Uma realção de amor: o livro e eu

Por Beatriz Dusi

“Não pergunte o que seu país pode fazer por você, mas o que você pode fazer pelo seu país.” (John F. Kennedy)

Esta frase ficou célebre, dita pelo presidente dos EE.UU., mas serve integralmente ao nosso país. Nós, educadores, temos a missão de mostrar aos nossos alunos a importância do exercício da cidadania, ressaltando que eles devem ser atuantes em suas comunidades. Afinal, quando o jovem quer, ele consegue!

Cidadania – participação consciente e voluntária dos deveres e direitos cívicos, caracterizando-se por uma atitude ativa de interesse e participação nos problemas da comunidade.

Já não é sem tempo de colocarmos em prática este conceito, e passarmos para nossos alunos, filhos e parentes a abrangência que o termo provoca. Não há regras fixas para ser um bom cidadão, mas, no dia-a-dia, temos muito a contribuir e aprender.

Os livros indicados tratam de Cidadania de uma forma lúdica e agradável (regras, em geral, não são bem-vindas), podendo “frutificar”, expandindo os conceitos e permitindo a cada um o pleno direito de usufruir a cidadania.

Vamos Abraçar o Mundinho, de Ingrid Biesemeyer Bellinghausen, il. da autora - SP:DCL, 2002.

É um bom livro para os pequeninos (Educação Infantil e primeiras séries). O texto contribui para o desenvolvimento da noção de ética e cidadania, propondo uma conscientização em defesa da natureza. Além disso, pode ser trabalhado em várias disciplinas, como Língua Portuguesa, Ciências, Matemática e Artes, enfocando temas como ética, consumo e meio ambiente.

Coleção Valores: Com Licença? (convivência), Não Fui Eu! (honestidade), Deixa que Eu Faço! (responsabilidade), E Eu com Isso? (respeito), Brian Moses, trad. Neide Nogueira, il. Mike Gordon - SP: Scipione, 1999.

Grande auxiliar para o professor na tarefa de conscientização dos alunos sobre o cotidiano na conduta humana. Os temas trabalhados são ética, comportamento e cidadania. São indicados para o 1.º segmento do Ensino Fundamental. Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, Geografia e Artes poderão ser exploradas e, no final, há “Dicas” que vão ajudar os professores a aproveitar melhor o livro.

O Nariz do General, de May Shuravel, il. da Autora - SP: Moderna, 1999 (Col. Girassol).

Leitores experientes e que gostam de surpresas vão se divertir com este texto, o qual narra a história da troca do nome de uma cidade.

Cidade?? Não!! É um pequeno e pacato lugarejo que, de repente, por causa de uma estátua, muda seu modo de viver. O cotidiano da cidade sofre uma grande transformação.

Os moradores, até então acomodados, se vêem, de repente, ativos, solidários e capazes de resolver o impasse criado com O Nariz do General. E puderam valorizar e participar com amor, coragem, civilidade, cooperação na divisão de tarefas e muito espírito de cidadania.

A Rua É Livre, de Kurusa, trad. Carol Parreiras, il. Monika Doppert - SP: Callis, 2002.

Moradores de favelas, estamos cansados de saber, não têm saneamento básico, entre outras coisas necessárias para o bem coletivo, e suas casas, em geral, estão penduradas em barrancos. A população não tem, na maioria das vezes, lugares planos para o lazer de crianças e adultos. Isto acontece aqui no Brasil, mas, na Venezuela, não é diferente, muito pelo contrário, é bem parecido.

Este livro nos conta a história de algumas crianças venezuelanas, moradoras de “barrios”, que no Brasil se chamam favelas. Essas crianças fizeram valer o pleno domínio de sua cidadania. Acompanhe a grande força de vontade desses jovens e observe como a cooperação e a participação coletiva foram vitoriosas. Indicado para leitores fluentes.

Lutando por Direitos, de Rogério Andrade Barbosa, il. Daisy Startari - SP: Melhoramentos, 1995.

A seca no nordeste é responsável pela vida miserável e sem vislumbres de melhoria dos sertanejos. Há um momento em que eles têm de vender tudo o que for supérfluo (??)

Só que Cícero não aceitou a venda dos “Direitos”. E, só com muita determinação (dele), com a solidariedade e participação dos estudantes (crianças, adolescentes e jovens) e de outras pessoas da comunidade, nosso herói conseguiu o que queria. O prefeito teve que acatar o direito de cidadania. O professor poderá usar este livro a partir da 3.ª série

No Olho da Rua: historinhas quase tristes, de Georgina Martins, il. Nelson Cruz - SP: Ática, 2002.

Quantas vezes somos abordados por “meninos de rua” que querem nos impingir qualquer coisa vendável? E a nossa reação é de: medo, raiva, indiferença e outros menos confessáveis. Mas eles estão aí, fazendo parte de nossa comunidade: eles do lado de lá e nós do lado de cá...

Estas historinhas vão nos mostrar o lado humano e sensível desses meninos. Sem pieguice e paternalismo, a autora nos revela o quanto de solidariedade e atenção eles precisam para se tornarem cidadãos conscientes e como, de uma maneira ou de outra, eles foram ajudados por pessoas que acreditaram na sua boa índole. As historinhas não são de final feliz, mas abordam o cotidiano de quem precisa sobreviver na rua. É a realidade da maioria das cidades grandes. Indicado para leitores a partir da 3.ª série.