Por Antônia Lúcia

Censo indígena revela que existem mais de 3 mil professores indígenas atuando no Brasil. Segundo o ministro Paulo Renato, a partir deste ano, a formação e qualificação dos professores indígenas terá total prioridade dentro do Ministério. Essa prioridade deve-se particularmente à divulgação do primeiro Censo de Educação Indígena realizado na história do país, que será usado como referência para analisar e medir a evolução anual desses povos, identificando os problemas e investindo na melhoria da Educação.

Baseados nessas informações, alguns trabalhos serão direcionados, especialmente, para a população indígena. O primeiro passo a ser dado será a implantação do Programa de Formação de Professores em Exercício (Proformação) – que atende professores menos atualizados –, que será estendido aos docentes indígenas, com conteúdo específico voltado para eles. Entre os anos de 2002 e 2003, serão oferecidas, em média, 15 mil vagas para estes educadores no Proformação.

As ações empreendedoras do Ministério da Educação em relação à comunidade indígena vêm crescendo desde de 1994, quando foi implantado o uso dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para a Educação indígena, bem como a elaboração de material pedagógico bilíngüe e, agora, o mapeamento da situação educacional, a qual irá propiciar uma educação escolar que respeite as tradições, culturas e línguas dos povos indígenas do Brasil, ao mesmo tempo que faculte acesso aos conhecimentos.

Segundo a Secretaria de Educação, o Brasil possui mais de 90 mil alunos matriculados na Educação indígena do país, divididos em 1.392 escolas, nas quais trabalham 3.998 educadores e, destes, 76,5% são de origem indígena. Hoje, a maior concentração indígena se encontra nas Regiões Norte e Nordeste, e o maior número de índios matriculados está entre os Ticuna, do Amazonas, seguidos dos Guajajara, do Maranhão, e Makuxi, de Roraima. Só na Região Norte, estão matriculados mais de 47 mil alunos nos diferentes níveis de ensino da Educação, ou seja, mais de 50% do total do país.

No Nordeste, são mais de 20 mil matriculados. De acordo com o censo, em alguns Estados como Piauí, Rio Grande do Norte e Distrito Federal, ainda não há registro de escolas indígenas. Num universo de 100%, mais de 99% dos alunos indígenas estão matriculados em escolas públicas e menos de 1% engrossa a fila dos matriculados nas escolas particulares.