
Na Infância
Cuidados
com a saúde bucal na infância reduzem o risco de cáries na vida adulta
A
primeira dentição de um ser humano começa a aparecer apenas por volta
do sétimo mês de vida. Ao completar três anos de idade, os dentes decíduos,
popularmente conhecidos como dentes-de-leite, já estão todos na boca da
criança e, com eles, surgem também as primeiras preocupações em prevenir
as cáries.
A cárie e a gengivite são doenças causadas pelo acúmulo de placa bacteriana
sobre os dentes. A placa é formada por bactérias que vivem na boca e se
multiplicam quando há resíduos alimentares, principalmente de carboidratos
(doces e massas). Antes mesmo da erupção do primeiro dentinho do bebê,
a boca da criança já deve receber higienização diária, para evitar a criação
de um ambiente favorável às bactérias.
Esta higienização consiste em: enrolar uma gaze ou a ponta de uma fralda
no dedo indicador; umedecê-la numa solução de água oxigenada 10 volumes,
preparada com uma parte de água oxigenada para cinco partes de água filtrada,
e esfregá-la em todas as superfícies da boca do bebê até remover a película
formada pelo leite ou outros alimentos; não esquecer de limpar também
a língua.
Nesta fase, a higienização deve ser feita pelo menos duas vezes por dia:
pela manhã e após a última refeição ou mamada da noite, com a criança
no colo; esta técnica deve ser utilizada mesmo quando irromperem os dentes
anteriores (incisivos).
Com a erupção do primeiro dente posterior (primeiro molar decíduo), a
higienização deverá ser feita com escova de dente de cerdas extramacias
e cabeça bem pequena (própria para crianças). A quantidade de pasta de
dente utilizada deve ser mínima, menor que uma ervilha.
As superfícies mastigatórias dos dentes são escovadas com movimentos de
vai-e-vem, já as superfícies internas e externas, com movimentos circulares
bem curtos. A língua também deve ser escovada, de trás para frente. Quando
iniciar o uso da pasta de dente, que tem flúor, o uso da solução de flúor
deve ser suspenso. Lembre-se de que o flúor ingerido em excesso é altamente
tóxico.
Após a escovação, enxágüe a boca da criança e jamais deixe o tubo de pasta
de dente ao seu alcance. O uso do fio dental deve ser iniciado com o uso
da escova. Deve ser utilizado pelo menos uma vez por dia, com a escovação.
O fio dental deve ser passado entre todos os dentes, deslizando-o com
movimentos de vai-e-vem, para não machucar a gengiva, na qual deve penetrar
delicadamente.
A dieta também é um fator importante na prevenção da cárie. Os carboidratos
(doces, massas, açúcar, mel, geléia, bolacha, chocolate, refrigerante,
bala, chiclete etc.) são transformados, pelas bactérias da boca, em ácidos
que agridem os dentes, causando a cárie. Não há problema em ingerir estes
alimentos desde que seu uso seja controlado.
Dicas
Cárie
de Mamadeira
O aparecimento de cáries agudas, como as cáries de
mamadeira, normalmente ocorre nos dentinhos da frente, em crianças
de um ano e meio a três anos, que mamam de duas a três
vezes na madrugada, associada à falta de higiene. Esta cárie
tem evolução rápida, podendo causar dor, possíveis
infecções e levar à perda precoce dos dentinhos
de leite. Para preveni-la, é recomendada uma boa higiene
bucal aliada a uma dieta alimentar balanceada.
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Cárie
de Peito
Ocorre em crianças que são amamentadas no peito, mesmo quando já
têm de um a um ano e meio de idade, de forma indiscriminada, sem
higiene, fazendo do peito da mãe uma chupeta, sem fins nutritivos.
Nessa idade, a criança que tem o hábito de sugar o seio da mãe em
qualquer horário poderá apresentar cáries de peito, agudas, de evoluções
rápidas, que causam dor e destruição dos dentinhos de leite em pouco
tempo. Portanto, o ideal é que a amamentação ocorra somente até
os seis meses de vida do bebê e, daí para frente, seja retirada
paulatinamente.
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O
Uso do Fio Dental com Flúor
O fio dental
com flúor é uma boa opção para fazer o flúor chegar às áreas de
contato entre os dentes, nas quais a pasta de dente nem sempre alcança,
pois são áreas especialmente suscetíveis à cárie.
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Freqüência
na Ingestão de Carboidratos
O que é
prejudicial na evolução da cárie é a freqüência de ingestão de carboidratos,
e não a quantidade. Por isto, procure restringir a oferta de carboidratos
às sobremesas e evite principalmente alimentos que são consumidos
entre as refeições.
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Fase
de 1 a 8 meses: Formação dos dentes temporário
e permanentes , incisivos central e lateral, canino, 1.º molar
e 2.º molar temporário e 1.º molar permanente.
Fase
de 8 a 9 meses: Erupção
dos incisivos temporários.
Fase
de 9 a 1 ano: Erupção
dos incisivos e 1.º molar temporários.
Fase
de 1 a 2 anos: Erupção
do 1.º molar, canino, 2.º molar temporários.
Fase
de 2 a 3 anos: Erupção do 2.º molar temporário
e desenvolvimento dos dentes permanentes.
Fase
de 3 a 4 anos: Desenvolvimento dos dentes permanentes.
Fase
de 4 a 5 anos: Desenvolvimento
dos dentes permanentes.
Fase
de 5 a 6 anos: Erupção
do 1.º molar permanente.
Fase
de 6 a 7 anos: Queda
do incisivo central temporário e erupção
do incisivo central permanente.
Fase
de 7 a 8 anos: Queda
do incisivo lateral temporário e erupção
do incisivo lateral permanente.
Fase
de 8 A 9 anos: Dentição mista.
Fase
de 9 a 10 anos: Queda do 1.º molar temporário
e erupção do 1.º pré-molar permanente.
Fase
de 10 a 11 anos: Queda do canino temporário e erupção
do 1.º pré-molar, 2.º pré-molar, canino
permanente.
Fase de 11 a 12 anos: Erupção do 2.º
molar permanente.
Dr. Ricardo Frederico Oliveira
Cirurgião e Traumatologista Bucomaxilofacial
Professor da PUC-RJ e da Universidade Grande Rio (Unigranrio)
Tel: (21) 3822-9047
Fonte: www.viasaude.com.br/artigos/artigo_dragisele.htm
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