Apesar de estarmos no século XXI, muitas escolas ainda utilizam métodos arcaicos para educar. Não adianta uma escola ter um computador por aluno, infra-estrutura de primeiro mundo, se o maior bem que ela tem não está reciclado, atualizado. A escola é o professor.

Aos poucos algumas alterações vão surgindo. Veja que interessante: um cursinho pré-vestibular não obriga seus alunos a assistirem aula. Eles podem entrar e sair da sala quando querem, como se estivessem em uma faculdade. Mas, o legal é que, na porta de cada sala de aula, a escola colocou uma catraca. Isso mesmo, uma catraca igual às de ônibus. Quanto mais alunos o professor conseguir que assistam sua aula, maior o seu salário. Essa escola fez com que o professor deixasse de ser apenas um professor e passasse a ser um professor empreendedor.

Zona de conforto – O método tira o profissional da zona de conforto e faz de cada aula um novo desafio, provocando uma revolução, uma renovação constante no ritmo, no conteúdo, na forma, na postura do professor, enfim, na qualidade. Não dá para se acomodar e dar a mesma aula durante anos sem nenhuma modificação. Ele precisa de inovação, criatividade, diferencial... Precisa saber o que fazer para conseguir tornar o conteúdo das aulas interessante, curioso e divertido. Agora, já imaginou se conseguíssemos colocar uma “catraca” na cabeça de cada aluno, para saber o quanto ele conseguiu aprender? Aí, sim, poderíamos nos avaliar. Todo trabalho prevê um resultado e, no nosso caso, resultado, definitivamente, não é nota, ou seja, é mais que isso, é atitude, é crescimento, é fazer a diferença.

Aulas fantásticas – Podemos até mesmo comparar as aulas com as palestras. O palestrante é um professor autônomo que precisa que suas aulas sejam fantásticas, a fim de gerar novas contratações, pois depende do boca a boca. Esse é o método mais antigo de marketing e, no nosso caso, o que mais funciona. As empresas querem resultado. Os alunos e os pais de alunos também. O problema é que nem sempre eles podem escolher os professores, mas o “zunzunzum” é formado e sabemos, em uma escola, quais professores têm maior ibope.

Nós também percebemos quando o nosso ibope não está bom, mas se não fizermos nada para mudar, a situação só tende a piorar, pois acredito piamente que: nada muda se você não mudar.

Diferencial – É necessário que o professor seja empreendedor, tenha iniciativa, corra atrás, não se dê por vencido. A vida é feita de sucesso ou aprendizado. Nós, professores, temos a oportunidade de diariamente nos sentirmos aplaudidos, orgulhosos da nossa missão, satisfeitos com nossa atuação e também de nos sentirmos como crianças, humildes aprendizes desta surpresa que é interagir com seres humanos. Os orientais dizem que hoje é melhor do que ontem e que amanhã será melhor do que hoje. Essa é a premissa de qualidade, satisfação. Ótimo, mas hoje isso só não basta, não é diferencial. O diferencial é encantar o cliente e, para nós, os clientes são os alunos. Eles têm de se encantar com a aula, com a maneira que é transmitida a matéria. Eles têm de ter prazer em assistir às aulas, em aprender. Não esqueça, o diferencial de uma escola é você, professor!

Talvez você pense: “a Leila ‘viajou’. Essa história é para super-heróis, superprofessores”. Não! Apenas falei aqui de uma coisa: paixão, professores apaixonados. Libere sua paixão, esse é o seu diferencial.

Obs.: Matéria cedida pela Revista Profissão Mestre
Colaboração: Leila Navarro
(Edição n.º 55 – Abril/2004)