
Concurso
realizado pelo Instituto de Defesa do Consumidor reforça o exercício
da cidadania nas escolas
Os alunos do
Colégio Estadual São Francisco de Paula, localizado em Nova Iguaçu, participaram
e conquistaram o primeiro lugar no concurso nacional Fique Ligado nos
Seus Direitos, produzido pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec),
entre as escolas da rede pública Estadual do Rio de Janeiro e São Paulo
e Municipal de Curitiba.
Entre a proposta de participar do concurso, a eleição do grupo que representaria
a escola, a escolha da equipe de produção e a conclusão dos trabalhos,
transcorreram pouco mais de 20 dias. Orientada pelo professor de Geografia
e de Educação Ambiental Jorge Luiz Ribeiro de Lima, a equipe foi eleita
a partir de critérios que não se limitaram às notas. Além dos quesitos
iniciativa, desinibição, responsabilidade, criatividade e pontualidade
na entrega dos trabalhos escolares, contou também o desempenho pessoal
e coletivo.
O grupo foi composto pelos alunos do 1.º ano do Ensino Médio: Maria Lúcia
Moreno da Silva (19); Ivonete Ferreira (16); Joseane da Costa da Conceição
(18); João Carlos Mendes de Souza (19) e, como colaborador representando
a comunidade, o ex-aluno Paulo Fabiano Fernandes (22).
Segundo Jorge
Luiz, o ex-aluno Paulo Fabiano encantou pela sua determinação, criatividade
e desenvoltura com o grafite e o Hip Hop, da qual é instrutor após ter
feito cursos de capacitação do Programa Comunidade Solidária. “Hoje, ele
é um agente multiplicador atuando como animador cultural”, salientou o
professor.
A proposta do concurso era a apreensão, pelos alunos, dos conceitos e
conteúdos relacionados aos direitos e deveres de consumidores de água,
luz e telefone, e a transmissão, em linguagem da mídia, na forma de boletim
impresso, jornal-mural, jornal radiofônico ou telejornal para a comunidade
em que vivem.
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O
primeiro passo para a produção do programa foi a definição do tema. Após
uma rápida pesquisa no colégio, o grupo concluiu que o problema mais urgente
era o fornecimento de energia elétrica. A partir daí, estudaram a legislação
inerente (Constituição Federal, Código de Defesa do Consumidor, Lei de
Concessões etc.) e elaboraram pautas (conjunto de matérias que entrarão
em uma edição do jornal, como roteiro básico que orienta o repórter a
escrever sua matéria jornalística) para entrevistas na comunidade, na
Comissão de Direitos do Consumidor da Câmara Municipal de Nova Iguaçu
e com uma advogada.
Na
pesquisa sobre mídias eletrônicas, foram conhecidas algumas informações
e técnicas sobre o texto jornalístico em geral e as linguagens específicas
dos jornais impresso, falado e televisado, observando com mais cuidado
sua estrutura, anotando tudo o que pudesse ser aproveitado na confecção
do programa. Em seguida, eles optaram por fazer um programa de rádio com
duração de cinco minutos, que foi batizado de ‘Tô Legal”.
Os
alunos d efiniram que o programa deveria ser informativo e interativo
para sanar quaisquer dúvidas a respeito da prestação do serviço público,
mas também deveria ter um tom humorístico, contendo vinhetas sonoras (pequenas
inserções que introduzem as reportagens), sonoplastia (efeitos sonoros),
quadros, personagens etc.
Para terminar
o programa sem perda de qualidade, humor e credibilidade, já que a proposta
era de que o público entendesse que nem tudo acaba em samba, Paulo Fabiano
compôs o Rap do Consumidor com refrão do professor Jorge Luiz. “Esta linha
melódica foi escolhida por ser uma linguagem que já vem sendo trabalhada
na oficina de Hip Hop e desenvolvida no colégio junto com a oficina de
Grafitagem”, disse Fabiano, salientando que essa modalidade musical é,
na realidade, uma crônica do cotidiano, com denúncias, críticas, alertas,
daí ser impactante e de fácil assimilação.
De acordo com a professora e diretora-geral Rosângela Ribeiro, a equipe
pequena não foi empecilho para que todos os alunos acompanhassem, vibrassem
e se beneficiassem com a vitória do concurso – dois computadores com direito
a seis meses de Internet e divulgação do nome da escola na mídia eletrônica.
“Infelizmente os alunos ainda não puderam usufruir da Internet, gratuita
por seis meses, conforme estipulado no regulamento do concurso, porque
o Colégio Estadual São Francisco de Paula não dispõe de linha telefônica”,
disse Jorge Luiz, fazendo questão de ressaltar que, além da premiação
material, houve um ganho moral, afinal, houve uma melhora significativa
no resgate da auto-estima de toda a comunidade escolar, novos conhecimentos
sobre os direitos dos consumidores de serviços públicos foram absorvidos
e ainda houve o retorno de um ex-aluno aos estudos.
Colégio Estadual São Francisco de Paula
Tels.: (21) 3778-0032 – Diretora Rosângela Ribeiro
(21) 2415-6862 – Prof. Jorge Luiz de Lima
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