![]() A experiência de uma escola pública pioneira e moderna, na qual estudar é um prazer para os alunos. Esse é o resultado de uma proposta de educação que acredita no sonho como processo de transformação Por Cláudia Sanches
O subprojeto mostrou o sonho como essência do processo de transformação: Queremos demonstrar o sonho como algo realizável, basta que se tenha ação, mostrar quantos sonharam e quantos fizeram, diz Lilian Santos, coordenadora pedagógica.
Durante a culminância, Suzane leu a tradução das músicas que foram encenadas, um trabalho realizado em parceria com a professora de Inglês. Explorando as obras a partir de diversas disciplinas, podemos promover a relação entre elas. As crianças ficam muito estimuladas com o gancho para as matérias, explicou Suzane.
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A equipe da diretora Regina Célia Gonçalves aposta em uma Educação moderna, baseada nos Parâmetros Curriculares Nacionais, que prevêem a interdisciplinaridade e levam em conta a realidade do aluno. Queremos que a criança alcance uma visão maior do mundo. Para isso, é preciso que haja flexibilidade nos conteúdos. Assim, os saberes se transformam em uma rede de informações. Com Villa-Lobos, os alunos da Educação Infantil deram continuidade ao processo de alfabetização a partir das letras das composições; estudaram Matemática com as métricas dos versos; e produziram maquetes de trens em Artes Plásticas, uma referência à música O Trenzinho Caipira. A partir da cantiga Ciranda Cirandinha, trabalharam folclore, psicomotricidade e apresentaram um teatro musical, no qual as crianças desenvolveram a expressão corporal.
Para Regina Célia, o mais importante do programa é a utilização de diversas linguagens, como a dança, a música e o teatro o que valoriza a cultura dos alunos e a auto-estima da clientela da escola. O projeto Só o Sonhador Constrói o Futuro, desenvolvido há mais de dez anos, transformou a cara da escola. Segundo Regina, a Mozart Lago tornou-se uma escola referencial, porque os alunos estudam de maneira prazerosa. O estudante vem para cá feliz, porque é uma escola limpa e bonita, onde o lema é estudar com prazer. Não trabalhamos em cima de livros e cadernos o tempo todo. Utilizamos a arte, que deu um toque de beleza na escola. A principal aliada dos professores, além da criatividade, é a sucata. Com a orientação do professor Plínio Sacramento, a escola é toda decorada com material reciclado. Por isso, o aluno não suja e não picha, já que vê esse espaço como a continuidade de sua casa. O projeto mexeu até com a maneira de se vestir, e eles passam a vir para cá com uma roupa limpa, asseada e bonita, afirmou.
A culminância dos projetos, segundo Lilian é importante porque une estudantes e corpo docente, criando assim um intercâmbio entre eles: Vemos o professor realizar um trabalho que o outro não conhece. Cada um mostra o que está fazendo e como o faz, proporcionando a oportunidade de o outro conhecer os trabalhos. Quando o professor de Língua Portuguesa Plínio Caliman soube da pesquisa sobre Lampião, lembrou que tinha bastante literatura de cordel em casa e passou para a turma, recorda a professora. Na opinião de Lilian, essa prática pedagógica é muito mais difícil do que a metodologia tradicional, mas o retorno é muito recompensador: Esse é um trabalho construído no dia-a-dia junto com a comunidade, com muita dedicação e persistência, não é um trabalho fácil. Para chegar a esses resultados, precisamos estudar muito, nos atualizar, debruçar sobre os PCNs, para que possamos oferecer uma escola dinâmica e eficaz e resgatar o aluno para dentro da escola. Entretanto, o feedback faz valer esse nosso esforço, diz ela, que continua sonhando com uma ensino de qualidade para a população e mostra, com sua ação, que é possível despertar a esperança de que dias melhores virão para o profissional da Educação. |