Uma Construção Na última edição deste jornal, escrevi um pequeno artigo sobre a importância de nós, professores, não deixarmos nem permitirmos que a nossa prática pedagógica esvazie-se de invenção, de poeticidade. Insisto na busca por uma escola poética, que minimize as discussões acerca das disciplinas e persiga, mais intensamente, reflexões sobre o processo de construção do conhecimento. Para tanto, deveríamos estar trazendo as diversas manifestações artísticas, dentre tantas outras, para dentro do espaço escolar, em vez de considerá-las externas a ele. Permaneço em minha busca de incorporar o texto literário à dinâmica escolar e, assim, entendê-lo não como complementar, mas como intrínseco ao processo educativo, fundamental na construção do conhecimento, pois com base nele o sujeito cria a sua própria leitura do mundo, da realidade, de si mesmo. Como sempre me lembro de um texto quando estou escrevendo, busquei o de Lygia Bojunga, que fundamenta essa inicial conversa e pode despertar, nos educadores, a atenção e o cuidado que devem ter ao trabalhar com a Arte (no caso, a Literatura), tanto individual quanto coletivamente, pois ela é sempre mais do que parece ser. Vejamos... Livro: a troca Para mim, livro é vida; desde que eu era
muito pequena, os livros me deram casa e comida. |
De casa em casa, eu fui descobrindo o
mundo (de tanto olhar prás paredes). Primeiro, olhando desenhos; depois,
decifrando palavras. Fui crescendo; e derrubei telhados com a cabeça.
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