Por Jaciara Moreira
O projeto, de autoria do professor de Educação Física José Ricardo da Silva Ramos, foi implantado na escola no início do ano. A idéia foi trazida da França, onde o professor passou dois meses estudando jogos e sociedades em um curso de especialização para bacharéis em Educação Física. “A proposta foi inicialmente discutida junto com duas orientadoras educacionais, uma orientadora pedagógica e a coordenadora de cultura da escola. E, desde maio, foi transformada em projeto pedagógico coletivo, envolvendo os professores, a direção da escola e os pais dos alunos”, explica José Ricardo. Considerado ainda como um projeto piloto, Jogos e Brinquedos no Cotidiano da Educação Fundamental é interdisciplinar, ou seja, o assunto que é discutido em uma aula de Geografia, por exemplo, pode ser retomado em uma “brincadeira” na aula de Educação Física.
Os recursos dos professores estão no próprio universo infantil, de onde vêm as brincadeiras – cabra-cega, amarelinha, pular corda, caça ao tesouro, entre outras –, adaptadas de acordo com as disciplinas. “A aprendizagem da criança por meio de jogos e as brincadeiras é muito significativa para ela porque a escola está dando importância a algo que ela conhece e faz parte do mundo dela. O conhecimento torna-se acessível a qualquer criança. É só saber estimulá-la”, esclarece o professor.
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O novo método ganhou fama nacional e foi premiado pelo Governo Federal. Entre mais de mil trabalhos desenvolvidos por professores do Rio de Janeiro, foi o único a receber o prêmio Incentivo à Educação Fundamental criado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). A premiação ocorreu em outubro e rendeu ao professor José Ricardo uma medalha e R$ 4 mil. Neste primeiro ano, apenas cinco turmas participam do projeto: uma da alfabetização, duas da segunda série, uma da terceira e uma da quarta. No total, 200 dos mil alunos matriculados na escola fazem parte da experiência. A previsão dos professores, no entanto, é de que, no próximo ano letivo, o projeto já esteja sendo desenvolvido em outras turmas. “Estamos na fase experimental, mas, no ano que vem, o projeto será ampliado e levado a todas as turmas, mesmo porque já não temos mais dúvidas sobre as vantagens que ele trouxe para a escola”, conta José Ricardo, que tem sido convidado por várias escolas para fazer palestras sobre sua criação.
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