O dia em que a redação do Jornal Educar saiu da rotina

Todos nós, editores, revisores, jornalistas, programadores visuais e fotógrafos, ficamos impactados e envolvidos de alegria e admiração com a visita da menina Mayara (Foto de capa desta edição).

Ao falarmos com a diretora Maria Cristina Lacerda da Escola Estadual Favo de Mel, solicitamos que indicasse para vir à nossa redação alguém dentre seus alunos, pois precisávamos de uma foto para a capa do jornal. Ela me disse: “Sugiro a Mayara, vocês irão ficar maravilhados com ela”. Foi verdade! Recebemos a Mayara e ela fez a festa. Posou para as fotos, brincou, desenhou todos nós, fez com que nos sentíssemos novamente crianças e deixou-nos com a vontade de permanecer mais tempo ao seu lado.

Sua presença entre nós, como a de seus pais Sérgio e Rosângela, nos fez ver que precisamos desmitificar o mundo dito “dos especiais”. Se eu já tinha admiração pelos pais, professores e educadores do Ensino Especial, agora mais ainda, pois sei que também são pessoas especialíssimas, uma vez que se despojam de preconceitos e reservas e se entregam de corpo e alma ao Ensino Especial, destinado a pessoas que, por necessitarem de tais cuidados, devem ter educadores também especiais.

Todos somos iguais para Deus. Nem Mayara nem seus coleguinhas são diferentes, são de igual modo especiais para o criador. Nós, da sociedade dita “normal”, é que muitas vezes nos comportamos de maneira “anormal”, insensível e, não raro, de modo superficial no trato com os portadores de necessidades educacionais especiais.

Este dia para nós foi ímpar. Mayara, como seus pais, nos deu a todos uma lição de vida e ajudou-nos a ter, com os olhos da alma, uma visão que, até então, era vista apenas com os olhos da miopia social.

Tenho certeza de que esta edição do Jornal Educar, principalmente a matéria Projetos Pedagógicos Desmitificam o Ensino Especial, servirá para todos que a tenham em mãos como uma oportunidade de alcançar uma nova visão dessa realidade que já poderia ser alvo não de preconceitos, mas de investimentos e admiração.

Que o Instituto Helena Antipoff, a Escola Estadual de Educação Especial Professor Álvaro Caetano de Oliveira, a Escola Especial Manoel de Abreu, a Escola Estadual Favo de Mel e tantas outras do gênero, bem como seus educadores, professores e os pais dessas crianças continuem firme na missão, sabendo que podem contar com o Jornal Educar para divulgar sempre esse extraordinário trabalho de inclusão e amor. Assim também estarão ajudando toda a sociedade a exercer a sensibilidade, muitas vezes, adormecida.

Um beijinho, Mayara, volte sempre!


Ednaldo Carvalho
Jornal Educar