Escola Federal de Química do Rio de Janeiro Vira CEFET

Eduardo Viana

Desde o dia 3 de dezembro de 1999, a Escola Técnica Federal de Química do Rio de Janeiro (ETFQ) passa a se chamar Centro Federal de Educação Tecnológica de Química de Nilópolis (Cefeteq). Não se trata de mera mudança de nome. A "cefetização" garante a independência da entidade e possibilita a abertura de cursos técnicos de nível superior.

O Ministério da Educação (MEC) decidiu que todas as escolas técnicas federais deveriam se transformar em Cefets, a exemplo do que já havia ocorrido com outras ETFs do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e do Paraná décadas atrás. O processo tem sido gradativo. No início de 1999, 12 escolas foram transformadas em centros federais tecnológicos. Ainda falta transformar seis escolas.

O processo de transição da ETFQ não foi fácil. A escola apresentava características que a diferenciavam das demais. O primeiro obstáculo era o fato de ela se limitar à área química, diferentemente das outras escolas técnicas. O segundo era a proximidade em relação ao Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro (Cefet-RJ), já que ambos estavam sediados no bairro Maracanã, no Rio de Janeiro. Como se justificariam dois Cefets na mesma cidade, um ao lado do outro?

A solução encontrada foi transferir a sede para Nilópolis, município da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Quanto à especificidade da escola, percebeu-se que não havia sentido em alterar o que vinha dando tão certo. A especialização em Química fazia parte da história e da alma da escola.

A transferência da sede da Cefeteq não foi apenas uma solução estratégica. Representou, também, uma opção consciente pela Baixada Fluminense. Segundo a diretora-geral da escola, Maria Celia Freire de Carvalho, "as condições demográfico-sociais e o altíssimo índice de industrialização" foram determinantes na escolha. "Ali o Cefeteq exercitará plenamente sua vocação de instituição voltada para a formação profissional tecnológica de excelência com os conseqüentes benefícios ao setor produtivo absorvedor destes profissionais", conclui Maria Celia.

O Cefeteq já nasce herdando uma história de sucessos, com projetos premiados no país inteiro e apresentados até nos Estados Unidos. O projeto vencedor da Semana de Tecnologia da Unidade de Nilópolis (SEMATEC), realizada no ano passado, tinha grande reflexo na economia de pequenas e médias indústrias. Tratava-se do planejamento de uma Estação de Tratamento de Efluentes compacta, própria para tratar os resíduos tóxicos de empresas de pequeno porte. Vários outros projetos de grande utilidade pública vivem saindo dos laboratórios do Cefeteq.

diretora-geral do Cefeteq, Maria Celia Freire de Carvalho, concedeu entrevista para o Jornal Educar. Ao lado, transcrevemos alguns trechos.

 

 

Jornal Educar - O que muda com a transformação da Escola Técnica em Cefet?

"Como Centro Federal de Educação Tecnológica, é posível avançar na pesquisa e em extensão, além de se poder ministrar curso de nível superior de Tecnólogo" (Maria Célia Freire de Carvalho)Maria Celia - Como Centro Federal de Educação Tecnológica, é possível avançar na pesquisa e em extensão, além de se poder ministrar curso de nível superior de Tecnólogo.

JE - Por que a escola resolveu manter especialização apenas em Química e não se expandir para outras áreas?

MC - A manutenção do nome "Química" deveu-se mais a uma questão histórica: a escola transformada foi a Escola Técnica Federal de Química. Porém, já estamos diversificando por meio de cursos de Meio Ambiente e Metrologia.

JE - Há algum curso superior sendo oferecido ou em estudo? Qual?

MC - Já existem projetos de cursos superiores de Tecnólogo em Biotecnologia, Processos Industriais e Tecnólogo em Gestão em Qualidade de Alimentos.

JE - Quais os principais projetos educacionais em curso no Cefeteq?

MC - Há um projeto de reforma e expansão da educação profissional; e de implantação do Cefeteq; um projeto de elaboração de metodologia alternativa para o Ensino Médio de jovens e adultos e o programa de certificação de Ensino Fundamental para jovens e adultos.

JE - Quais foram as vantagens e desvantagens de se transferir a sede da escola para a baixada fluminense?

MC - As vantagens foram: expandir, para a Baixada Fluminense, o ensino técnico e o tecnológico, até então inexistentes ali, e trabalhar para uma população carente de escolas técnicas de qualidade. A grande desvantagem é a dificuldade de deslocamento para desenvolver as atividades ligadas a prestação de serviço, pesquisa e extensão.

JE - Que vantagem a cefetização trouxe para os estudantes?

MC - Sem dúvida, a verticalização do ensino, graças ao acréscimo dos cursos de tecnólogo aos já realizados, foi a maior vantagem para os alunos.

 

CEFETEQ - Unidade Nilópolis
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