A hipertensão arterial, mais comumente chamada de "pressão alta", é uma doença bastante comum, porém, se não for controlada, pode trazer sérias conseqüências à saúde. Mas afinal, o que é pressão alta? Todos nós temos uma pressão arterial que pode facilmente ser verificada por pessoa habilitada, usando um aparelho medidor próprio, que deve ser colocado no braço, sendo que a faixa que envolve o braço não deve ultrapassar 2/3 da medida do braço. Assim sendo, existem tamanhos apropriados para adultos e crianças.

Normalmente, a pressão arterial no ser humano gira em torno de 120/80 mmHg. O número de cima (a máxima) significa a pressão com que o sangue é bombeado, saindo do coração (pressão sistólica), já o número de baixo (a mínima) se refere à pressão com que o sangue chega na periferia (pressão diastólica), ou seja, nos vasos sangüíneos.

Pode ocorrer aumento tanto na pressão sangüínea sistólica quanto na diastólica ou em ambas concomitantemente. Considera-se "pressão alta" diastólica quando a mínima excede o valor de 90mmHg. Quanto maior a pressão arterial, mais chance a pessoa tem de sofrer derrames cerebrais, doenças das coronárias e falência cardíaca. Para dar um exemplo, uma pessoa com uma pressão igual a 160/90 mmHg, ou mais, tem mais chance de ter um derrame do que uma pessoa que tenha pressão normal.

CAUSAS


Muitas vezes, a "pressão alta" não tem causa aparente, por isso é chamada idiopática ou primária. O que se sabe é que existe uma forte tendência familiar para se ter a doença. Apenas 5 a 10% das pessoas com "pressão alta" têm uma doença que a justifique. Nesses casos, a hipertensão é chamada secundária e, em geral, é mais difícil de se controlar. Um dos exemplos é chamado de hipertensão reno-vascular, em que há uma obstrução do fluxo de sangue para os rins, como acontece nas pessoas que têm arteriosclerose da artéria do rim, muito comum em idosos.

Outro exemplo de hipertensão secundária é o que acontece nas doenças dos rins, que, por uma razão qualquer, não conseguem filtrar o sangue como deveriam, ativando os sistemas de defesa do organismo que provocam o aumento da pressão do sangue. Também os hormônios femininos, geralmente contidos em pílulas anticoncepcionais, podem causar pressão alta em cerca de 5 % dos usuários. Uma vez instalada a hipertensão arterial, mesmo que se trate a causa secundária, a reversão no quadro patológico pode apresentar alguma dificuldade.

Há casos mais raros de hipertensão arterial como aqueles secundários a tumores na hipófise e na glândula adrenal, órgãos responsáveis pela produção de vários hormônios essenciais para o nosso metabolismo.

TRATAMENTO

O principal objetivo do tratamento é manter a pressão diastólica abaixo de 90mmHg e a pressão sistólica abaixo de 150 mmHg. Um dos conselhos úteis é reduzir a quantidade de sal e gorduras saturadas ingeridas nos alimentos. Para os pacientes obesos, é muito importante um tratamento visando à perda de peso, diminuindo a sobrecarga cardíaca e o risco de doença coronariana. Solucionando esses problemas, talvez não seja necessário usar medicação anti-hipertensiva. Atividades físicas, como andar e fazer exercício em bicicleta ergométrica, são bastante úteis e, além de tudo, ajudam a combater o estresse, outro fator que agrava ou leva ao quadro de hipertensão arterial.

Sempre é importante informar ao médico sobre os remédios que você está tomando, porque muitas vezes é o próprio remédio que está causando o aumento da pressão arterial, a exemplo dos contraceptivos orais. O tratamento com medicamentos, quando necessário, baseia-se no uso de diuréticos, os quais ajudam a remover o sal e o líquido que, aumentados no sangue, causam aumento da pressão arterial.

Também é comum utilizarmos remédios que bloqueiam a ação dos agentes que causam o aumento da pressão arterial. O problema quanto ao uso desses medicamentos é que eles podem causar efeitos colaterais indesejáveis como espasmo dos brônquios pulmonares nas pessoas que têm asma, redução dos batimentos cardíacos ou piora das condições do coração quando já existe uma insuficiência. Portanto, é preciso ter um controle bem rigoroso quando forem empregadas essas drogas.

Outros tratamentos baseiam-se no relaxamento dos vasos sangüíneos, reduzindo a sua resistência e, conseqüentemente, baixando a "pressão do sangue". São os chamados "antagonistas dos canais de cálcio", que controlam a quantidade de cálcio nos músculos das artérias, deixando-as mais dilatadas. Alguns outros medicamentos também produzem efeitos semelhantes, porém atuam de forma diferente. A automedicação, portanto, oferece risco de vida. Por isso, é sempre recomendável consultar o médico, pois ele é o profissional capacitado para indicar o tratamento adequado para cada caso.

Quando a "pressão é alta" é conseqüência de outras doenças, como um tumor da hipófise ou uma obstrução da artéria renal, a solução cirúrgica geralmente se faz necessária. O mais importante, no entanto, é evitar a doença tomando medidas preventivas como:

         Executar atividades físicas rotineiramente;
         Alimentar-se de forma correta, dando preferência a alimentos naturais e saudáveis e evitando os condimentados, gordurosos e industrializados;
         Realizar o check-up após os 35 anos, pelo menos uma vez por ano;
         Procurar levar uma vida com o mínimo de estresse possível;
         Relacionar-se bem com as pessoas e com os problemas que surgem durante as atividades diárias, de casa, trabalho, estudos e lazer. Enfim, levar a vida numa boa é a melhor dica de saúde.

Fonte: http://www.nossasaude.com/pressao.html