Por Cláudia Sanches
A lição faz parte de uma aula nada convencional ministrada em um submarino. O professor é o sargento José Cícero dos Santos, guia de um passeio feito pela 8a série da Escola Municipal D. João XVI ao Espaço Cultural da Marinha, no Rio de Janeiro. E a iniciativa é fruto de um convênio firmado entre a Secretaria Municipal de Educação e a Marinha, que possibilita a estudantes, através do projeto Conhecendo a Marinha, visitarem um submarino e um navio desativados que participaram da II Guerra Mundial e um museu que reconta a história da navegação no Brasil. O projeto foi lançado em 1996, após a restauração do local, então aberto à visitação turística, embora o convênio com o município exista há apenas dois anos. Nesse período, cerca de 300 turmas de até 28 alunos já fizeram o passeio. O roteiro cultural inicia-se com uma visita ao submarino Riachuelo, seguida de outra ao navio Bauru, e termina no museu, onde os estudantes têm oportunidade de conhecer embarcações da época do Descobrimento do Brasil e diversos tipos de barcos encontrados no litoral brasileiro. |
No museu, vêem a embarcação que serviu a D. João VI no Império e uma galeota, espécie de iate, muito utilizado em Portugal e países da Europa nos tempos de Brasil-Colônia, principalmente para passeios com Dona Carlota Joaquina. O passeio, segundo ressalta o comandante Ivan Menegassi, assessor de Relações Públicas do Departamento de Documentação da Marinha, é de grande utilidade para os alunos. “Toda a história do país está centrada no mar e na navegação. Por isso, as visitas fazem parte do projeto de redescobrimento não só das preciosidades que o museu abriga, como também do país. Além do mais, o passeio aguça a imaginação da garotada e pode despertar, quem sabe, a vocação para a carreira na Marinha”, diz ele. Para a professora de História da escola D. João XVI, Lúcia Rosa Antunes, o passeio aproxima os alunos do conteúdo abordado em sala de aula. “Como as imagens são mais fortes que qualquer palavra, a experiência é interessante para os alunos visualizarem e fixarem os conteúdos. Principalmente porque muitos deles não têm a cultura de conhecer museus, já que não lhes é oferecida a oportunidade”, explica. Os conteúdos ficam mais vivos e ricos e o aprendizado é facilitado. Os alunos só têm a ganhar. |