Por Simone Garrafiel

De 27 a 29 de outubro, foi realizado, no Centro de Educação e Cultura, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, o I Congresso de Educação – CEC. O evento reuniu renomados profissionais da área de Educação para discutirem, em debates, teleconferências, painéis e workshops, o tema “Tecnologia e Educação: uma Proposta para o Terceiro Milênio” e assuntos relacionados à evolução e à importância da Educação no século XXI.

Participaram do congresso, dentre outros convidados, o coordenador do Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo), Pedro Ferreira de Andrade, o coordenador-geral da Semetc, Avelino Romero Pereira, e a superintendente de inovação da Secretaria Estadual de Educação (SEE), Terezinha Lameira.

Abordando o impacto da tecnologia na Educação, Avelino Pereira defendeu que é preciso que o professor enriqueça as dinâmicas pedagógicas. “A escola precisa se adequar à sociedade, repensando o currículo escolar e as relações entre o aluno e o professor, buscando uma produção coletiva, com interação, cooperação, participação e fuga da hierarquização excessiva”, disse ele. Avelino também fez um alerta em relação à preservação dos valores humanísticos na escola: “Quando se trata de tecnologia, há o risco de se sofrer isolamento e alienação. Por isto, é necessário que haja a reestruturação da Educação e que os professores incorporem alguns saberes: os da percepção, do desenvolvimento intelectual, do escutar, do negociar, do projetar e de instrumentalizar e de instrumentalizar-se”, explicou.

Terezinha Lameira, da SEE, falou sobre o programa de tecnologia educacional Nova Escola, implantado nas escolas públicas estaduais e municipais do Rio de Janeiro. “Os objetivos do programa são universalizar o ensino, melhorar a qualidade da Educação e valorizar o magistério. Com ênfase no uso de novas tecnologias em sala de aula, o programa avalia a gestão escolar no que diz respeito à utilização da verba, à inovação pedagógica, à participação da comunidade e ao processo educativo”, explicou Terezinha. Segundo ela, somente 299 escolas públicas no estado possuem laboratórios de Informática atualmente, mas a meta da Secretaria é totalizar 1.090 até o ano 2002.

Outro programa que incentiva o uso da Informática nas escolas públicas foi enfocado por Pedro Ferreira de Andrade. “O Proinfo, instituído pelo MEC, tem por objetivo fazer com que a Informática seja utilizada como ferramenta de enriquecimento pedagógico. A abrangência do programa, nas escolas de Ensino Fundamental e Médio da rede pública brasileira, é, hoje, bastante significativa. Com investimentos de R$115 milhões, a ação vem se expandindo a cada ano. Hoje, temos 246 Núcleos de Tecnologia Educacional (NTEs) em todo o Brasil e já capacitamos mais de 20 mil professores”, explicou.

Paralelamente, em painéis e workshops, os participantes do evento puderam conferir experiências bem-sucedidas de utilização da Informática em sala de aula e tomá-las como modelos a serem aplicados em outras escolas.

Enfim, o I Congresso de Educação – CEC esclareceu os presentes sobre como a tecnologia pode estar a serviço da Educação. Mas, acima de tudo, contribuiu para que os educadores se conscientizassem da necessidade de uma reflexão profunda sobre o fazer pedagógico nos novos tempos e a importância de se adequar a Educação do século XXI à qualidade e à excelência pedagógica.