Pouco mais do que um verme...

 

 


E ainda compartilhamos 99,99% dos genes com os demais semelhantes, independente de etnia, cor da pele, altura física ou social.

O ser humano, segundo a decodificação do seu genoma, para espanto do próprio homem, tem um pouco mais de genes do que uma minhoca, ou o dobro encontrado em vermes.

Tal descoberta nos nivela, dentro do reino animal, a qualquer ser vivente do nosso planeta. Dos cerca de 30 mil genes, apenas 1% destes são exclusivamente humanos.

O que nos torna, então, diferentes dos demais animais? Afinal, é inquestionável a superioridade do homem sobre os demais seres. As complexidades do raciocínio, da emoção, da capacidade de criação e evolução da curiosidade, de criar culturas, de amar, de odiar e de provocar guerras nos diferenciam, tornando-nos ímpares em meio a toda a vida na Terra.

Estima-se que tais atributos especiais do homem decorrem, mais do que se imaginava, do meio ambiente e do nível de interação com o local e condições em que vive cada indivíduo. Fatores como clima, regiões, alimentação, saúde e educação são determinantes para o estabelecimento das diferenças entre os grupos humanos.

 

A decifração do genoma põe por terra o velho conceito de raça. Asiáticos, negros, brancos são tão diferentes entre si como diferem dentro de suas próprias etnias. Somos, hoje, mais de seis bilhões de gêmeos, frutos de um mesmo “útero”.

Ao longo da existência humana, o conhecimento tem sido a mola propulsora na evolução das civilizações. Nesse contexto, indubitavelmente, a Educação tem feito a diferença entre os indivíduos, povos e nações. Chegamos à conclusão de que a capacidade do homem assemelha-se na sua biologia. Ao nascermos, somos uma folha em branco, com a mesma textura e mesmo tamanho, sobre a qual é escrita a história pessoal de cada um. História esta que se diferencia principalmente pelo grau de educação a que se submete cada indivíduo.

A escalada ao, até então, desconhecido, está apenas começando. Talvez muitas descobertas continuem nos surpreendendo. Nossa humanidade define-se pela interação de nossos genes com a nossa temporalidade, e esta, se for impregnada de boa educação, nos fará viver com mais dignidade, mais justiça e mais cidadania, sentimentos e emoções que caracterizam o homem e que estão contidos nos seus 1% de genes diferenciados. Em breve a própria ciência reconhecerá que estes 1% nos deram a imagem e a semelhança da “dimensão” atemporal não limitada pela engenhosidade do ácido-desoxirribonucleico. O que nos torna 100% diferentes de um verme e de todos os demais seres vivos.

Ednaldo Carvalho
Editor do Jornal Appai Educar