Alunos trabalham artes plásticas, produzem peças, cordéis literários, entre outras atividades culturais

Por Luciana Jacques

Desenvolver nos estudantes o hábito de viver e “saborear” a arte. Este foi o objetivo do projeto Sabadarte, realizado pelo colégio Dínamis, unidade Bambina, em Botafogo, no Rio de Janeiro. Durante a manhã de um sábado, alunos de 5.ª série do Ensino Fundamental ao Pré-vestibular, pais e professores participaram e assistiram a uma foto-novela inspirada na poesia I- Juca Pirama, de Gonçalves Dias; várias exposições, entre elas uma interativa, na qual os estudantes puderam parodiar um dos personagens mais famosos de Leonardo da Vinci: a Monalisa; além de uma peça de teatro sobre o racionamento de energia. Tudo isso é resultado do trabalho desenvolvido nas salas de aula, ao longo do primeiro semestre. Houve, ainda, a apresentação de um musical e de um grupo de dança. O projeto deu tão certo, que uma nova edição já está sendo preparada para o fim deste ano. Só que desta vez, o Sadabarte será direcionado aos alunos do C.A a 4.ª série, tendo como tema o folclore.

A idéia de criar o projeto, segundo a diretora da unidade Bambina, Lúcia Fernandes, surgiu durante uma reunião com os professores. “Percebemos que havia excelentes trabalhos e que valeria a pena mostrá-los”, explica Lúcia, lembrando que foram apenas dez dias para ensaiar os estudantes, distribuir os convites aos pais e fazer os ajustes finais. O Sabadarte também ganhou impulso a partir da disciplina Arte e Cultura, que está sendo ministrada para as turmas de 5.ª e 6.ª séries, desde o ano passado, sob o comando do professor Paulo Carvalho. “Numa visita à exposição de gravuras dos séculos XVII ao XIX, no Centro Cultural Banco do Brasil, fiquei espantado, porque cerca de 70% dos alunos ainda não tinham ido lá ou não conheciam espaços do gênero. Então, decidimos criar essa matéria na qual os alunos trabalham artes plásticas, produzem peças, programas de rádio, cordéis literários, entre outras atividades culturais”, conta o professor, que também é ator.

O vídeo sobre I- Juca Pirama, protagonizado pelos alunos do 1.º ano do Ensino Médio, marcou a abertura do sábado artístico e cultural. O trabalho foi desenvolvido durante um mês nas aulas de Literatura. Os estudantes tiveram 15 dias para ler os textos, fazer trabalhos didáticos e se encarregar da produção, que contou com gravações no Museu do Índio, no Rio. “A filmagem demorou cinco horas. O pessoal do museu nos cedeu as lanças, o arco e flecha, e a maquiagem. Nunca tinha feito nada parecido. Foi muito legal trabalhar o texto dessa forma diferente”, afirma o estudante Diogo Werberich. Em seguida, foi a vez da apresentação da peça “Os Filhos do Apagão”, encenada pelos alunos de 7.ª e 8.ª séries, que estereotiparam os gastadores de luz, como o cantor de chuveiro, o sócio da Light e o fiscal de geladeira. A estudante Ana Priscila Campelo de Souza conta que se identificou com vários personagens que interpretou na peça. “Agora estou muito mais consciente da importância de economizar energia”, revela. No entanto, a diretora social da escola, Fátima Werczler, ressalta que antes de encenarem “Os filhos do Apagão”, os alunos fizeram uma visita a Furnas e várias pesquisas sobre o racionamento, em jornais e revistas. “O colégio também promoveu uma campanha educativa chamada Não Ligue Sem Motivo, Se Ligue, em que os estudantes receberam adesivos com o slogan”, diz Fátima.

 

Paralelamente às apresentações do vídeo e da peça, aconteciam as exposições. Os trabalhos produzidos no laboratório de informática da escola, em que os alunos parodiaram a imagem da Monalisa, chamaram bastante atenção. Surgiram Monalisas skatistas, piratas, banguelas ou com aparelho nos dentes, entre muitas outras. “Aproveitamos esses momentos também para estudar a história de Leonardo da Vinci”, lembra o professor Paulo Carvalho. Outra exposição que também fez sucesso foi a de estamparias, coordenada pela professora de artes plásticas Leda Ciriaco. “Além de usarem pedaços de tecidos, os alunos também criaram suas próprias estampas, trabalhando cores e formas. Foi uma maneira deles perceberem que a moda é um pedaço da arte, e os jovens são muito ligados à moda, o que acaba motivando a participação deles”, avalia Leda.

De acordo com Lúcia Fernandes, o resultado alcançado com o projeto foi surpreendente. “Todos se divertiram bastante. Um aspecto muito importante foi a integração dos alunos, pais e professores. As turmas que não participaram já vieram nos cobrar a realização de um novo Sabadarte. Por isso, decidimos fazer uma nova edição. Acho fundamental estar sempre trabalhando novos valores, como a arte por exemplo. A idéia é continuar promovendo novos eventos”, enfatiza. “Despertar o orgulho do aluno pela escola e fazer com que ele goste de estar no colégio é fundamental não só para o crescimento deles, mas para o de todos nós, pais e professores”, conclui Fátima Werczler.

Colégio Dínamis
Tel.: (0xx21) 2539-8501 e 2286-7732