Vivemos num tempo em que o conhecimento a respeito da humanidade nos mostra claramente os equívocos que a raça humana tem cometido contra a própria espécie. A luta de alguns grupos humanos pela dominação econômica desencadeou sobre outros grupos ações desastrosas contra a vida, tornando a exploração entre os iguais uma prática tão comum, que chegamos a nos acomodar a ela. A diferenciação etno-cultural entre os povos tornou-se um artifício para o estabelecimento histórico das hegemonias bélicas e econômicas, hoje sedimentadas sobre o planeta. A Terra está loteada. Tudo já tem dono. De uma população mundial de cerca de 6,5 bilhões de pessoas, 4 bilhões de homens, mulheres e crianças negros, brancos, índios e outros excluídos e marginalizados são tidos como o lixo social do universo. Este contingente não participa das decisões nem compartilha dos produtos da transformação da Terra. |
Em um mundo cada vez mais monetarista e especulativo, é inconcebível ver populações famintas em sociedades que derramam leite e comida aos porcos quando não conseguem vendê-los mais caros ou os deixam estragar quando as parcas economias populares não conseguem comprá-los. Infelizmente, em meio a esta degradação civilizatória de amplitude global, ainda sofremos de outras síndromes do comportamento humano, sendo a pior delas o preconceito racial. Os anos passam e não se faz substancial a diminuição do débito social contra as raças ditas não-brancas. Chegamos a pensar que a escravidão não acabou, apenas mudaram os senhores, que substituíram o poder da chibata pelo poder econômico. Não inventamos ainda produto químico ou tecnológico que possa combater a injustiça, o preconceito ou o racismo, mas sabemos que a Educação, como um bálsamo inspirador da evolução do homem, pode ser o antígeno que produzirá os anticorpos capazes de extinguir esta enfermidade presente, ainda hoje, nas relações humanas. Ednaldo
Carvalho |