

Escola
Municipal, em Santa Cruz, desenvolve projeto de conservação de manguezais
Simone
Garrafiel
Manguezal
é um ecossistema que reúne grande variedade de crustáceos, moluscos
e peixes. Sua função é importante na cadeia alimentar, pois, nele, sedimentam-se
e decompõem-se folhas, flores, frutos, restos de animais e galhos que
formam um substrato rico, no qual se desenvolvem bactérias, fungos,
algas e microorganismos, que servem de alimento a peixes, camarões e
crustáceos. Este habitat natural serve, também, para acasalamento e
desova de peixes e camarões, daí ser chamado de "berçário do mar", e
como fonte de alimento e sustento para milhares de pescadores.
Hoje, entretanto, os manguezais vêm sendo destruídos
pelas atividades predatórias do homem, tais como o desmatamento para
a construção de loteamentos ilegais, e pelas valas negras que lançam
esgotos diretamente nas praias. Diante desta realidade, torna-se necessária
e urgente a conscientização sobre a importância dos manguezais, para
a manutenção da sustentabilidade ambiental e da qualidade de vida das
comunidades pesqueiras. Ciente disto, o professor de Ciências Gilson
Telles de Carvalho, da Escola Municipal Princesa Isabel, em Santa Cruz,
arregaçou as mangas e elaborou o "Projeto de Conservação do Manguezal",
que coordena e aplica em turmas de 5ª a 8ª série.
O projeto é dividido em duas partes: a teórica, que
inclui aulas sobre o conceito e a importância do mangue, e a prática,
que consiste em visitas à Baía de Sepetiba ou à Pedra de Guaratiba,
para reconhecimento
do local e das espécies que vivem nos manguezais. Desta etapa, participam
somente os alunos interessados. "É um trabalho complementar, realizado
para os que se interessam por obter mais informações, presenciar a situação
dos manguezais e ajudar na sua conservação" - explica Gilson.
|
Para implementar o projeto, Gilson conta
com uma equipe de professores que o ajuda na organização das saídas ao
mangue e elabora atividades que relacionem os manguezais ao conteúdo transmitido:
Paulo Renato (Ed. Física); Geogia (Ciências); Noíza e José Carlos (Matemática);
Gustavo (Inglês); Ivani (Geografia) e Marli (Português).
Quando chegam ao local de visitação, a
primeira atividade dos alunos é fazer a distribuição de panfletos para
a população e os pescadores da região, ressaltando a importância dos manguezais.
São os próprios estudantes que elaboram o texto dos panfletos, em sala
de aula, fazendo as correções e discutindo o conteúdo. Depois, chega a
hora de colocarem o pé na lama e percorrerem o mangue, observando a vegetação,
os peixes, os moluscos, os crustáceos, e aprendendo a classificar os seres
vivos em reino, espécie e família.
Durante
a caminhada, o professor Gilson encontra tempo para uma aula rápida de
Matemática. Com régua e um pedaço de barbante, ele delimita uma área no
mangue e pede aos alunos que meçam o perímetro da área formada. Depois,
tendo por base a área demarcada, mostra à turma os elementos ali encontrados
e explica-lhe a origem deles e como classificá-los. "Além de empreender
um trabalho de preservação, aproveito para ministrar uma aula de Ciências
in loco" - explica Gilson. A curiosidade das crianças é explícita e qualquer
novidade que encontram é encaminhada ao professor, para esclarecimentos
adicionais.
São
muitas as atividades que podem ser criadas para despertar nas crianças
o interesse pela Educação Ambiental. Mas o importante é estimular a criançada
a buscar soluções para os problemas ambientais. E, para tanto, basta ter
criatividade e consciência ecológica. Afinal, como afirma Gilson, "é muito
importante que as escolas realizem trabalhos de conscientização e preservação
do meio ambiente. E, ainda, que troquem experiências, neste âmbito, para
enriquecimento de atividades e conhecimentos. A causa não pode ser abraçada
somente por ambientalistas. Cada um também deve fazer a sua parte. Antes
que seja tarde!"
Escola Municipal Princesa Isabel
Prof. Gilson Telles Tel: 395 1613
|
Índice Edição
14
|