Simone de Azevedo Edward Jenner, Louis Pasteur, Oswaldo Cruz e outros grandes cientistas tinham algo em comum: a curiosidade. Experimentando, criando hipóteses, errando e acertando, eles fizeram a Ciência evoluir. Visando à continuidade deste processo, a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e a Casa de Oswaldo Cruz, criaram o Museu da Vida, um espaço de integração entre ciência, cultura e sociedade. A proposta da instituição é contribuir para o aumento da consciência pública sanitária e divulgar a ciência, a saúde e a tecnologia por meio de uma educação lúdica e criativa, que inclua exposições permanentes, atividades interativas, multimídia, teatro, vídeo e laboratórios.
Proposta Pedagógica Recuperando a cidadania de seus visitantes
através da alfabetização em ciência, do despertar de vocações e realimentação
da comunidade científica, o Museu da Vida procura estabelecer uma relação
entre a educação formal - a obtida na escola - e a não-formal - obtida
fora da escola. O Centro de Educação em Ciência, um dos espaços do museu,
é o responsável por este trabalho. Segundo a gerente do centro, Maria
Iloni Seibel Machado, a elaboração de uma proposta pedagógica que desenvolva
seus conteúdos de forma impactante, desafiadora e muldisciplinar foi
uma das primeiras preocupações da equipe da instituição antes de ser
inaugurado o Museu da Vida. A proposta pedagógica visa a concretizar
situações significativas de construção de conhecimentos, valores e habilidades,
proporcionando aos estudantes acesso à variedade de recursos e linguagens
disponíveis e a fundamentar e orientar teoricamente a operacionalização
de todas as atividades em uma abordagem multidisciplinar, com ênfase
na dimensão histórica e cultural da relação sociedade - ciência - tecnologia.
Como cada atividade enfoca A participação e o apoio do centro na organização pedagógica dos conceitos e recursos do museu é fundamental para a estruturação de uma proposta de concepção, identificação de conceitos-chave, planejamento, escolha do público e testagem dos espaços. "Este não é um museu comum. Por ter uma abordagem temática e possuir materiais que a escola não disponibiliza, nossa preocupação é trabalhar as informações trazidas pelos professores e alunos, oferecendo informações, cenários e exposições que facilitem a observação, o avanço de seu conhecimento, mas sem respostas prontas. Nossa intenção é tornar a visita impactante para que o visitante saia do museu com vontade de pesquisar, buscar respostas para as várias questões apresentadas pelo museu", explica. A Preparação dos Professores Além de mediadores e monitores, que concretizam a proposta pedagógica fazendo com que cada visitante se torne sujeito de uma experiência de autoconhecimento capaz de resultar na construção de novas idéias, o museu conta com o apoio do Centro de Educação em Ciência para formular uma programação de preparação e apoio a professores de futuros grupos de visitantes. Parte do projeto consiste em visitação a toda a área da FIOCRUZ, retorno para aprofundamento técnico em uma das áreas temáticas e visitação escolar. Além desta preparação, o centro disponibiliza cursos, palestras e oficinas para professores, que por diferentes abordagens metodológicas, deverão lhes despertar a curiosidade, a criatividade e o espírito de descoberta. A gerente do Centro de Educação, Iloni Seibel, explica que o projeto possibilita aos professores uma visão ampla de toda a programação do museu, um encontro com outros profissionais da área de Educação, um retorno para aprofundamento técnico e a escolha de um tema que motive a visitação e a discussão com o grupo escolar. "No primeiro impacto, devido às inúmeras informações apresentadas, torna-se mais difícil a assimilação de todos os conteúdos. Por isto, preocupamo-nos em dar aos educadores subsídios que auxiliem a pesquisa em sala de aula". No ano de 1999, cerca de 300 professores participaram dos encontros de preparação. E o resultado não poderia ser outro: sucesso absoluto. As pesquisas realizadas junto aos grupos de educadores comprovaram que os encontros propiciaram a descoberta de um novo veio que enriquece o trabalho do professor e a afirmação do museu como mais um importante instrumento de educação científica. |
O Mundo da Ciência Castelo Mourisco:
Imponente, o castelo foi criado em 1900 como Instituto Soroterápico Federal, por cientistas formados no Instituto Pasteur. Durante alguns anos, a construção abrigou o sanitarista Oswaldo Cruz, que assumiu a direção do instituto e iniciou uma campanha contra a varíola, a febre amarela e a peste bubônica no Rio. Em 1908, o instituto foi rebatizado como Instituto Oswaldo Cruz, em sua homenagem. Espaço Biodescoberta: Instalado na antiga Cavalariça, abriga uma exposição permanente sobre o conhecimento científico a respeito da vida, suas dimensões culturais e históricas e suas implicações éticas. Dividida em salas, a exposição da biodiversidade é apresentada em três escalas diferentes: geográfica, animal e humana. Na sala azul, a biodiversidade geográfica apresenta o mundo, o Brasil e o Rio de Janeiro. A bióloga Simone Maciel sugere que o material Ciência em Cena:
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Como levar o museu para a sala de aula Depois de conhecer as atividades do Museu da Vida e participar delas, os professores poderão sugerir aos alunos uma atividade de reconhecimento dos principais conceitos apresentados. Cada atividade deverá conter um problema que será resolvido pelo aluno. O professor deverá apenas orientar o estudante. Escolha um dos temas, de acordo com a série, e veja como funciona a atividade, seguindo estas dicas: 1- Determinado um tempo, o professor deverá dividir a turma em grupos que deverão formular hipóteses, testar e modificar idéias. Esta atividade poderá durar uma aula inteira, pois o objetivo principal é que os grupos encontrem a solução do problema. 2- Observar o que o grupo vizinho está fazendo não é proibido. Muitas vezes, uma informação pode ser encontrada para ajudar a solucionar a questão. 3- Depois que todos encontram a solução, o debate é o próximo passo. O professor deve recolher o material de cada grupo e pôr os alunos em circulo para que se inicie a discussão. 4- Para estimular a discussão, o professor deve perguntar aos alunos como eles encontraram a solução do problema e chegaram ao resultado. A repetição de informações não é motivo para preocupação. O importante é deixá-los à vontade 5- No final do trabalho, o professor deve pedir aos alunos que escrevam suas conclusões e façam desenhos sobre as experiências.
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