O Projeto “Repensando o Passado, Acreditamos no Futuro” visa a aumentar o conhecimento e o saber dos alunos, estimulando sua criatividade através da experiência, da pesquisa e da leitura

Por Leonardo max

Criatividade. Muita criatividade. Inserido no contexto dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), este foi o principal instrumento utilizado pela Escola Estadual Clóvis Monteiro, em Higienópolis, para promover, de 17 a 21 de setembro, a Semana da Cultura, na qual foram apresentados diversos trabalhos referentes ao Projeto Repensando o Passado, Acreditamos no Futuro. O encontro contou com a apresentação de grupos teatrais, corais e bandas, além de palestras sobre temas polêmicos como drogas e Aids.

A coordenadora do projeto, professora Maria Aparecida Chaves da Costa, explica que a finalidade do evento foi ensinar como os alunos podem exercer sua cidadania: “Aproveitamos o aniversário de 50 anos de nossa escola para discutirmos a trajetória do homem e as grandes transformações sociais que ocorreram, neste período, no Rio de Janeiro, no Brasil e no mundo. Nosso objetivo principal é formar cidadãos conscientes. Aumentando o conhecimento e o saber dos alunos, e estimulando sua criatividade, através da troca de experiências, da pesquisa e da leitura, eles se conscientizam das grandes questões atuais da humanidade e mostram que são capazes de mudar o lugar em que vivem.”

O projeto foi dividido em três grandes áreas, que se subdividiram em temas específicos: na área da Linguagem, códigos e suas tecnologias, os temas pesquisados foram folclore, provérbios, lendas e charges. Na área das Ciências Humanas e suas tecnologias, os alunos pesquisaram sobre a industrialização no Rio de Janeiro, no Brasil e no mundo. Já nas áreas de Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias, os temas abordados foram Aids, Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e drogas.

A professora Maria Aparecida frisou que, seguindo a orientação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), os trabalhos apresentados tiveram o valor de 60 pontos para compor a média do 3.º bimestre.

“Os PCNs sugerem que os alunos ajam buscando o seu próprio conhecimento. Assim, nesse bimestre, as provas terão um peso muito menor. Optamos por uma avaliação interdisciplinar. Cada trabalho englobou diferentes disciplinas, como Matemática, Física, Biologia e Química. Por exemplo, a maneira de utilizarmos o tema da Aids no estudo de Matemática, em conformidade com os parâmetros curriculares desta disciplina, foi estimular os alunos a construir gráficos e elaborar a estatística de incidência da doença no Brasil nos últimos anos. A Biologia, por sua vez, abordou as fases da doença, as formas de contágio etc.”

A equipe, coordenada pela professora Maria Aparecida, trabalhou duro desde o início do ano para viabilizar a Semana da Cultura. Cada uma das 46 turmas do Colégio Estadual Clóvis Monteiro se comprometeu a entregar os trabalhos das três grandes áreas do projeto. Portanto, foram 138 trabalhos elaborados pelo 1800 alunos do colégio.

Como a agenda da Semana da Cultura preenchia os três turnos do dia, e a direção da escola não tinha determinado uma freqüência obrigatória no evento, os alunos puderam optar pelas etapas que mais lhe agradaram. No primeiro dia, teve a apresentação do Coral do Iate Clube Jardim Guanabara, do grupo de Pagode Esbanja Samba, do Coral da Universidade Veiga de Almeida e do Coral da Petrobras. O segundo dia contou com a apresentação da peça Mangue – A Lama Viva de Jorge Ferreira, do Grupo Teatral do Colégio Estadual Central do Brasil, e com poesias e expressões corporais coordenadas pela animadora cultural Lena Farias. No último dia, foram entregues os prêmios aos alunos vencedores do Festival de Poesia, com a presença dos poetas Hélio de Assis e Brasil Barreto.

 

 

Outro ponto alto da Semana da Cultura foram as palestras realizadas no auditório do colégio. A palestrante Regina Célia Marques de Melo, mestre em Sociologia Educacional, abordou o tema Auto-Estima; Luis Cláudio Machado de Santana, escritor infantil, falou sobre a importância da redação; a psicóloga Mônica Francisca de Mendonça, da Universidade Estácio de Sá, discorreu sobre Aids e Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST); o psicólogo Pedro Henrique Andrade, especialista em psiquiatria social pela Fundação Oswaldo Cruz, discursou sobre drogas e relações entre pais e filhos; Shirley Wyller da Silva, orientadora educacional e coordenadora de Ensino Religioso da Metropolitana III, falou sobre projeto de vida; a pós-graduada em Técnica de Ensino de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil, professora Mirian Esteves, abordou o tema da industrialização e seus aspectos na atualização; o palestrante Cutler Hume explanou sobre Mercado de Trabalho; o conselheiro em dependência química Cláudio Nogueira discorreu sobre dependência química e alcoolismo; por fim, a bióloga Sheila Santana Federici, mestre em Educação e Saúde, falou sobre o corpo.

Maquetes – um show de imaginação à parte

Essas foram as etapas e os materiais utilizados pelos alunos do Colégio Clóvis Monteiro para a confecção dos trabalhos apresentados na Semana da Arte. Divididos em maquetes e painéis, os trabalhos com temas pré-selecionados pareciam ter sido produzidos por profissionais, tamanha a riqueza de detalhes que continham.

Na primeira etapa, considerada a mais importante, foi realizada a pesquisa. A partir do levantamento de dados, os alunos deram início à parte prática do projeto, que era a confecção das maquetes e painéis, que explicariam, empiricamente, parte de tudo que seria apresentado no decorrer do evento.

Numa segunda etapa, a tarefa dos alunos foi investigar como o tema em discussão poderia ser aplicado nas disciplinas de Química, Física, Biologia e Matemática, ou seja, como o assunto em pauta poderia ser trabalhado de maneira interdisciplinar.

Na terceira etapa, os alunos fizeram um esboço do que seria realizado e, em seguida, foi feito o levantamento dos custos. A partir daí, as despesas foram divididas entre alunos, professores e a direção da escola.

Na etapa final, a da confecção, os alunos tiveram o apoio da Petrobras, que os ajudou orientando, fornecendo dados e emprestando material para a confecção de maquetes e painéis. Os materiais utilizados pelas turmas do Colégio Clóvis Monteio foram: isopor, madeira, borracha, tinta, papel, lápis de cor, e, principalmente, imaginação. Depois de prontas as maquetes, os alunos dos três turnos apresentaram e exporam seus trabalhos para todos os presentes na Semana da Cultura.

Escola Estadual Clóvis Monteiro
Prof.: Maria Aparecida Chaves da Costa
Tel.: (0xx21) 2490-1988