Projeto Lar Família Flor Delis Simone de Azevedo Proporcionar a adolescentes e crianças de rua uma vida nova, longe das drogas, da miséria, do abandono, e garantir-lhes a cidadania e a socialização. Estas são as metas do Projeto Lar Família Flor Delis, que beneficia, hoje, 32 crianças e 6 adolescentes que vivem em uma casa-lar em Jacarepaguá. Criado em 1990, o projeto tem no Evangelho a base da ação de resgate social dos menores. Sob a coordenação da cantora evangélica Flor Delis, nasceu do trabalho que ela realizava na comunidade carente da Favela do Jacarezinho. Casada e mãe de três filhos, Flor Delis resolveu mudar a realidade de crianças e adolescentes que, como ela, estavam crescendo em uma comunidade onde as drogas ocupavam lugar de destaque. Consciente, saiu às ruas para conversar, evangelizar e mostrar a todos que existem outros horizontes além do que está ligado às drogas. Daí para fundar a instituição foi um passo. A Casa-Lar em que funciona a instituição não é própria. Todos os integrantes do projeto trabalham, ali dentro ou fora, para obter recursos que ajudem a manter o local . As despesas da instituição são pagas, hoje, graças ao apoio financeiro de um grupo de 52 amigos, liderados por Pedro Werneck, e da venda de CDs evangélicos. “Com esta ajuda, conseguimos pagar o aluguel, as contas de luz e água”, conta Flor Delis. Atualmente, crianças e adolescentes chegam
ao lar encaminhados pela coordenadora do projeto ou trazidos por algum
colaborador da |
Para dar continuidade ao Projeto Lar Família Flor Delis, sua coordenadora sempre enfrentou obstáculos. “Sofri muito com perseguições, chegando a ter que morar na rua para não perder de vista as crianças”. Hoje, as dificuldades financeiras não são muito menores. Mas, com perseverança, Flor Delis conseguiu mobilizar a sociedade e mostrar-lhe o trabalho social que implementa. “Todos os menores estão matriculadas em escolas do município e alguns participam das atividades esportivas na quadra da mangueira” - comemora ela.
Dar seqüência ao Projeto Lar Família Flor Delis é a preocupação de sua coordenadora e de todos os integrantes do projeto. Mas, para tanto, alguns desafios terão que ser superados. Entre eles, a construção de uma sede própria; o estabelecimento de um convênio com o governo municipal, estadual ou federal, para saldar compromissos financeiros; e a obtenção de um ônibus para transportar as crianças para a escola e de doações de material escolar e de limpeza, alimentos, utensílios domésticos e roupas de cama, mesa e banho. Outra preocupação da coordenadora é firmar convênios que possibilitem a realização de cursos profissionalizantes e a inserção dos adolescentes no mercado de trabalho. Atualmente, a instituição não pode abrigar mais crianças por falta de espaço, mas Flor Delis acredita que, ao conseguir firmar os convênios, estará propiciando novas oportunidades para que outros menores possam ser retirados das ruas e integrados à sociedade.
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