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Considerado, religiosamente, como símbolo da vida e da partilha, esse alimento milenar foi trabalhado de forma interdisciplinar pelos alunos de 2.ª, 3.ª e 4.ª séries da Escola Municipal Agrisa, localizada em Cabo Frio, através do Projeto denominado O Pão Nosso de Cada Dia, cuja proposta foi propiciar aos estudantes o conhecimento sobre a profissão de Padeiro, oferecendo-lhes noções básicas de iniciação à panificação, de forma prática e teórica e, conseqüentemente, levá-los a conhecer a história do pão.
De acordo com o Supervisor Escolar Roberto Jorge da Silva, o projeto pedagógico nasceu a partir da idéia da diretora da escola, professora Jaqueline Pereira, de fazer uma oficina de panificação para a comunidade com a ajuda de um padeiro da cidade. “Sugerimos que essa oficina fosse transformada em um projeto interdisciplinar através do qual pudéssemos mostrar aos educandos uma profissão digna e de boa remuneração, mas, principalmente, que estivesse ao alcance de todos”, relata Roberto. A idéia fermentou e foi para o forno, dando início ao projeto O Pão Nosso de Cada Dia. O primeiro a colocar, literalmente, a mão na massa foi o padeiro Carlos Henriques, cuja tarefa era ensinar as técnicas e a prática de panificação para a classe.
Após a formatação do projeto e de seus objetivos, os docentes se reuniram para adequar o tema às diferentes disciplinas. Em Língua Portuguesa, foi trabalhada a parte gramatical, ortográfica e semântica de diversos textos que continham a palavra pão. Além desse exercício, os alunos realizaram uma pesquisa sobre expressões populares e provérbios com o vocábulo pão, tais como: “o pão que o diabo amassou; “pão-duro”; “ele é um pão”; entre outras. Na disciplina de Matemática, foram analisadas as formas e as figuras geométricas das embalagens e feito um levantamento de marcas, quantidade, peso, volume e preço de vários tipos de pães, trabalhando, assim, o uso de medidas e a efetuação de operações e frações. Em História e Geografia, os estudantes relataram a história do pão, a sua chegada em nossas mesas, o simbolismo do pão nas religiões, o consumo de trigo no Brasil e no mundo, os maiores produtores mundiais de trigo, a produção brasileira e o motivo pelo qual importamos esse cereal. Na área das Ciências, a atenção ficou voltada para o estudo dos solos para plantio e para a especificidade do valor nutritivo do pão. O trabalho interdisciplinar não parou por aí. Quem acha que o pão não serve para fazer arte se enganou! Os alunos da Escola Municipal Agrisa fizeram arte, na disciplina de Educação Artística, criando algumas esculturas feitas de pão e imãs de geladeira com massa de biscuit. |
Segundo Roberto Jorge, durante uma semana, o projeto foi implementado na escola. “A nossa idéia foi proporcionar à nossa clientela algo além daquilo que seus pais, por morarem e trabalharem em uma área essencialmente agrícola, conseguiram profissionalmente”. O evento foi aberto com a apresentação do coral, formado pelos alunos da escola, interpretando a música Cio da Terra, de Milton Nascimento. Em seguida, as salas de aulas, transformadas em padarias e pizzarias, foram abertas ao público. Nas salas/padarias, os alunos ensinavam à comunidade escolar e aos visitantes a arte de fazer pães e outras massas. Além do convidativo cheiro de pão fresquinho, os visitantes se deliciaram com várias iguarias colocadas à disposição para degustação, entre elas: biscoitos, esfihas, pães doces e salgados, rosquinhas e muito mais. Os pais e convidados também puderam ver, de perto, as esculturas e os demais trabalhos feitos pelos educandos nas aulas de Artes e nas demais disciplinas. Segundo o corpo docente, o sucesso foi tanto que a Secretaria de Educação de Cabo Frio pretende repetir o projeto em outras escolas da rede. “Para a equipe de professores, diretores, supervisores e voluntários envolvidos, todas as etapas do projeto foram importantíssimas, porém, trabalhar a auto-estima dos alunos, fazendo-os acreditar na possibilidade de ampliação de seus horizontes, tornando-os cidadãos do mundo – não necessariamente circunscritos aos limites físicos e culturais da zona rural – não tem preço”, finaliza, feliz, o Supervisor Escolar Roberto Jorge da Silva. Escola Municipal Agrisa
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