Por
Luciana Jacques
Que tal começar
o dia com um passeio pela Quinta da Boa Vista na companhia dos professores
e colegas de turma? E se este programa contar também com a companhia de
pessoas que saibam explicar detalhes sobre as árvores e os pássaros que
fazem parte daquele cenário, além de histórias sobre a casa em que morou
a família imperial e onde funciona hoje o Museu Nacional? Melhor ainda,
não? Pois esta é a proposta do projeto Manhãs no Parque: História e Educação
Ambiental na Antiga Quinta Imperial. |
O projeto Manhãs no Parque: História e Educação Ambiental na Antiga Quinta Imperial começou em 2000 e já recebeu 1.094 alunos de 40 escolas municipais. “As atividades começam sempre na segunda quinzena de março e seguem até novembro. Mas é preciso agendar a visita”, enfatiza Mara. “A iniciativa tem obtido resultados tão positivos que alguns colégios já repetiram a dose”, acrescenta. A chefe da SAE destaca que, ao fim da visita, as professoras que acompanham o grupo fazem uma avaliação contando o que acharam do projeto. No dia 17 de junho, foi a vez da escola municipal São Sebastião, de Vargem Grande, participar da visitação, levando 34 crianças. As professoras Cristina Rodrigues Alves e Sandra Monteiro Carnieleto ressaltaram a importância de iniciativas como esta para o desenvolvimento dos alunos. “Como o colégio fica em Vargem Grande, local um pouco afastado do Centro da cidade, torna-se mais difícil o acesso dessas crianças a passeios como este. Além disso, muitas delas moram em regiões que ainda não dispõem de saneamento básico e a atividade ajuda a reforçar o que é ensinado na sala de aula, como aos hábitos de higiene e a educação ambiental”, avalia Cristina. Outra característica fundamental, segundo Cristina, é despertar ainda mais o interesse dos jovens para temas como estes, com atividades que ultrapassam os muros da escola. “Eles acabam desempenhando o papel de sementes, uma vez que passam para os pais, irmãos, parentes e mesmo aos outros alunos o que aprenderam aqui”, completa a professora. Para fechar com chave de ouro a visita a este templo, as crianças recebem um kit com textos sobre brinquedos indígenas, caça-palavras, palavra-cruzada, além da cartilha que traz uma entrevista com o imperador D. Pedro II e a história do Museu Nacional. “Isso nada mais é do que a tentativa de buscar uma integração maior entre o museu e a unidade de ensino”, conclui Mara. A Quinta Imperial, onde se encontrava a residência do Imperador D. Pedro II, foi transformada em parque no ano de 1866. Nesta época, o imperador contratou um famoso paisagista francês, chamado Auguste François Marie Galziou, que, junto com o major brasileiro Manuel Gomes Archer – o mesmo que replantou a Floresta da Tijuca, também a pedido de D. Pedro II –, remodelou a área ao redor do palácio, surgindo, assim, a base para a paisagem que vemos atualmente. O Parque da Quinta integra o grupo de Áreas de Proteção Ambiental (APAs) do município do Rio de Janeiro. As APAs são locais de preservação ambiental. As plantas que integram a flora da Quinta podem ser divididas em dois grupos: as espécies nativas (brasileiras), como o Pau-Brasil e o Juazeiro, e as exóticas (estrangeiras), como o Eucalipto e a Palmeira Imperial. Junto com as plantas, os animais que integram a fauna do Parque participam da cadeia alimentar como herbívoros e carnívoros. Os principais grupos existentes são os mamíferos, as aves e os insetos. Entre eles estão o mico-estrela, o gavião, o sabiá, a borboleta, a abelha, o cupim, a cigarra e o besouro. Serviço: As escolas municipais que quiserem se inscrever para participar do projeto devem agendar a visita pelo telefone: (21) 2568-1149, ramais 210 ou 236.
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