Muito se tem discutido a cerca do que seria uma boa avaliação. Várias críticas surgem dizendo: “isto está errado! Não faça isso! Muito menos faça aquilo...”. Mas onde estão as sugestões capazes de melhorar esses procedimentos de avaliação que são considerados tão danosos para nossas crianças?

A avaliação é intrincada, muitas vezes subjetiva e, com certeza, deve ser justa e abarcar o maior número de aspectos possíveis em sua concretização. Os mecanismos adotados devem ser variados, equânimes e legítimos, e devem ter como função principal a verificação dos progressos conquistados pelos alunos que decorrem de um determinado estágio para outro mais adiante.

O objetivo deste artigo é apresentar algumas sugestões dignas de serem, ao menos, discutidas pelos professores e, possivelmente, adotadas em sala de aula.

Observar... Anotar...

Em primeiro lugar, o professor deve estar muito certo da avaliação realizada sobre um aluno e, para isso, quanto mais registros tiver para a emissão daquela conceituação, melhor.

Uma sugestão muito útil e adotada por vários docentes é a “caderneta de registros”. Nesta caderneta, ou num caderninho comum, o professor registra suas observações diárias a respeito dos alunos – quem alcançou os objetivos, quem teve autonomia em determinada tarefa etc. A cada dia, o professor poderá registrar algumas anotações sobre um ou mais alunos, sem uma obrigatoriedade formal. Entretanto, deverá emitir algum registro sobre todos os alunos mais de uma vez a cada mês.

Auto-avaliação

Apesar do receio dos mestres, o aluno é capaz de se auto-analisar de forma precisa, desde que orientado corretamente sobre a importância da sua opinião, com o cuidado de não assustá-lo.

O professor pode fazer um roteiro de autorização para esta auto-avaliação, como, por exemplo:
a) Realizei todas as tarefas solicitadas;
b) Participei de todas as aulas;
c) Respeitei as opiniões diferentes da minha;
d) Fui assíduo às aulas.

Ainda no aspecto da auto-avaliação do aluno, o professor poderá realizar uma avaliação em grupo após um trabalho desenvolvido. Neste tipo de avaliação, além de se avaliar, o aluno deverá avaliar os outros participantes. Desta forma, ele assume o papel do avaliador e demonstra aos colegas o que achou da participação de cada um no grupo.

Avaliações Formais

Este é um grande impasse para alguns “pensadores” da Educação. Parece que alguns acreditam que as avaliações formais são coisas malignas, pretensiosas e que visam a desestruturar psicologicamente os alunos.

Não pensemos em extremismos! As avaliações formais podem ser muito prejudiciais se forem adotadas como o único instrumento de apreciação, como mecanismo de pressão, opressão e repressão ou, então, se forem tomadas com o objetivo de mostrar que o aluno não sabe nada dos conteúdos estudados.

A figura do “professor-sol” já faz parte do passado e ele não pode ser um ditador em relação à sua turma. O professor deve mediar a construção do saber, e um dos critérios de sua avaliação pode ser a adoção de avaliações formais, que não podem, de forma nenhuma, se restringir às provas e testes, devendo ser variadas e criativas. Algumas dessas avaliações poderiam ser feitas através da confecção de cartazes, livretos, cartas, panfletos, redações, pesquisas, debates, exercícios em duplas ou em grupos, desenhos, dramatizações, relatórios e tudo o mais que possa servir como indicador dos progressos realizados.

É importantíssimo que o professor tenha em mente que as avaliações formais são instrumentos preciosos para a avaliação do seu próprio trabalho. A partir destas avaliações, ele deverá se avaliar e propor a si mesmo novas estratégias nas áreas em que estiver sendo ineficiente. Desta forma, a avaliação formal não se completa por si mesma, mas pela avaliação que surge a partir dela.

Colaboração: Professor Renato Martins e Silva
Diretor Adjunto Pedagógico do Ciep 118 – Duque de Caxias