REVISTA APPAI EDUCAR - EDIÇÃO 175

OQUEACRISE CLIMATICAESTA ENSINANDOASESCOLAS? DIGITAL Comoasescolaspodemformarcidadãosmaisconscientesdiantedas mudançasclimáticas?Arespostapodeestarmaispertodanatureza Ano28-175-2025-CIRCULAÇÃO DIRIGIDA-DISTRIBUIÇÃOGRATUITA ´ ´ `

Revista Appai Educar Conselho Editorial Julio Cesar da Costa Ednaldo Carvalho Silva Jornalista Editora Antônia Lúcia Figueiredo (M.T. RJ 22685JP) Assistente de Editorial Jéssica Almeida Designer Yasmin Gundim Revisão Sandro Gomes Professores, enviemseus projetos para a redação da Revista Appai Educar: End.: Rua Senador Dantas, 117/229 2º andar – Centro – Rio de Janeiro/RJ. CEP: 20031-911 E-mail: jornaleducar@appai.org.br redacao@appai.org.br www.appai.org.br EXPE DIEN TE

Revista Appai Educar LÍNGUA PORTUGUESA POR SANDRO GOMES* SEMPRE BOM NÃO CONFUNDIR... Nessa edição, como fazemos de tempos em tempos, vamos apresentar alguns casos de palavras de escrita semelhante que não raro deixam dúvidas na hora de compor o texto. Às vezes levando a enganos que podem até comprometer a compreensão e a finalidade comunicativa do texto. Vamos a eles? Caçar / Cassar Quando a palavra é escrita com o uso de cedilha, estamos nos referindo ao ato de praticar uma caça. Já o emprego com dois “esses” (ss) faz referência à ideia de tornar uma coisa nula ou sem efeitos. Vejo os exemplos. É proibido caçar cangurus nessa época. O tribunal deverá cassar(tornar nulos) os seus direitos políticos. Acender / Ascender Um caso que tradicionalmente leva as pessoas a confusões. Acender é sinônimo de “iluminar” ou “incrementar”. O segundo caso se refere à ideia de “subir” ou “elevar-se”. Observe.

Revista Appai Educar A boa jogada acendeu(incrementou) a torcida. Antes de ascender (subir) na empresa, era um simples funcionário. Docente / Discente Aqui não se trata de umhomônimo, mas não sãomenores as dúvidas pramuitos que se dedicamà redação. Uma boa dica para que não haja a confusão é atentar para a origemdas duas palavras, o latim. Docente vem do verbo “docere”, que quer dizer “ensinar”, daí professor, mestre. Já discente temamesma raiz de “discípulo”, logo, se refere aos alunos. Assim. O docente(professor) optou pela aprovação. O corpo discente(de alunos) protestou contra a decisão. Russo / Ruço Muitagentenemsabequeexistemessasduas formas. Então, sevocê sedeparar comuma situaçãodessasnumtexto, fiqueatento. “Ruço” significa “desbotado”, enquanto“russo” é issomesmo quevocêestápensando, ogentílicode quemnasceuouvivenaRússia. Os russos se destacaram nas guerras mundiais. A calça, de tão velha, já estava ruça (sem cor). A moral / O moral Pra finalizar, um caso em que a única diferença está no gênero com que se usa a palavra, numa situação em que o uso do artigo definido se torna fundamental para o entendimento do contexto. Colocada no feminino a palavra “moral” está relacionada a hábitos ou costumes. Já empregada no masculino o vocábulo é sinônimo “ânimo” ou “estímulo”. Veja. A moral (os costumes) dessas pessoas agride o bom senso. O título colocou lá em cima o moral (o ânimo) do elenco. Amigos, por hora é isso. Emoutra ocasião vamos trazer aqui mais questões como essas emque por vezes paira a dúvida quanto ao correto a usar. Estamos aqui pra ajudar para que tais equívocos não ocorramcomvocê. *Sandro Gomes é graduado em Língua Portuguesa, Literaturas brasileira, portuguesa e africana de língua portuguesa, redator e revisor da Revista Appai Educar, escritor e Mestre emLiteratura

Revista Appai Educar A SUPERPROTEÇÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR – DESAFIOS E IMPACTOS NA INCLUSÃO E DESENVOLVIMENTO OPINIÃO POR EMÍLIO FIGUEIRA* A inclusão de pessoas com deficiência no ambiente escolar é um tema amplamente discutido e de extrema importância para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. No entanto, a prática de superproteção desses alunos pode resultar em consequências negativas tanto para eles quanto para os demais estudantes, prejudicando o desenvolvimento daqueles com deficiência, afetar sua integração com os colegas e impedir que todos aprendam e se beneficiem da diversidade. O impacto da superproteção no desenvolvimento social e acadêmico Em sala de aula, se um aluno com deficiência é constantemente poupado de apresentações orais ou atividades em grupo, ele pode perder oportunidades valiosas de aprimorar suas habilidades de comunicação e de socialização. Essas atividades não são apenas componentes do currículo escolar, mas também são fundamentais para o desenvolvimento de competências essenciais para a vida adulta e profissional.

Revista Appai Educar A apresentação oral é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento das habilidades de comunicação. Quando um aluno com deficiência é impedido de participar dessas atividades, ele não tem a chance de praticar e melhorar sua capacidade de falar em público, expressar suas ideias de forma clara e coerente, e responder a perguntas ou feedbacks de seus colegas e professores. A comunicação eficaz é uma habilidade crucial no mercado de trabalho e na vida pessoal, e a falta de prática pode colocar esses alunos em desvantagem significativa. As atividades em grupo proporcionam um ambiente onde os alunos podem aprender a colaborar, negociar e resolver conflitos. Para pessoas com deficiência, essas experiências são ainda mais importantes, pois podem enfrentar desafios adicionais na socialização. A exclusão dessas atividades leva ao isolamento social e à falta de habilidades necessárias para interações positivas com os outros. Essas tarefas em grupo são uma oportunidade para os colegas de classe aprenderem sobre as diferentes capacidades e perspectivas, promovendo um ambiente de maior empatia e compreensão. Em longo prazo, a superproteção pode limitar as oportunidades de integração social e profissional dos alunos com deficiência. No contexto social, a falta de habilidades de comunicação e socialização pode dificultar a formação de amizades e redes de apoio, essenciais para o bem-estar emocional e psicológico. No ambiente profissional, a ausência de experiências práticas com apresentações e trabalho em equipe resulta em dificuldades para colaborar com colegas, apresentar ideias e assumir responsabilidades que envolvam liderança ou comunicação direta. A superproteção também interfere no desenvolvimento da autonomia. Quando alunos com deficiência são poupados de atividades desafiadoras, eles correm o risco de desenvolver uma dependência excessiva de pais, professores ou colegas. Isso impede que eles adquiram a confiança necessária para enfrentar dificuldades por conta própria, tomar decisões e assumir a responsabilidade por suas ações. A autonomia é uma competência fundamental para a independência na vida adulta e sua falta perpetuam ciclos de dependência e limitação.

Revista Appai Educar A escola é ummicrocosmo da sociedade, e as habilidades desenvolvidas nesse ambiente são cruciais para a transição para a vida adulta. Alunos que não têm a oportunidade de praticar e desenvolver tais recursos em um ambiente seguro e de apoio podem enfrentar desafios significativos ao entrarem no mundo adulto. A falta de preparo levará a dificuldades na busca de emprego, manutenção de um trabalho e integração em diferentes contextos sociais. Integração, inclusão no ambiente escolar e estratégias para evitar a superproteção A verdadeira inclusão significa que todos os alunos, independentemente de suas habilidades, têm a oportunidade de participar ativamente e aprender uns com os outros. Isso promove um ambiente de aceitação, respeito e compreensão mútua. A diversidade em sala de aula é benéfica não apenas para as pessoas com deficiência, mas para todos os alunos. Ela promove a empatia, a cooperação e a compreensão das diferenças, preparando os estudantes para viver e trabalhar em uma sociedade diversificada. A interação com colegas com variadas habilidades pode enriquecer a experiência de aprendizado, proporcionando diferentes perspectivas e métodos de resolução de problemas.

Revista Appai Educar *Emílio Figueira é jornalista, psicólogo e doutor em psicanálise. Entre os livros lançados está “Psicologia e inclusão – intervenções psicológicas em pessoas com deficiência” (Wak Editora). Em vez de superproteger, os educadores podem fazer adaptações razoáveis que permitam que os alunos com deficiência participem plenamente sem serem isolados ou excluídos. Isso inclui o uso de tecnologias assistivas, ajustes no ambiente físico ou modificação de tarefas, mantendo o equilíbrio entre suporte e autonomia. É essencial que os professores e demais profissionais da educação recebam formação continuada sobre como apoiar adequadamente alunos com deficiência. Isso inclui entender as diversas necessidades e como promover a autonomia e o desenvolvimento de cada estudante de forma equilibrada.

Revista Appai Educar GERAÇÃO BETA IMPULSIONARÁ UMA REVOLUÇÃO NA FORMA DE TRABALHAR OPINIÃO POR RICARDO DALBOSCO* A geração Beta é a primeira a nascer completamente imersa na Era da Inteligência Artificial (IA). Isso transformará profundamente a forma como se aprende, se trabalha e se relaciona com o mundo. A interação com a IA será natural e essencial, o que levará a questionamentos e mudanças abruptas no modelo educacional atual. No contexto da educação, o papel do docente, quando ainda humano, se modificará. Ele deixará de ser a única fonte de conhecimento e assumirá a função de mediador e provocador de reflexões. O acesso às informações será ilimitado, e os alunos da geração Beta desenvolverão um senso crítico mais aguçado, questionando dados, pessoas, limites e construindo suas próprias interpretações em um ritmo acelerado. No panorama do mercado de trabalho, por sua vez, a competitividade deixará de se basear apenas no acesso aos dados, mas também na capacidade de interpretá-los e utilizá-los para tomadas de decisões mais assertivas. Vivendo em um mundo cada vez mais Vuca (volátil, incerto, complexo e ambíguo) e Bani (frágil, ansioso, não linear e incompreensível), os profissionais precisarão ser flexíveis e adaptáveis a transformações constantes. Desta forma, a geração Beta impulsionará uma revolução na forma de trabalhar, liderar, educar, estudar, buscar entretenimento e monitorar sua saúde física e mental. Assim, com acesso irrestrito às informações e ao poder de escolha, personalização será a palavra de ordem. Eles buscarão carreiras, produtos e serviços altamente customizados, fugindo dos padrões tradicionais estabelecidos desde a Revolução Industrial e seguidos por seus pais.

Revista Appai Educar Com isso, a carreira linear tornou- -se desde já uma realidade ultrapassada. A tendência agora seria a slash career, ou carreira multifuncional, onde um profissional não se limita a uma única atividade ao longo da sua trajetória. “A expectativa de vida aumentou, a aposentadoria se tornou mais difícil emmuitos países e a volatilidade das profissões se intensificou. Assim, depender de um único CNPJ ou função profissional será um risco cada vez maior. Outro fator significativo é que, para a geração Beta (e certamente para as que vierem depois), não faz mais sentido apenas acumular dinheiro ao longo da vida para desfrutá-lo no futuro. Em vez disso, assim como para a geração Z, para a geração Beta a motivação será a liberdade financeira, geográfica e de tempo, priorizando experiências e qualidade de vida. Por isso a dependência de um único empregador e a relação trabalhista tradicional estão sendo ressignificadas desde já. Assim, as empresas que desejam atrair e reter talentos precisarão se adaptar a essas novas expectativas. É fato que a resistência de algumas gerações às mudanças pode ser explicada por questões culturais e de prioridades. Sempre recomendo abrir espaço para o diálogo e o entendimento intergeracional, pois somente julgar sem compreender as potencialidades e fragilidades limita as oportunidades de inovação e progresso. A construção de uma nova era depende da comunicação e colaboração entre todas as gerações, aproveitando-se ao máximo o potencial e as habilidades que cada uma pode oferecer. * Ricardo Dalbosco é palestrante referência em Comunicação e Liderança entre gerações e o Futuro do Trabalho, sendo estrategista de marca pessoal, referência nacional e com experiência em projetar marcas pessoais de profissionais de sucesso de quatro continentes, além de marcas corporativas. É escritor best-seller, conselheiro de empresas, vencedor de prêmios, além de colunista e consultado por diversas mídias de renome nacional. É o maior formador de LinkedIn Top Voices e Creators no Brasil, trabalhou em diversos lugares pelo mundo e é considerado o profissional de confiança de vários executivos, empresários e board members no país.

Revista Appai Educar O QUE A CRISE CLIMÁTICA ESTÁ ENSINANDO ÀS ESCOLAS? Como as escolas podem formar cidadãos mais conscientes diante das mudanças climáticas? A resposta pode estar mais perto da natureza MATÉRIA DE CAPA • POR ANTÔNIA FIGUEIREDO E JÉSSICA ALMEIDA

Revista Appai Educar Nos últimos anos, o aumento na frequência e intensidade de eventos climáticos extremos tem imposto novos desafios a escolas em todo o país. Temperaturas recordes, ondas de calor e chuvas intensas passaram a fazer parte do calendário letivo, exigindo que as instituições de educação se reinventem para garantir não apenas o bem-estar físico dos alunos, mas também a sua saúde emocional e formação cidadã. Emmeio a esse cenário, escolas têm buscado integrar o tema das mudanças climáticas ao currículo, ao mesmo tempo em que implementam ações práticas, como hortas escolares e a valorização de espaços verdes. A recente aprovação da Lei 14.926, que torna obrigatório o ensino das mudanças climáticas e da proteção à biodiversidade nas escolas brasileiras, reforça a urgência dessa transformação. Como essas diretrizes estão sendo aplicadas na prática? Quais estratégias já estão em curso? E de que maneira o ambiente natural ao redor das escolas influencia esse processo? A Revista Appai Educar conversou com especialistas para entender mais sobre o assunto e mostrar como as instituições de ensino podem se adaptar a essas mudanças climáticas. Confira!

Revista Appai Educar Principais desafios enfrentados pelas escolas brasileiras O ano letivo de 2025 começou em um cenário marcado por mudanças climáticas cada vez mais intensas. Calor extremo, escassez hídrica e fenômenos meteorológicos severos deixaram de ser casos isolados e passaram a fazer parte da rotina e das notícias do dia a dia. O coordenador pedagógico do Brazilian International School (BIS), Henrique Barreto Andrade Dias, ressalta que a crise ambiental impõe uma dupla tarefa às instituições de ensino: adaptar-se fisicamente às novas condições e reconfigurar os seus projetos pedagógicos para formar uma geração crítica, resiliente e comprometida com a sustentabilidade planetária. De acordo com ele, o calor extremo tem impacto cognitivo comprovado. Estudos como o de Park et al. (2020), publicado na Nature Climate Change, revelam que o desempenho escolar diminui significativamente durante dias mais quentes. “Neste contexto, pensar a educação desvinculada das questões ambientais é não apenas imprudente, mas inconcebível. Como afirmou o IPCC (2023), as mudanças climáticas já estão afetando negativamente a saúde física e mental de populações, entre as quais se incluem crianças e jovens em idade escolar”, pontua Henrique.

Revista Appai Educar Oespecialista ressalta ainda que a emergência climática não émais um problema do futuro. É uma condição do presente. “Como educadores, temos o compromisso ético de preparar as próximas gerações não apenas para compreender omundo, mas para transformá-lo. Como afirmou Paulo Freire (1996): ‘A educação não transforma omundo. A educaçãomuda as pessoas. As pessoas transformamomundo’. OBrazilian International School assume esse compromisso comseriedade, investindo na construção de uma escola que não apenas resista ao colapso, mas que forme sujeitos capazes de regenerar o planeta”, garante. Sempre à frente nas buscas por soluções queminimizemesses impactos gerados pelo aumento expressivo das temperaturas, sobretudo neste início de ano letivo, a Secretaria de Estado de Educação, através da atual Coordenadora Estadual da Educação Ambiental da Secretaria de Estado da Educação doMaranhão, RéginaGaleno, compartilha algumas ações que vêm intensificando suas práticas no eixo de Formação emEducação Ambiental.

Revista Appai Educar RéginaGaleno detalha as iniciativas emcurso, que buscam integrar toda a comunidade escolar empráticas sustentáveis e reflexivas diante das emergências climáticas. “No eixo Formação emEducação Ambiental os processos formativos oportunizados pela Coordenação de Educação Ambiental da Secretaria de Estado da Educação do Maranhão objetivamdesenvolver ação de formação continuada qualificando gestores, professores, funcionários e estudantes para consolidar a Educação Ambiental como educação de transformação, coma intencionalidade de educar para debates e tomadas de decisões individual e coletiva no que diz respeito às questões socioambientais locais e globais.”.

Revista Appai Educar Ainda segundo RéginaGaleno, uma das açõesmais relevantes neste início de ano é a oferta de uma formação específica sobremudanças climáticas e justiça ambiental. “Entre as ações desenvolvidas está o curso Educação Ambiental e Justiça Climática, comcarga horária de 40h/aula como objetivo de oferecer aos cursistas umambiente de aprendizagemsobre asmudanças. A formação contribui para a construção de conhecimento produtivo, baseado emfatos e dados reais, bemcomo para ações e políticas de enfrentamento, adaptação emitigação das consequentes transformações globais e locais, e resiliência emocional dos alunos.”. A proposta se alinha ao compromisso da rede estadual de ensino com uma educação crítica e transformadora, que vai além do conteúdo em sala de aula e se estende ao enfrentamento dos desafios ambientais contemporâneos. Na visão da diretora pedagógica da Escola Bilíngue Aubrick, Teca Antunes, os principais desafios envolvem adequar a infraestrutura para garantir conforto térmico e segurança, rever rotinas pedagógicas diante de eventos inesperados e criar planos de contingência eficazes. “Temperaturas extremas podem afetar o bem- -estar dos alunos, comprometendo a concentração, a disposição para atividades e até a alimentação. Na nossa escola, aumentamos a atenção a momentos de pausa para hidratação, por exemplo, e cuidamos para que atividades ao ar livre acontecessem emmomentos de menor exposição ao sol”, frisa.

Revista Appai Educar Escola adaptada para resistir a desastres naturais A adaptação das estruturas físicas escolares é uma das primeiras linhas de atuação. O Banco Mundial (2022) recomenda, entre outras medidas, a instalação de sistemas passivos de ventilação, cobertura verde, captação de água da chuva, energia solar fotovoltaica e materiais com isolamento térmico adequado como ações de mitigação e adaptação essenciais em países tropicais. Henrique conta que, no Brazilian International School, estratégias como a instalação de painéis solares e a construção de espaços de sombra com vegetação nativa têm sido implementadas de modo progressivo, integrando infraestrutura e currículo. Régina Galeno destaca que os ambientes verdes, nesse sentido, configuram-se como importantes ferramentas educativas no contexto escolar. “Esse mesmo princípio pode ser aplicado às escolas do campo, especialmente se considerarmos a importância de um currículo escolar que promova a mediação entre a realidade local e os conteúdos abordados em sala de aula”.

Revista Appai Educar Ensino obrigatório nas escolas Com a promulgação da Lei 14.926/2024, torna-se obrigatório o ensino sobre mudanças climáticas e proteção da biodiversidade nas escolas brasileiras a partir de 2025. A legislação responde a uma demanda internacional, alinhando o país a compromissos como a Agenda 2030 da ONU. Segundo a pesquisadora Lucie Sauvé, “a educação ambiental deve assumir uma abordagem crítica, emancipatória e transversal, promovendo a leitura de mundo e não apenas de palavras”. Diante da crise climática global, a obrigatoriedade do tema nas escolas é vista como um passo essencial para preparar as futuras gerações. A legislação contribui para inserir de forma estruturada a educação climática no currículo, promovendo o desenvolvimento de competências voltadas à prevenção, adaptação, análise de riscos e preparação para situações emergenciais. É o que relata Régina Galeno.

Revista Appai Educar “A Lei n° 14.926/24, que torna obrigatório o estudo das mudanças climáticas e da proteção da biodiversidade nas escolas brasileiras, introduz a educação climática no currículo escolar, garantindo a aprendizagem sobre prevenção, adaptação, riscos e preparação para situações emergenciais. Destaca- -se, nesse processo, a necessidade de escolas sustentáveis e resilientes — aquelas que educam por meio do espaço físico, do currículo e da gestão, promovendo uma educação marcada por novos olhares e atitudes, enraizadas no diálogo, na esperança e nas partilhas coletivas.”. Galeno enfatiza inclusive que essas escolas também provocam beleza, cuidado, respeito, inclusão, acolhimento e apoio socioemocional. “Ou seja, devem se consolidar como espaços que estabelecem pontos de reflexão sobre as questões climáticas e criam ações concretas para o enfrentamento de eventos extremos, promovendo ainda o gerenciamento do estresse e da ansiedade.”. Como exemplo de iniciativa pública alinhada a esse objetivo, o Governo do Maranhão desenvolve o Programa de Educação Ambiental, acolhido no Plano Plurianual (PPA) 2024-2027, tendo como objetivo propor ações de Educação Ambiental Formal nas escolas da rede estadual, em todos os níveis e modalidades de ensino, atuando em três eixos de trabalho: 1 - Formação em Educação Ambiental; 2 - Fortalecimento das práticas sustentáveis nas escolas; 3 - Implantação de espaços e escolas sustentáveis. A proposta reforça o compromisso do poder público com uma educação transformadora, que prepara os estudantes para enfrentar os desafios ambientais do presente e do futuro com conhecimento, empatia e ação. O coordenador pedagógico Henrique Barreto Andrade Dias afirma que o Brazilian International School (BIS) tem incorporado a temática de forma interdisciplinar, com projetos de investigação científica, trilhas ecológicas e vivências que conectam os alunos às dimensões éticas, políticas e socioambientais da crise climática.

Revista Appai Educar A diretora pedagógica da Aubrick, Teca Antunes, reforça que, em sua unidade escolar, o tema das mudanças climáticas é trabalhado de forma integrada e contínua no currículo. “No Ensino Médio, há disciplinas específicas sobre o assunto, como ‘História e Ciência das Mudanças Climáticas’ e ‘Observatório Amazônico’. Desenvolvemos anualmente projetos investigativos sobre biodiversidade, uso da água e preservação dos ecossistemas. Na Educação Infantil, experiências práticas com horta, composteira e elementos naturais fazem parte do cotidiano. Defendemos uma abordagem que leve os alunos a compreender a complexidade da crise climática e a agir de forma crítica e propositiva.”.

Revista Appai Educar Políticas públicas que apoiam as escolas Entre as principais políticas públicas em vigor, destacam-se o Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima (MMA, 2016), a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9.795/1999) e os incentivos do FNDE para infraestrutura sustentável. Contudo, a articulação efetiva dessas políticas no cotidiano das escolas ainda depende de articulação, financiamento contínuo e formação docente. Resiliência emocional diante das adversidades climáticas O coordenador pedagógico destaca que, para além das estruturas e dos currículos, há uma dimensão emocional que não pode ser ignorada. Eventos extremos afetam diretamente a saúde mental de crianças e adolescentes. Segundo o relatório Mental Health and Climate Change (Unicef, 2021), “as mudanças climáticas provocam estresse crônico, ansiedade antecipatória e sensação de impotência entre os jovens”. Diante de tal cenário, promover resiliência emocional tornou-se parte da prática pedagógica. Henrique destaca que na escola onde atua são desenvolvidas rodas de conversa, práticas de mindfulness e atividades de escuta qualificada que ajudam os alunos a nomearem e elaborarem as suas angústias diante da instabilidade climática.

Revista Appai Educar Espaços verdes no ambiente escolar Outras práticas que funcionam nas escolas são as hortas e os jardins pedagógicos. Além de servirem como estratégia de mitigação, com efeitos microclimáticos positivos, também ensinam a regeneração e o cuidado com a vida. Henrique aponta para um estudo em que se afirma: “estudantes expostos regularmente a espaços verdes apresentammelhores índices de atenção, comportamento pró-social e desempenho acadêmico”. Na escola onde atua esses espaços são integrados ao currículo de Ciências e Educação Ambiental, promovendo uma aprendizagem ativa, sensorial e contextualizada. Ao contextualizar a temática, Régina Galeno, Coordenadora Estadual da Educação Ambiental da Secretaria de Estado da Educação do Maranhão, defende que as hortas escolares e espaços verdes – dentro ou ao redor das escolas – podem contribuir significativamente para minimizar esses impactos. “No eixo Fortalecimento de Práticas Sustentáveis nas escolas há o apoio para construção de hortas escolares propiciando aos estudantes a vivência e o contato com os recursos naturais, despertando posturas responsáveis diante do meio ambiente, valorizando o trabalho em equipe e contribuindo para o processo ensino- -aprendizagem. O eixo é um importante instrumento de regulação da ansiedade, pois proporciona momentos de lazer e distração, de vida ao ar livre e em contato com a natureza”, assegura.

Revista Appai Educar Além de validar a presença desses ambientes, Teca Antunes explica muitas de suas funções. “Esses espaços ajudam a regular o microclima da escola, amenizando o calor e melhorando a qualidade do ar. Além disso, promovem o contato direto com a natureza e seu cuidado, essencial para o bem-estar físico e emocional dos alunos. As hortas, em especial, incentivam a alimentação saudável, o respeito ao ciclo da vida e o entendimento prático sobre sustentabilidade e reaproveitamento de recursos. São também ambientes de aprendizado interdisciplinares, que conectam ciências, matemática, artes e cidadania.”. Escolas em áreas rurais apresentam vantagens? E por falar em hortas e espaços verdes, as escolas localizadas em áreas rurais tendem a ter acesso facilitado à vegetação, solos cultiváveis e recursos hídricos naturais, o que costuma favorecer uma maior resiliência climática. Na visão de Régina Galeno, não se trata de diferenciar escolas localizadas na zona rural e aquelas situadas no espaço urbano, no que diz respeito à abordagem da Educação Ambiental. “Portanto, é necessário, primeiramente, refletir sobre essa ausência de diferenciação, uma vez que, mesmo nas escolas urbanas, é possível implementar estratégias e instrumentos que contribuam para a consolidação dos objetivos da Educação Ambiental e promovam a justiça ambiental no espaço escolar.

Revista Appai Educar Essas estratégias, segundo Galeno, podem se basear na utilização de lugares como parques e jardins escolares, que permitam o envolvimento pedagógico de crianças e jovens em ações educativas voltadas ao cuidado com o meio ambiente. Portanto, a centralidade da Educação Ambiental está na proposta pedagógica das escolas, e essa abordagem permite uma maior aproximação dos estudantes com os saberes tradicionais e com o meio ambiente. Já Henrique, destacando a ideia expressa por vários pesquisadores, afirma que “essa vantagem ecológica muitas vezes é neutralizada por um histórico de abandono em termos de investimento público e infraestrutura educacional”. Ele ressalta que ainda assim essas escolas podem se tornar laboratórios vivos de práticas agroecológicas, com forte potencial para articular saberes tradicionais e ciência contemporânea em prol da sustentabilidade.

Revista Appai Educar A diretora pedagógica Teca Antunes observa que, embora enfrentemmais desafios, instituições de ensino em áreas urbanas também podem cultivar uma educação ambiental significativa. “Essas escolas costumam ter acesso mais direto a recursos naturais, espaços amplos e menos áreas impermeabilizadas, o que pode facilitar a implementação de práticas sustentáveis como compostagem, hortas e reaproveitamento de água. A proximidade com a natureza também favorece o desenvolvimento de uma consciência ambiental vivencial, com impactos positivos no engajamento dos alunos. Já aquelas em áreas urbanas terão que construir caminhos para garantir que seus alunos também desenvolvam as habilidades relacionadas à resiliência climática tão necessárias atualmente. Saídas pedagógicas e estudos do meio são estratégias que colocam os estudantes em contato direto com a natureza e que produzem efeitos muito importantes na reflexão dos alunos sobre o tema em função da vivência que experimentam”, afirma. Participação ativa da comunidade escolar ParaHenrique, aparticipaçãodacomunidadeescolarédecisivaparaaeficácia deaçõesadaptativas. SegundoaUnesco (2021), “escolasqueenvolvemfamílias, organizações locaiseconselhosescolares emseusprojetosambientais têmmaior sucessona implementaçãoecontinuidadedesuasações”.OBrazilianInternational School (BIS) temfortalecidoesseeixo pormeiodeprojetos,mostrasculturaise parceriascomuniversidades.

Revista Appai Educar NaEscolaBilíngueAubrick, TecaAntunesdestacaqueeducarparaasustentabilidadeétambémfortalecer redesde apoio.Oenvolvimentodacomunidade escolaracontecepormeiodecampanhas, açõespráticaseeventosqueaproximamas famíliasdasdiscussõesambientais. Aescolapromovemutirõesde limpeza, oficinasdereaproveitamentoe parceriascomcooperativaseONGs, integrandofamíliasecomunidadeemsoluçõessustentáveiscomimpactocoletivo. Quer saber mais? NaRevistaAppai Educar, jápublicamosum e-book exclusivosobreEducaçãoAmbiental, explorandoosdesafios, estratégias eopotencial transformador dessaabordagemessencial paraoensinocontemporâneo. Tambémproduzimosumamatériaespecial sobreo impactodasmudanças climáticasna sala deaula,mostrandocomooaumento das temperaturas eeventosnaturais extremospodemafetar odesenvolvimentoeaaprendizagemdos estudantes. E você, professor? Já colocou esse tema emprática? Sua escola temadotado alguma iniciativa para enfrentar os efeitos dasmudanças climáticas? Compartilhe sua experiência coma nossa equipe pelos e-mails redacao@ appai.org.br ou jornaleducar@appai. org.br. Vamos adorar conhecer e divulgar o seu trabalho! Fontes: • Régina Galeno é a atual Coordenadora Estadual da Educação Ambiental da Secretaria de Estado da Educação do Maranhão (Seduc). Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Especialista emMetodologia emDocência do Ensino Superior pelo Centro de Ensino Unificado do Maranhão (Ceuma), também atuou como Conselheira do Conselho Estadual de Educação de 2015 a 2023. • Teca Antunes • Henrique Barreto

Revista Appai Educar DAS TELONAS PARA A SALA DE AULA Projeto Cine Clube inova ao preparar os alunos para vestibulares e redações, indo além das análises tradicionais INTERDISCIPLINARIDADE POR ANTÔNIA FIGUEIREDO

Revista Appai Educar Nascido no final do século XIX, o cinema transformou- -se em uma das principais formas de entretenimento e expressão artística. Pois, além de revolucionar a cultura e a comunicação, o cinema influenciou a educação, a política e a percepção do mundo. Com o tempo, tornou-se ummeio essencial para transmitir conhecimento e estimular debates sobre temas relevantes, consolidando-se como uma vigorosa linguagem universal, sendo atualmente uma poderosa ferramenta de preparação, capaz de entreter e, ao mesmo tempo, provocar reflexões sobre história, sociedade e cultura.

Revista Appai Educar Com uma abordagem inovadora, o projeto Cine Clube, idealizado pelos professores Daniel Varella e Marcela Mercedes, para alunos do Ensino Médio, se distancia da tradicional análise cinematográfica, oferecendo uma experiência única e enriquecedora dentro e fora da sala de aula. Ao invés de discursos monótonos e jargões técnicos, o objetivo do projeto, de acordo com os idealizadores, é ampliar o repertório cultural do aluno, além de prepará-lo para questões de vestibular e redação. “A intenção do projeto é tornar os estudantes mais ricos culturalmente, interpretando de maneira mais sofisticada linguagens e conteúdos, fazer com que exercitem de maneira mais contundente a ferramenta de correlacionar informações de áreas distintas, refletir e criar uma linha de raciocínio coesa e argumentativa de maneira singular”, pontua Daniel.

Revista Appai Educar Filmes, um aprendizado marcante Marcela enfatiza que, quando utilizada de forma pedagógica, a narrativa do cinema amplia o repertório dos estudantes, estimula o pensamento crítico e favorece conexões com diferentes áreas do conhecimento. Nesse contexto, projetos que unem audiovisual e educação tornam-se essenciais para engajar os alunos de maneira dinâmica e acessível. É exatamente essa a proposta do Cine Clube, um conjunto de videocasts que transforma a análise de filmes em um aprendizado marcante, promovendo debates que vão além das telas. “Eles também exploram a cinematografia, analisando a linguagem cinematográfica e compartilhando curiosidades de bastidores, bem como suas opiniões sobre a obra. Dessa forma, o podcast amplia o repertório cultural dos alunos e exercita suas capacidades de senso crítico, promovendo um desenvolvimento interdisciplinar e praticando interpretações de linguagem”, explica Marcela, pontuando que, para apoiar essa aprendizagem, os alunos utilizam uma apostila que contém um resumo dos principais pontos, questões de múltipla escolha semelhantes às do vestibular e uma outra, aberta, que estimula o aluno a refletir sobre o que aprendeu, fazendo conexões entre esses temas e outros da contemporaneidade.

Revista Appai Educar Integração com bons resultados Ao integrar a análise cinematográfica ao conteúdo pedagógico, de maneira interdisciplinar, o projeto Cine Clube visa proporcionar aos alunos uma prática que os leve a uma visão de mundo mais ampla e crítica, aprendendo a interpretar diferentes linguagens e relacionar temas diversos. É o que garante Marcela e Daniel. “Podendo, assim, ter uma excelente gama de assuntos bem estruturados e frescos na memória, se preparando de maneira excepcional para qualquer tema de vestibular e se tornando cidadãos multifacetados e inteirados dos temas mais importantes que vivemos na sociedade atual”, afirmam os professores.

Revista Appai Educar Ao longo do projeto, as atividades interdisciplinares foram cuidadosamente adaptadas para cada série do Ensino Médio, proporcionando uma reação educativa progressiva e envolvente. No primeiro ano, as turmas participaram de dinâmicas que introduziram eventos históricos e contextos culturais de maneira narrativa e lúdica, facilitando a compreensão e despertando o interesse dos alunos. Avançando para o segundo ano, os estudantes se debruçaram sobre acontecimentos históricos de maior relevância e suas repercussões, promovendo debates que estimularam análises mais profundas e críticas. No terceiro ano, a ênfase foi direcionada para eventos contemporâneos e suas implicações sociais e políticas, preparando os alunos para enfrentar questões atuais com discernimento e responsabilidade, relembra Marcela.

Revista Appai Educar A receptividade positiva nas escolas Segundo Daniel, a culminância do projeto destacou-se pelo uso de materiais dinâmicos, especialmente podcasts conduzidos por mediadores jovens que utilizam uma linguagem atual. Essa abordagem visa manter o engajamento dos alunos, considerando os desafios contemporâneos relacionados à concentração. “A receptividade positiva nas escolas reforça o caráter inovador da iniciativa, que enriquece o repertório cultural dos estudantes enquanto os prepara de forma abrangente para os vestibulares”, frisa. Os resultados alcançados pelo projeto têmsido extremamente positivos, contamos idealizadores, baseados sobretudo nos feedbacks entusiásticos de mantenedores e coordenadores, que destacama proposta inovadora e acessível. “A integração de podcasts conduzidos pormediadores jovens, utilizando uma linguagematual, temsido eficaz emmanter o engajamento dos alunos, ampliando seu repertório cultural e preparando-os para os vestibulares”, comenta Daniel, realçando que cada capítulo das apostilas inclui uma questão de vestibular relacionada ao filme discutido, reforçando a aplicação prática dos conteúdos abordados.

Revista Appai Educar Leve essa experiencia para a sua escola A idealizadora Marcela assegura que a presença de projetos culturais no ambiente escolar é fundamental para o desenvolvimento integral dos estudantes, enriquecendo seu conhecimento e contribuindo para a formação de cidadãos críticos e conscientes. E você, diretor ou coordenador pedagógico, que queira levar esse projeto para a sua unidade escolar, para que seus alunos vivenciem essa imersão proporcionada pelo Cine Clube, basta entrar em contato com a professora Marcela, através do e-mail cineclubeschool@gmail.com ou pelo telefone (21) 98000-8474 Fonte: – Marcela Mercedes trabalhou diversos anos no mercado da educação, passando pelas maiores holdings de ensino do país, foi professora, atuou na área de coordenação pedagógica e é uma grande entusiasta do ensino inovador e que pensa fora da caixa para atender o aluno contemporâneo. – Daniel Varella começou sua carreira como professor, mas se profissionalizou trabalhando no meio da comunicação. Se considera cinéfilo e teve um podcast de sucesso sobre o tema. Os dois resolveram juntar suas paixões para criar ummaterial potencializador que entretenha os alunos, os engaje e tenha uma grande eficácia ao ensinar o conteúdo.

Revista Appai Educar JARDIM DO ALÍVIO Horta medicinal na escola ensina autocuidado e promove a conscientização sobre a saúde menstrual CIÊNCIAS POR JÉSSICA ALMEIDA

Revista Appai Educar Diante da falta de informações sobre saúde menstrual e do uso frequente – e muitas vezes inadequado – de medicamentos por crianças e adolescentes, o Colégio Sistema Elite de Ensino, em Campo Grande, desenvolveu um projeto inovador: uma horta medicinal na escola. A iniciativa une educação ambiental, práticas sustentáveis e cuidados com a saúde de forma acessível e transformadora.

Revista Appai Educar A proposta é ensinar os alunos sobre o autocuidado, com foco especial na saúde menstrual, e apresentar alternativas naturais para o alívio de cólicas. Além disso, a horta também é um espaço para aprender sobre o uso consciente dos recursos naturais, incluindo compostagem e cultivo sustentável, reforçando a conexão entre bem-estar pessoal e o cuidado com o planeta. A professora Ana Beatriz Dias de Lara Siqueira, responsável pelo projeto, explica que o espaço é dedicado ao cultivo de plantas medicinais com propriedades reconhecidas para o alívio das cólicas menstruais. Segundo ela, além de educativo, o jardim se tornou um lugar acolhedor e tranquilo, onde os alunos podem colher ingredientes para preparar chás. O projeto foi dividido emdiversas etapas. Tudo começou comuma pesquisa sobre o conhecimento dos estudantes a respeito da saúdemenstrual e a escolha das plantas mais adequadas para esse cuidado. Em seguida, veio o planejamento do jardim, com participação ativa dos alunos no desenho do espaço e na escolha das espécies. Na fase de implementação, os estudantes colocaramamão na terra: realizaramo plantio, ajudaram na compostageme cuidaramdamanutenção da horta. Todo o processo foi colaborativo e promoveumuito aprendizado prático. Depois, foram realizadas oficinas e eventos, como uma aula prática sobre o uso das ervas medicinais para o alívio menstrual. A etapa final foi dedicada ao acompanhamento do crescimento das plantas e à avaliação do impacto do projeto. A professora Ana Beatriz comemora os resultados. “Conseguimos mostrar, com base científica, o potencial terapêutico dos vegetais medicinais como alternativa natural e acessível para o alívio das cólicas menstruais”, afirma.

Revista Appai Educar Plantas para tratamento de cólicas menstruais Camomila Partes usadas: inflorescências. Uso popular: o infuso das flores é usado internamente em cólicas infantis, menstruais e pós-parto. Também é utilizado para distúrbios gastrointestinais e triagens em geral. Composição química: é relatada a presença de diversas flavonas e flavonóis. Erva-doce Partes usadas: frutos e sementes. Uso popular: muito utilizada contra resfriado, tosse, bronquite, febre, cólicas, inflamações, má digestão, flatulência, perda do apetite, para combater cólicas e dores de cabeça, e como repelente de insetos. Composição química: eugenol e estragol, que têm ação anestésica, relaxante muscular e anticonvulsivante. Fonte: Horto Didático HU/CCS ColégioSistemaElitedeEnsino -UnidadeCampoGrande2 Rua Regina, 515 – Senador Vasconcelos – Rio de Janeiro/RJ CEP: 23013-520 Tel.: (21) 3403-5558

Revista Appai Educar EDUCAÇÃO ATRAVÉS DO ENTRETENIMENTO CONEXÃO EDUCAR POR JÉSSICA ALMEIDA

Revista Appai Educar Descubra como utilizar narrativas audiovisuais para aprofundar o entendimento de disciplinas e enriquecer o processo educativo dos estudantes F ilmes, séries e animações são uma estratégia pedagógica poderosa para engajar jovens e adolescentes de forma dinâmica e inclusiva. Na “Conexão Educar”, nova editoria da Revista Appai Educar, você vai encontrar dicas de conteúdos audiovisuais e digitais para te inspirar em sala de aula. Além de facilitar o entendimento de disciplinas, esse tipo de conteúdo conecta os alunos a diferentes culturas e perspectivas. Por meio das narrativas visuais, os estudantes são expostos a tradições, idiomas e modos de vida diversos, desenvolvendo uma visão mais ampla sobre o mundo. Confira as sugestões desse mês! O Grande Dia (documentário): acompanha jovens de diferentes partes do mundo em busca de sonhos e realizações, muitas vezes relacionados a estudos e ciência. Trata temas como superação e o impacto desses conhecimentos na vida. O conteúdo pode ser trabalhado em ciências e biologia.

Revista Appai Educar O Nome da Rosa (filme): ummonge investiga uma série de mortes misteriosas em uma comunidade isolada durante a Idade Média. Aborda temas como história medieval, religião, poder e literatura. Pode despertar o interesse pela leitura de clássicos e pela análise de textos complexos. O filme pode ser trabalhado nas disciplinas de história, literatura e filosofia. The Good Place (série): depois de morrer, a egocêntrica Eleanor é enviada por engano ao lado bom do Além. Agora ela está determinada a se tornar uma pessoa melhor para continuar lá. Uma comédia que explora conceitos de moralidade e escolhas éticas, com debates que podem ser aplicados à literatura. A série pode ser trabalhada nas disciplinas de Língua Portuguesa e Literatura. A Educação que Desejamos: Novos Desafios para a Educação Básica (livro): José Pacheco, criador da Escola da Ponte, fala sobre práticas pedagógicas inovadoras e a importância da autonomia dos alunos. O livro trata da busca por uma educação mais humanizadora, com foco no protagonismo dos estudantes.

Revista Appai Educar Tim e o Kimono Mágico (livro): uma fábula cheia de inspiração, escrita por Tathi Passos, que conta a história de Tim e o seu kimono mágico. Uma mensagem poderosa para ensinar aos pequenos que eles podem alcançar qualquer coisa, desde que tenham confiança e persistência. Carina Fragozo (Instagram e Youtube): a professora de inglês e criadora do English in Brasil compartilha dicas do idioma em suas redes sociais. Com temas sempre atuais, ela traz conteúdos úteis de maneira simples e descontraída. Tornando, de forma interativa, a língua inglesa acessível para todos. Curtiu, professor? Se você tem alguma dica que adoraria ver aqui, não deixe de enviar para a gente pelo e-mail redacao@appai.org.br. Vamos adorar compartilhar as suas sugestões! Fontes: Consultoria de Paulo Rogerio Rodrigues de Souza (Escola Bilíngue Aubrick), Juliana Nico (Escola Internacional de Alphaville) e Aline Souza (Brazilian International School).

Revista Appai Educar Professor, quer ver seu projeto pedagógico publicado na Revista Appai Educar? Envie um e-mail para redacao@appai.org.br e nos conte sua metodologia. Estamos ansiosos pelo seu material! Clique aqui e envie

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