Jhoann Heinrich Pestalozzi nasceu em Zurique, Suíça, em 1746, e morreu no ano de 1827, com 81 anos.

Influenciou a educação, concebendo-a como um processo de desenvolvimento harmonioso do ser humano, nos planos físico, moral e intelectual. Para ele, a educação tem grande poder de aperfeiçoar o indivíduo e a sociedade e, sendo assim, conseguiu convencer reis e governantes a pensar na educação do povo. Portanto, Pestalozzi é considerado um dos defensores da escola popular para todos, uma vez que reconhece a função social do ensino.

Como um bom discípulo de Rousseau, sempre esteve convencido da inocência e bondade humanas. Por isso, acha que deve ser tarefa do mestre estimular o aluno, procurando compreender o espírito infantil, atitude esta que o distancia do ensino dogmático e autoritário.

A psicologia proposta por Pestalozzi é ainda incipiente e ingênua, mesmo porque não tinha se constituído como ciência, mas essa tentativa indica uma direção que vai se tornar constante em sua pedagogia.

Para Pestalozzi, o homem é um todo cujas partes devem ser cultivadas: a unidade espírito-coração-mão corresponde ao importante desenvolvimento da tríplice atividade conhecer-querer-agir, por meio da qual se dá o aprimoramento da inteligência, da moral e da técnica. Daí a importância dos métodos para a organização do trabalho manual e intelectual.

A criança tem potencialidades inatas, que serão desenvolvidas até a maturidade, tal como a semente que se transforma em árvore. Semelhante a um jardineiro, o professor não pode forçar o aluno, apenas ministrar a instrução. Conseqüentemente, seu método de educar tem como fundamento um princípio simples: seguir a natureza. Seu método pedagógico era baseado nos interesses naturais do aluno, de acordo com a evolução dos seu psiquismo, de modo que o estudante reduzisse o esforço despendido no processo de aprendizagem. Por isso, ele sempre dizia: “É preciso Psicologizar a Educação”.

E, realmente, podemos dizer que ele psicologizou a Educação, pois, quando não havia a estruturação de uma ciência psicológica, e embora seus conhecimentos da natureza da mente humana fossem vagos, viu claramente que a teoria e a prática correta de Educação deveriam ser baseadas em tais tipos de conhecimentos. Em 1782, em seu primeiro livro, intitulado Leonardo e Gertrudes, ele expressa suas idéias educacionais. No entanto, a obra não foi considerada um tratado educativo pelas figuras importantes da época.

A Organização Escolar

Eram formadas, mais ou menos, três turmas: uma com alunos menores de 8 anos, outra com alunos de 8 a 11 anos, e uma terceira com alunos entre 11 a 18 anos.

As atividades escolares duravam de 8h às 17h e eram desenvolvidas de modo flexível. Os alunos rezavam, tomavam banho, faziam o desjejum e depois as primeiras lições, mas sempre havendo um intervalo curto entre uma atividade e outra.

Duas tardes por semana eram livres, e os alunos realizavam excursões. Os problemas disciplinares eram discutidos à noite. No entanto, é importante ressaltar que ele condenava a coerção, as recompensas e as punições.

Métodos Educativos

A escola de Pestalozzi visava a buscar o desenvolvimento moral, intelectual e o bem-estar da criança. O propósito fundamental era analisar os conhecimentos numa dada direção até os seus elementos mais simples, como se apresentavam naturalmente a atenção da criança. Esses deviam ser adquiridos em seu real sentido, por meio de um processo de observação ou impressão dos sentidos.

A lição objetiva ou de coisas era a essência do método usado como base para o completo desenvolvimento mental da criança.

Pestalozzi esforçava-se para analisar a matéria em seus elementos mais simples e, depois, ia aumentando gradativamente a complexidade do material, levando a criança a uma compreensão simétrica e ordenada de toda a matéria.

 

Alguns princípios de Pestalozzi:

• A observação ou percepção é a base da instrução;
• A linguagem deve estar sempre ligada à observação, isto é, ao objeto ou conteúdo;
• Em qualquer ramo, o ensino deve começar pelo elemento mais simples e proceder, gradualmente, de acordo com o desenvolvimento da criança, isto é, em ordem psicológica;
• A época de aprender não é época de julgamento e crítica;
• Tempo suficiente deve ser consagrado a cada ponte de ensino, a fim de assegurar o domínio completo dele pelo aluno.
• O ensino deve ter por alvo o desenvolvimento, e não a exposição dogmática;
• O mestre deve respeitar a individualidade do aluno;
• O fim principal do ensino elementar não é ministrar conhecimentos e talentos ao aluno, mas, sim, desenvolver e aumentar os poderes da sua inteligência;
• A instrução deve estar subordinada ao fim mais elevado da Educação;
• As relações entre o professor e o aluno, especialmente em disciplinas, devem ser baseadas e reguladas pelo amor;
• A família é o alicerce de toda educação, porque é o lugar do afeto e do trabalho comum.