Escolas  do município do Rio de Janeiro despertam, nos alunos, consciência ecológica e sobre a saúde do corpo

A preocupação da socieda­de com desastres ecológi­cos como o que causou a mortandade de peixes na Lagoa Rodrigo de Freitas, e com a poluição em importantes ecossistemas como o manguezal da Baía de Sepetiba, entre outros danos que afetam os reinos animal e vegetal é cada dia maior. Conse­qüen­temente, a Edu­cação Ambiental ganha maior espaço no currículo escolar, prin­cipalmente no da rede de en­sino do município do Rio de Janeiro, onde, da 1ª série do Ensino Funda­mental em diante, meio am­biente e saúde são analisados de forma transversal em quaisquer disciplinas.

O Projeto de Educação Ambiental e Saúde, da Secretaria Municipal de Educação do RJ (SME-RJ), tendo como mola-mestra o Núcleo  Cur­ricular  Básico da Multieducação, estimula e concretiza práticas de Educação Ambiental e Saúde junto às escolas municipais. Dentre outras metas, prepara os educadores para abordarem questões voltadas ao meio ambiente e à saúde no cotidiano. Este trabalho é realizado através de cursos, seminários e projetos in­te­grados com instituições e empresas públicas e  privadas, em que a equipe do Projeto de Educação Ambiental e Saúde elabora e acompanha, passo a passo, cada uma das ações escolares. “Nossa preocupação é fa­zer com que os pro­fessores trans­mitam aos alunos a noção de que cada um de nós é agente trans­formador do meio am­biente”, diz a su­per­visora do projeto, Márcia Regina Vinchon.

E para deixar  seus professores ainda mais aptos a lidarem com questões complexas em sala de aula, a SME trabalha em parceria com instituições gover­namentais, como a Secretaria Mu­nicipal de Saúde, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o Ministério da Saúde, a Secretaria Estadual de Saúde e a Secretaria Estadual de Educação; organizações  como Eletrobrás, Petrobrás, Light, Furnas, Fundação Roberto Marinho e Instituto Brasil de Educação Ambiental; e as ONGs IBASE e Roda-Viva.

Estimuladas por empresas e organizações parceiras, as escolas do município do Rio de Janeiro de­senvolvem subprojetos que cons­cientizam os alunos sobre como reconhecer agressões ao meio ambiente e conservá-lo. “Acom­panhamos o trabalho de uma escola da rede pública que vem analisando a conservação de energia no país, sob a ótica do aproveitamento em con­traposição ao desperdício”, exem­plifica Márcia Regina. Este é desenvolvido em parceria com a Petrobrás e a Eletrobrás. Uma outra ex­periência, implementada em parceria com a Fundação Roberto Marinho e a ONG Roda Viva, trata, através da música, da preservação da Mata Atlântica. Também está sendo posto em prática, em parceria com a  Secretaria de Meio Ambiente, um trabalho que visa a garantir educação musical a educadores e alunos.


Projeto  reúne trabalhos desenvolvidos nas escolas

Desenvolvidos os trabalhos, o departamento de Projeto de Educação Ambiental e Saúde os divulga, anualmente. Na Semana  Internacional do Meio Ambiente, comemorada nos primeiros dias de junho, é realizada, em parceria com as Coordenadorias Regionais de Educação (CREs), uma exposição dos trabalhos confeccionados, comple­mentada por apresentações de grupos de canto e dança, que criam letras e coreografias relacionadas a questões ambientais. “Tentamos escolher, juntamente com as CREs, locais de grande circulação de pessoas para apresentar os trabalhos realizados e propagar, ainda mais, a consciência ecológica”, esclarece Márcia Regina

“Tudo ao Mesmo Tempo no Rio”, como é chamada a iniciativa, já existe há cinco anos e envolve cerca de 20 mil crianças. Este ano, rece­beu o título “2000 - Brasil 500 Idéias” e contou com o apoio do Consulado-Geral dos Es­tados Unidos, de Furnas Centrais Elétricas, da TV Futura e da Secretaria de Meio Ambiente, obtendo di­vulgação junto a repre­sen­tantes governa­mentais e das instituições parceiras, em evento ocorrido no auditório do BNDES.


Saúde do corpo é discutida em sala de aula

Devido ao aumento de casos de gravidez, consumo de drogas e contaminação por  doenças sexual­mente trans­missíveis, a equipe do Projeto de Educação Am­biental e Saúde assume outro im­portante compromis­so: levar às salas de aula um pro­grama de orientação sexual e prevenção contra o uso indevido de drogas. Através de cursos e palestras, os professores da rede municipal de ensino, de quaisquer disciplinas, são preparados para tratar as temáticas junto a seus alunos.

Só no mês de maio, foram minis­trados, para os professores, dez cursos de 20 horas sobre orientação sexual e uso indevido de drogas, em todas as escola da rede municipal. “Contamos com a par­ticipação de, aproximadamente, 200 pro­fes­sores”, conta Márcia Regina. Mas a equipe não se dá por satis­feita. Até setembro, realiza uma nova etapa de estudos, e desenvolve cursos de reciclagem, para profes­sores já capacitados, organizados de dois em dois meses.

Outra inovadora ação da SME é a  formação de núcleos de adoles­centes multiplicadores, que devem passar adiante os conhecimentos aprendidos sobre meio ambiente e saúde. Segundo Márcia, participam deste trabalho 40 grupos de alunos, orientados cada um por um profes­sor-coordenador devidamente pre­pa­rado pela equipe do projeto de Educação Ambiental e Saúde. Estes jovens estudantes passam por ofi­cinas de capacitação e, depois, nas escolas, realizam trabalhos de sensibilização através de esquetes teatrais, elaboração de músicas e produção de textos.

O Projeto de Educação Ambiental e Saúde da SME-RJ ainda abrange interação com comissões inter­setoriais, pois conta com re­pre­sentantes no Conselho de Meio Ambiente (Consemab), no Conselho Municipal de Entor­pecentes (Co­men), na Comissão Carioca de Proteção e Defesa dos Animais (CCPDA) e na Comissão do Programa Municipal de Erradicação do Aedes Aegypti (PEA). Esta atuação permite à SME que se faça atuante em sua área e sempre atualizada. Quanto aos educadores envolvidos no projeto, instrumen­ta­lizam-se, cada vez mais e melhor, para transformar  seus alunos em ci­da­dãos conscientes, agentes de mu­danças.

 

Coordenadora
Márcia Regina Vinchon
tel: 503-2291

 

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