Ter
uma população formada por diversos grupos étnicos sempre foi motivo de
orgulho para todos nós, brasileiros: o índio, morador mais antigo; os
brancos colonizadores; os negros que para cá vieram como escravos; e os
imigrantes, que encontraram aqui espaço para construir uma nova vida.
Cada um deles com seus costumes, seus ritos e suas crenças. Mas será que
essa diversidade sempre foi valorizada de verdade, tanto pela sociedade
como pela escola? Será que soubemos respeitar e aproveitar essa multiplicidade
de contribuições culturais? |
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O sistema educativo, por sua vez, determinava a aplicação de um currículo único, sob o pretexto de oferecer uma educação igual para todos. A escola não se preocupava se em suas carteiras sentavam-se descendentes de iorubás ou de italianos, se os alunos viviam em uma comunidade de pescadores ou em grandes centros urbanos. Com isso, as características singulares de cada grupo ficaram excluídas - ou escondidas - durante décadas. O resgate da singularidade Mas a mesma dinâmica histórica fez com que os movimentos sociais se colocassem como protagonistas desse processo. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948; a Constituição da República, de 1988; e a publicação dos PCNs, com a inclusão dos temas transversais, em 1997, destacaram em seus textos a necessidade de respeitar todas as manifestações. Você, professor, está sendo chamado a trabalhar com essa diversidade, seja para ajudar a comunidade a resgatar sua história, seja para usar essa realidade como base para a transmissão dos conhecimentos. "Cabe a nós, educadores, respeitar as singularidades de cada grupo e, ao mesmo tempo, relacioná-las com o conhecimento mais amplo previsto nas Diretrizes Curriculares Nacionais", afirma Lúcia Lodi, diretora de Políticas Educacionais do Ministério da Educação. Interagir para aprender Ao trabalhar com diversidade, é importante que os resultados sejam amplamente divulgados. "Só a interação possibilita o acesso a outros conhecimentos", ressalta Nelson Pretto. Nesse sentido, ele aposta nos meios de comunicação de massa como ferramentas para o registro e a divulgação de toda e qualquer manifestação. "É mais fácil do que a gente pensa colocar pensamentos, inquietações e produções em rádios, televisões e sites comunitários, desde que se conheça como eles funcionam. Com base neles, deve-se estabelecer relações e contrapontos com culturas diversas ou semelhantes", exemplifica Pretto. Neste encarte especial sobre diversidade cultural, você vai descobrir como algumas escolas estão trabalhando no resgate da cultura da comunidade local. Escolhemos três iniciativas como exemplo - educação indígena, ensino em comunidades remanescentes de quilombos e educação no campo - de que é possível a cada escola encontrar o melhor caminho para construir conhecimentos, valorizando as diferenças entre os vários modos de vida. Colaboração: Paola Gentile Obs.: Matéria cedida pela Revista Nova Escola. |
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