Por Antônia Lúcia

No próximo bimestre, cerca de cinco mil livros, adaptados em Braille, chegarão às mãos de mil alunos portadores de deficiência visual, matriculados nas escolas públicas de 1.ª a 4. ª série do Ensino Fundamental. Essa boa notícia está sendo possível graças à iniciativa da Secretaria de Educação Especial (Seesp/MEC) em parceria com o Fundo Nacional de Desenvolvimento de Educação (FNDE/MEC), que juntos estão buscando, cada vez mais, melhorar a qualidade de ensino dos portadores de deficiência visual.

Distribuídos pelo Ministério da Educação, os primeiros 120 títulos estão sendo escolhidos pelos professores de 90 escolas públicas que têm alunos matriculados com este tipo de deficiência. Entretanto, para que o programa atenda às necessidades de todos os alunos, a Secretaria de Educação Especial e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação iniciaram uma pesquisa para saber o número exato de alunos com deficiência visual que fazem parte do Ensino Fundamental.

Essa etapa é uma das fases mais importantes do programa, porque, somente a partir desses resultados, o Fundo Nacional de Desenvolvimento iniciará o processo de produção e distribuição dos livros, por meio do Programa Nacional dos Livros Didáticos. Com o intuito de agilizar o processo de pesquisa e o levantamento de dados, desde de abril, o MEC conta com uma forte ferramenta multimídia, a Internet.

Através da Internet, o MEC estará disponibilizando os resultados com maior rapidez e, conseqüentemente, apresentando dados mais concretos sobre o universo de alunos portadores de deficiência visual nas escolas públicas e privadas. Essa estatística permitirá identificar, além do total de alunos matriculados, as séries em que eles se encontram.

Preenchendo a lacuna

A falta de profissionais especializados para a adaptação dos livros didáticos já distribuídos pelo MEC para o sistema Braille tem se tornado um obstáculo a ser vencido, por ser tratar de mão-de-obra escassa no mercado. Para preencher essa lacuna, o MEC está ministrando curso de Gestão e operacionalização para quem trabalha nos centros de atendimento aos portadores de deficiência visual, bem como o Instituto Benjamin Constant (IBC), responsável pela impressão dos livros didáticos, ambos com o objetivo de preparar pessoal para trabalhar com adaptação de textos e revisão dos livros didáticos.