Durante a Feira, alunos mostram como melhorar a qualidade de vida nas grandes cidades a partir do desenvolvimento sustentável

Por Cláudia Sanches

O conhecimento a serviço de um mundo melhor para a humanidade. Assim poderíamos definir a feira realizada pelo Colégio Alfa Recreio, com os alunos dos Ensinos Fundamental e Médio, que trabalharam de maneira interdisciplinar o tema Qualidade de Vida.

Com o desafio de dar o seu recado sobre como tornar nossa vida melhor no planeta, as turmas foram divididas em grupos, e cada um ficou responsável por uma disciplina. O pontapé inicial foi dado através de uma aula-passeio. Algumas equipes visitaram o Museu da Vida, na Fundação Oswaldo Cruz e outras, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A partir daí, os grupos iniciaram as pesquisas na Internet, em bibliotecas e museus. O objetivo era obter informações para a confecção do material da feira.

“O mais vantajoso é que eles se agruparam conforme as identificações com as disciplinas, e não por critérios pessoais, como normalmente acontece. A participação foi melhor e garantiu o maior interesse dos jovens”, concluiu a coordenadora do Ensino Médio Maria Aparecida Chaves enquanto recebia um telefonema de um pai de aluno muito satisfeito com a melhor integração do filho na escola.

Apresentação dos Trabalhos

Por que o céu é azul? Por que as nuvens são brancas? Aluno do 2.o ano do Ensino Médio, Rodrigo fez parte do grupo que falou sobre Luz e Calor, e teve como missão revelar essas curiosidades aos visitantes. Num ambiente escuro, com música alta, simulando uma discoteca para falar sobre a propagação do som, ele e seu grupo guiavam os curiosos que interagiam através das várias experiências propostas pelos jovens.

A idéia era fazer com que eles entendessem os diversos fenômenos físicos. Para isso, montaram engenhocas que podiam ser manipuladas pelos visitantes, entre elas a ótica e a produção de energia pelo som.

A equipe de Literatura, do 3.º ano, reproduziu uma verdadeira exposição sobre as Vanguardas Européias. Com a elegância de uma guia de museu, a aluna Monique Queiroz recebia a comunidade e a levava para uma viagem que passava pelos movimentos artísticos contemporâneos até a construção do Museu da Vida. Além das escolas literárias, os alunos abordaram o contexto histórico que ajudou a desenhar as manifestações artísticas, e, não perdendo o objetivo do trabalho, mostraram como a arte pode tornar melhor a existência humana e, ao mesmo tempo, ser crítica em relação ao modo de vida individualista das grandes cidades.

Com a ajuda de maquetes e cartazes, o grupo de História, que visitou o Jardim Botânico, falou sobre a vinda da corte portuguesa para o Brasil, sobre a fundação do Banco do Brasil, sobre a construção da Quinta da Boa Vista, do próprio Jardim Botânico e da primeira biblioteca do país.

As turmas de Ciências e Meio Ambiente, do 1.º ano, falaram sobre o tipo de vegetação do Jardim Botânico, do ciclo do café e abordaram, também, as propriedades medicinais de várias plantas da flora brasileira.

A equipe de Geografia discorreu sobre a vegetação e o clima do Estado, e a de Química fez uma exposição sobre o solo, destacando a importância do adubo, bem como os benefícios e malefícios dos agrotóxicos. “É possível melhorar a qualidade da alimentação através do adubo orgânico”, explicava o estudante Marcus André a uma mãe de aluno.

Alguns visitantes estranharam uma maquete do mapa do Jardim Botânico do grupo do 1.º ano de Matemática: “Pensei que fosse uma equipe de Ciências”, disse um pai de aluno. Os alunos utilizaram a peça para ajudar a calcular a área real do parque junto com os visitantes. Já o grupo de Física, com o auxílio de uma planta baixa do jardim, fez cálculos de tempo e velocidade de uma caminhada no Jardim Botânico.

Algumas experiências de Física, bastantes divertidas, atraíram os curiosos, como as demonstradas pela equipe da 8.ª série, as quais mostravam as diversas formas de energia, que são a mecânica, a química, a elétrica e a elástica. “A ciência pode servir tanto para o bem como para o mal”, comentou a aluna enquanto fazia a experiência da bomba de sal de frutas, que representava a energia química. O grupo de Física da 2.ª série do Ensino Médio levou o circuito elétrico e algumas engenhocas para falar sobre as diversas formas de transmissão de energia elétrica.

O grupo de Matemática, do 2.º ano, levou uma planta do Museu da Vida para falar sobre Trigonometria. Entre um experimento e outro, a perfeita réplica do museu, confeccionada pelos próprios alunos com ajuda do professor de Artes, serviu para mostrar as várias formas geométricas do Parque da Ciência e calcular a área e o volume das peças.

O grupo de Língua Inglesa, do 2.º ano, também levou uma planta do museu, só que para guiar o visitante ao Parque da Ciência da fundação – em Inglês, ao Scienc Park. A turma do primeiro ano ousou ainda mais. Além de apresentar a instituição em inglês, a equipe traduziu o folder oficial do museu para o idioma americano e produziu o material com as mesmas fotografias.

O trabalho de Geografia do 2.º ano contou com duas maquetes mostrando a reprodução do modo de vida no campo e nas grandes cidades. Através de analogias, o grupo comparou os estilos de vida, falou sobre o êxodo rural e colocou em pauta algumas propostas para amenizar o estresse nas metrópoles, entre elas, a reciclagem do lixo, a utilização do gás natural, da energia solar, da economia de energia e água, e da conscientização da não-poluição das ruas e rios. “Nosso objetivo foi mostrar como a vida pode melhorar com essas pequenas atitudes”, explicou o aluno Denys.

Nos grupos do segundo segmento do Ensino Fundamental, o destaque foi a maquete da equipe da 7.ª série, que retratou o caos das grandes cidades como a poluição e o trânsito. Como antídoto, os outdoors mostravam propostas de como levar uma vida mais saudável: “Não fume”, “Não beba”, “Pratique esporte”. O grupo de Língua Portuguesa também usou a mesma idéia com os Verbos Imperativos, só que com sinais de trânsito.

Muito animado, o grupo de História da 7.ª série, que visitou a Fundação Oswaldo Cruz, falou sobre a biografia do cientista e utilizou uma réplica do prédio para simular a Revolta da Vacina – época em que a população foi obrigada a tomar a vacina contra a febre amarela.

Entre outras atrações interessantes da feira estavam a reprodução de uma usina de tratamento de água, a simulação de uma termelétrica, de uma hidrelétrica e de uma usina nuclear, mostrando as vantagens e desvantagens de sua utilização com sugestões de uso de energias alternativas menos prejudiciais ao meio ambiente.

Para a coordenadora do Ensino Fundamental, Rosali Gall, a exposição transcende os muros da escola porque não só alunos e professores aprendem, mas também a comunidade: “Esses jovens são os multiplicadores dos novos valores para a construção de um mundo mais solidário. A escola atingiu seu objetivo porque esse tipo de trabalho leva as pessoas a questionar o atual modelo de vida e as tecnologias modernas em detrimento de um modo de vida melhor. Eles encantaram os adultos com seus trabalhos que são, efetivamente, transformadores, acredita a educadora.

Colégio Alfa Recreio
Tel.: (21) 2490-5449