentes, as cerdas têm um bom contato com um ponto crítico: a divisa entre a gengiva e a dentição.

 


Obs.: Matéria cedida pela Revista Saúde Colaboração: Maria Dolores
Edição Especial – Sorriso Saudável)
Editora Abril – Site: www.revistasaude.com.br
Tel.: (11) 3037-4855 / 4856