
Feira
interdisciplinar incentiva os alunos a discutir o futuro da humanidade
Por
Tony Carvalho
Se
fizéssemos uma rápida análise do mundo em que vivemos - da revolução tecnológica
à alimentação transgênica, da violência urbana às mudanças lingüísticas,
você seria capaz de dizer que futuro nos espera? Os alunos de 5.ª a 8.ª
Séries do Ensino Fundamental da Escola Municipal Monte Castelo, localizada
em Coelho Neto, tentaram encontrar respostas para esta pergunta a partir
de uma profunda pesquisa, que teve início em fevereiro. Os resultados
foram apresentados durante a III Feira de História da escola, que este
ano teve como tema "O futuro que a história aponta".
Para o professor
Jonas Vieira Lima, um dos coordenadores do evento, o objetivo é dar aos
alunos a oportunidade de vivenciar um dia de aula com uma dinâmica diferente
da que acontece normalmente em sala. "Este ano, o tema motivou o aluno
a pesquisar e a refletir sobre o mundo ao seu redor, conduzindo-o a perceber
que o momento no qual vivemos dá uma direção bem nítida daquilo que poderá
acontecer num futuro bem próximo", explica.
A professora
de História Ademilde da Paixão Santana também coordena a Feira, além de
estar à frente dos trabalhos da disciplina na 5.ª e 7.ª Séries. "Nessas
turmas, nós tratamos a questão dos meninos de rua e do trabalho assalariado
com suas implicações. Os dois temas fazem uma abordagem ampla da situação
atual do país. Agregamos à pesquisa escolar, passeios que ajudassem os
alunos a ampliar os conhecimentos em relação ao tema. Levamos a turma
da 5.ª Série à Comunidade Fala Criança - localizada no Cefet de Química,
em Maria da Graça. Lá, eles tiveram, entre outras coisas, a oportunidade
de aprender a produzir histórias em quadrinhos.
A 7.ª Série foi à Câmara dos Vereadores, para que os alunos vivenciassem
o funcionamento da Câmara e conhecessem o trabalho que os parlamentares
desempenham no atendimento às necessidades da população", conta a professora.
Berenice Gualberto
de Paula, professora de Língua Portuguesa da 6.ª Série, abordou as simplificações
e abreviações que a nossa língua vêm sofrendo ao longo do tempo. "Segundo
a norma culta, as abreviações deveriam ser usadas para palavras longas,
como pneumática, que foi abreviada para pneu, ou fotografia que resultou
em foto, sem perder o contato com a palavra originária. No entanto, o
ritmo do homem moderno fez com que ele passasse a abreviar palavras pequenas.
Com o advento da Internet, os e-mails e chats estão difundindo as abreviações",
esclarece.
Cláudia Alves
Moreira, também professora de Língua Portuguesa, explorou a evolução da
língua através dos tempos. Seus alunos pesquisaram propagandas antigas
para observar as mudanças ortográficas e sintáticas da língua. Já as turmas
da professora Cremilde Maria de Santana trabalharam com os neologismos.
Os alunos montaram um enorme painel retratando dois lados: "o mundo que
eu tenho" e "o mundo que eu deixei de ter", refletindo como eles se sentem
diante de uma língua em constante mutação.
Éster França, professora da Sala de Leitura, abordou as transformações
da comunicação, desde o homem das cavernas, passando pelas invenções do
papel e do alfabeto, até chegar às novas tecnologias.
Na área de Matemática, as turmas de 7.ª Série trabalharam com as figuras
simétricas e polígonos. A 8.ª Série apresentou desenhos geométricos, desafios
diagonais, triângulos e quadriláteros.
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Na área de Ciências,
os alimentos transgênicos e o uso da água foram os temas mais abordados.
A professora de Línguas Estrangeiras, Rogéria Pereira da Costa, fez uma
conexão com o que vai acontecer no Rio de Janeiro com a realização dos
jogos Pan-americanos de 2007. "Os benefícios que o evento trará para a
cidade serão enormes. Dentro dessa perspectiva, nos unimos às disciplinas
de Educação Física e Língua Portuguesa e fizemos uma programação única
de aulas sobre saudações e regras de cortesia, além do vocabulário específico
da prática esportiva nas línguas espanhola, francesa e inglesa. Com o
suporte da Educação Física, trabalhamos os objetos relacionados às práticas
esportivas, como bola, instrumentos e aparelhos de ginástica. Os alunos
transformaram todo esse aprendizado em maquetes", afirma.
Um dos destaques
da Feira foi a aluna Fernanda Nonato Costa, da 8.ª Série. Ela elaborou
o logotipo vencedor do concurso que elegeu a imagem que representou, graficamente,
o projeto em camisas e cartazes espalhados pela escola . "Quando nos foram
apresentadas as regras do concurso, fiquei atenta à dica de que deveríamos
criar uma imagem simples, mas que dissesse tudo. Foi aí que tive a idéia
de fazer o futuro sendo representado por uma seta", conta.
Para a diretora
adjunta, Marilene Costa Soares, o evento é um momento marcante na vida
escolar dos estudantes, pois eles contextualizam a própria história, passando
a entender melhor o que está sendo estudado e refletindo positivamente
nos resultados das avaliações. Para a professora Ademilde, a Feira atingiu
seu objetivo. "Eu tenho certeza de que os estudantes, através do trabalho
de pesquisa, tiveram a oportunidade de buscar as respostas para as suas
dúvidas. Fiquei surpresa porque uma boa parte dos alunos conseguiu refletir
em cima da proposta e passou a repensar o futuro da humanidade", encerra.
Escola Municipal Monte Castelo
Tel.: (21) 2471-5527
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