DIGITAL Descubracomoaplicar essaabordagemno ambienteescolaresede fatoelatemacontecido nocotidianodo educador Ano28-173-2025-CIRCULAÇÃO DIRIGIDA-DISTRIBUIÇÃOGRATUITA
Revista Appai Educar Conselho Editorial Julio Cesar da Costa Ednaldo Carvalho Silva Jornalista Editora Antônia Lúcia Figueiredo (M.T. RJ 22685JP) Assistente de Editorial Jéssica Almeida Designer Yasmin Gundim Revisão Sandro Gomes Professores, enviemseus projetos para a redação da Revista Appai Educar: End.: Rua Senador Dantas, 117/229 2º andar – Centro – Rio de Janeiro/RJ. CEP: 20031-911 E-mail: jornaleducar@appai.org.br redacao@appai.org.br www.appai.org.br EXPE DIEN TE
Revista Appai Educar LÍNGUA PORTUGUESA POR SANDRO GOMES* ENTENDENDO ALGUMAS FORMAS DO SUJEITO Pra além de estudar os sujeitos das orações em suas funções mais características, como ser simples, composto, inexistente etc., é importante também entender outras formas mais sutis em que essa função sintática se apresenta. Vamos na nossa coluna de hoje abordar alguns desses aspectos.
Revista Appai Educar Sujeito oracional Nesse caso o sujeito não é um termo, simples ou composto, formados por vocábulos, mas uma oração. Veja: Faltava derrubar tudo no chão. Repare que o autor da ação de “faltar” é toda uma oração. Poderíamos dizer: “Derrubar tudo no chão era o que faltava”, por exemplo. Uma boa maneira de se certificar que uma oração desempenha a tarefa de sujeito é substituí-la pelo pronome “isto”. Observe. Faltava derrubar tudo no chão→ Faltava isto. (Ou “Isto faltava”) Sujeito como infinitivo Em alguns casos o sujeito é desempenhado por palavras no infinitivo. O detalhe é que, quando houver mais de um sujeito desse tipo, a concordância ocorrerá no singular. Estudar e cantar é o meu legado. Apesar de serem dois sujeitos (estudar e cantar), o fato de estarem no infinitivo conduz a que não se faça a concordância no plural. Situação diferente ocorreria se os dois sujeitos no infinitivo estivessem precedidos por artigo. Veja. Oestudar e ocantarsão omeu legado. Sujeito Desinencial O nome é pomposo, mas se trata de algo bastante simples. Ele ocorre quando o sujeito não aparece explicitamente na oração, mas é evidenciado por uma partícula presente no verbo (desinência). Acompanhe. Voltaremos à questão anterior. Se fizermos a decomposição da forma verbal acima teríamos o seguinte. Volt (radical) + a (vogal temática) + re (desinência que indica o futuro do indicativo) + mos (desinência que indica a pessoa que fala) Nesse caso sabemos que o sujeito é o “nós” por causa dessa desinência, já que nem o próprio pronome está explícito na oração.
Revista Appai Educar *Sandro Gomes é graduado em Língua Portuguesa, Literaturas brasileira, portuguesa e africana de língua portuguesa, redator e revisor da Revista Appai Educar, escritor e Mestre emLiteratura Sujeito na voz passiva Uma palavra pode mudar de função sintática quando colocada em frases diferentes, ainda que o contexto de ambas permaneça o mesmo. Repare as orações a seguir. Casas são vendidas aqui Aqui vendem-se casas. O contexto é absolutamente o mesmo, mas note que a palavra casas, que é o sujeito no primeiro exemplo (que está na voz passiva analítica), passa a ser objeto direto e não mais sujeito quando a voz, apesar de permanecer passiva, é expressa na sua forma sintética, como se pode ver no segundo exemplo. São minúcias da língua que a tornammais atraente e bela, por isso a necessidade de estudar sempre para conhecer cada vez melhor o nosso idioma. Até a próxima, pessoal!
Revista Appai Educar A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO AMBIENTE ESCOLAR OPINIÃO POR RICHARD MUNHOZ* A dimensão lúdica na educação infantil facilita uma abordagem pedagógica que abrange a construção do conhecimento, a comunicação verbal, a reflexão e o significado das experiências. O aspecto lúdico é um elemento essencial na infância na vida de qualquer pessoa. A perspectiva sobre o lúdico deve ser abrangida não apenas como uma forma de entretenimento, mas como um componente significativo no processo educacional durante os primeiros anos de vida, afinal de contas é brincando que a aprendizagem acontece. A criança passa a se comunicar de forma mais fluida, a escutar, a respeitar e a contestar diferentes pontos de vista, exercitando sua capacidade de liderança, além de ser liderada e dividindo a alegria de brincar. O brincar é um recurso educacional que permite à criança investigar o mundo ao seu redor, enfrentar medos e decepções, além de estimular sua criatividade e imaginação, favorecendo, portanto, um desenvolvimento socioemocional e cognitivo mais integrativo durante a infância. Ademais, as brincadeiras favorecem a expressão da criança e facilitam a interação com os outros, contribuindo para uma socialização mais eficaz entre seus companheiros. Assim, o aspecto lúdico serve como uma abordagem educacional que valoriza a liberdade de expressão e a criatividade, estimulando, dessa maneira, todas as habilidades essenciais para o desenvolvimento cognitivo da criança. O uso de atividades lúdicas é uma estratégia pedagógica fundamental para facilitar o aprendizado das crianças na educação infantil. Os jogos transmitem conhecimento por
Revista Appai Educar meio de suas regras, permitindo a exploração do entorno. Eles oferecem uma forma de aprendizagem agradável e relevante, contribuindo para a aquisição de novos saberes. Os jogos e as atividades lúdicas contribuem para o desenvolvimento dos aspectos cognitivos e sociais da infância. Ao brincar, a criança começa a formar uma conexão significativa com os brinquedos que utiliza. Brincar está intimamente ligado à aprendizagem; na verdade, é um caminho para aprender. É através das brincadeiras que se fundamentam os conhecimentos que, mais tarde, permitirão à criança absorver conceitos mais avançados. O aspecto lúdico possui uma função educativa. Reconhecer a importância da cultura lúdica na infância é fundamental. Oferecer à criança oportunidades de brincar é proporcionar meios expressivos que estimulem o aprendizado e favoreçam seu desenvolvimento integral na vida. A atividade lúdica desempenha um papel fundamental na aprendizagem e no crescimento das crianças na educação infantil, uma vez que fa- * Richard Munhoz é psicanalista clínico e infantil, especialista em Análise e Interpretação do Desenho, psicopedagogo, neuropsicopedagogo, mestre e doutor em Ciências Médicas. Autor do livro “Análise e interpretação dos desenhos – Utilização dos testes projetivos nas clínicas psicanalítica e psicopedagógica” (Wak Editora). vorece o progresso pessoal e social de forma significativa e agradável. As atividades recreativas auxiliam na formação delas, no seu crescimento pessoal e, por consequência, no fortalecimento de uma autoestima saudável. Observa-se que os pequenos desenvolvem a habilidade de gerenciar suas emoções e a identificar seus próprios sentimentos, assim como os dos outros. Eles também têm a oportunidade de exercitar a liderança. Ademais, valores como respeito, empatia e tolerância são aprendidos. Podemos abordar também a relevância de utilizar desenhos como uma forma de expressão lúdica e de pensamento criativo. Além disso, há a oportunidade para que a criança explore seu mundo interno, podendo externar seus sentimentos e traços de personalidade por meio das linhas e formas que cria. Pesquisadores na área de análise e interpretação de desenhos afirmam que essa técnica é extremamente útil para entender determinados comportamentos inadequados que podem surgir durante a infância.
Revista Appai Educar FALANDO SOBRE A SÍNDROME DE DOWN OPINIÃO POR ROGÉRIO DRAGO* O Dia Internacional da Síndrome de Down é comemorado em 21 de março. Boa oportunidade para falarmos sobre o assunto. Este artigo busca discutir alguns aspectos acerca da educação de crianças com a síndrome no contexto da escola comum. No tocante à aprendizagem relacionada ao ensino regular de crianças com deficiência no Brasil, percebo que há uma descontinuidade de ações. Essa descontinuidade está relacionada, por exemplo, à falta de investimento na formação inicial e continuada dos profissionais da educação; à falta de uma política educacional séria, que acaba, muitas vezes, colocando a culpa pelo fracasso escolar no aluno e/ ou na família (em suas mais variadas conformações); a falta do incremento da infraestrutura física e material das escolas, muitas vezes sucateadas, com poucos recursos de aprendizagem, materiais obsoletos, dentre outras precariedades que culminam
Revista Appai Educar com uma desqualificação da ação docente referente à aprendizagem do aluno, até porque, se o professor não se atualiza, como poderá atualizar seu aluno? Pensar a aprendizagem dos alunos que compõem o público-alvo da educação especial hoje, é pensar numa vasta gama de processos que vão muito além da escola em si, pois o lócus de aprendizagem é muito mais amplo do que o prédio escolar. Sobre o desenvolvimento das metodologias em favor da aprendizagem voltada para crianças e adultos com Síndrome de Down, se atentarmos que esta síndrome é a principal causa genética da deficiência intelectual no Brasil, como vários estudos têm demonstrado, temos que pensar que, ao estar fora da escola e dos processos sistemáticos de ensino e aprendizagem, esses sujeitos sociais estão tendo seu direito à educação, preconizado pela Constituição Federal de 1988, negado. Se esse direito não está sendo respeitado, tem-se deixado de lado uma parcela significativa da população brasileira. Em outros países tão desenvolvidos quanto o Brasil, esses indivíduos estão nas escolas, estão trabalhando, estão exercendo sua cidadania de modo amplo e irrestrito. O que acontece no Brasil é, infelizmente, um processo cruel de discriminação a tudo aquilo que foge ao suposto padrão de perfeição, que emminha opinião não existe. No Brasil excluem-se, por imaginários sociais equivocados, o índio, o negro, a mulher, o que não professa uma religião de matriz cristã e as pessoas com deficiência. Na verdade, não há uma metodologia para ensinar pessoas com deficiência, há uma mudança de postura perante as pessoas. Ou seja, se eu acredito no potencial das pessoas independente de quaisquer características de ordem social, física, sensorial, intelectual, dentre outras, eu desenvolvo um processo educacional que valoriza esse sujeito. Entretanto, se eu não acredito no potencial em função de uma pseudoverdade que vem escrita muitas vezes em um laudo feito de qualquer modo, não adianta método algum, que nada mudará. A inclusão não requer métodos, mas postura democrática, estudo, planejamento, políticas públicas sérias, não brincar de escolinha. Pela legislação brasileira, que por sinal é uma das mais atuais e inclusivas do mundo, desde a Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96 – passando por decretos, resoluções e políticas educacionais até o novo Plano Nacional de Educação e o Estatuto da Pessoa com deficiência –, temos per-
Revista Appai Educar cebido um trajeto de aprimoramento e entendimento (ao menos na lei) do que seja o processo educativo das pessoas que hoje compõem o público-alvo da educação especial. Essa legislação deixa claro quais são os deveres da Federação, dos estados, municípios e escolas no tocante à educação desses indivíduos. Entretanto, sabemos que no Brasil as coisas seguem caminhos muitas vezes ambíguos e paradoxais, ou seja, não se concretizam como preconizado pela Lei. Dentre os apoios oferecidos, a legislação é clara em relação ao Atendimento Educacional Especializado; às propostas de acesso, permanência e saída com sucesso da escola; às propostas de formação inicial e continuada dos diferentes profissionais da educação, dentre outras ações inclusivas. O problema é novamente a postura diante da diversidade. Se eu não acredito no potencial, para que investir recursos? Tanto as escolas quanto os profissionais da educação estão meio perdidos, já que quase sempre são culpabilizados. Mas esquece-se de que, se o poder público breca ações, a escola fica engessada. Nas escolas públicas, quem distribui os recursos, quem é responsável pela formação continuada, construção e reforma de escolas, contratação de professores, implementação de atendimento educacional especializado, dentre outras ações, é o poder executivo. Nas escolas privadas, é o dono da escola. Assim, os professores muitas vezes ficam de mãos atadas. O que pode e deve ser feito é uma conscientização de que a educação é direito de TODOS, independentemente de qualquer peculiaridade supostamente impeditiva. Conheço muitos casos de pessoas com síndrome de Down que “nadaram contra a corrente”. São indivíduos que encontraram escolas inclusivas, professores inclusivos, profissionais que percebiam o sujeito para além da casca, que viam potencialidade nessas pessoas. Temos vários estudos que demonstram isso. Eu orientei um trabalho de mestrado que mostrava o potencial inclusivo vivido por um bebê com síndrome de Down na educação infantil. Se fizermos uma pesquisa nos bancos de dissertações e teses disponíveis na Capes, no Scielo, dentre outros bancos de programas de pós- -graduações, veremos muitos estudos que mostram o sucesso de ações educacionais sérias e compromissadas, tendo sujeitos com síndrome de Down na escola comum se desenvolvendo cognitivamente, aprendendo conceitos abstratos. O estudo que
Revista Appai Educar orientei, por exemplo, está disponível no banco de pesquisas do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo e traz detalhadamente o cotidiano vivido por um bebê matriculado na educação infantil. Mas também conheço muitos outros casos de alunos em redes de ensino públicas e privadas do meu estado (Espírito Santo) que têm chegado a níveis mais altos de ensino, tendo síndrome de Down. Já passou da hora de aprimorarmos no Brasil a ideia da inclusão de sujeitos que compõem o público-alvo da educação especial, e nesse grupo serem inseridos aqueles que apresentam síndrome de Down, como um processo de construção ininterrupta desse sujeito como um ser histórico e cultural, pois, ao considerar esses indivíduos como pessoas que aprendem e se desenvolvem nas relações que estabelecem com a cultura e com os outros sujeitos que estão ao seu redor, salienta-se que a pessoa com deficiência intelectual causada pela síndrome de Down, por exemplo, como ser humano genérico, apresenta como todos os outros sujeitos condições de vida distintas, entretanto marcadas por funções psicológicas que a diferenciam dos outros animais. Nesse contexto, pode-se ressaltar que esta pessoa aprende e se desenvolve na medida em que avançam suas funções psicológicas superiores – percepção, linguagem, vontade, emoção, memória, pensamento, imaginação, dentre outras –, ou seja, como qualquer outro ser humano. Se deixarmos de lado qualquer pessoa e não oferecermos a ela condições de aprendizagem, ela pode não ter deficiência alguma, que mesmo assim seu processo educacional será deficiente. Nesse contexto, saliento: está em nossas mãos a mudança de paradigma da exclusão para a inclusão. Os contextos legais, as pesquisas estão aí, resta-nos pô-las em prática. *Rogério Drago é pedagogo, mestre em Educação, doutor em Ciências Humanas – Educação. Tem pós-doutorado em Educação. Autor dos livros “Inclusão na Educação Infantil”, “Estudos e pesquisas sobre síndromes. Relatos de casos” e “Síndromes. Conhecer, planejar e incluir”. Publicados pela Wak Editora.
Revista Appai Educar CELEBRANDO A MÚSICA E A ARTE BRASILEIRAS INTERDISCIPLINARIDADE POR JÉSSICA ALMEIDA
Revista Appai Educar Sétima edição do projeto homenageia o músico brasileiro Pedro Luís e desperta nos alunos uma imersão na sua obra e na importância do seu legado S ucesso no Colégio Estadual Padre Anchieta desde 2017, o Sessão das Quinze é destaque mais uma vez na Revista Appai Educar e celebra grandes nomes em cada edição. Com o objetivo de despertar nos alunos uma verdadeira paixão pela arte, o projeto vai além de uma simples homenagem: ele mergulha na história de vida do artista escolhido, convidando os estudantes a refletirem sobre sua obra e a importância do seu legado. Tudo começou quando a equipe pedagógica da escola percebeu que a estratégia didática que mais atrai os jovens é a metodologia de projetos de pesquisa. Esse em específico tem como eixo temático vida e obra de artistas brasileiros, especialmente da música. A partir daí, o colégio teve a ideia de realizar pesquisas sobre compositores consagrados da música popular brasileira e realizar apresentações abertas a todos os alunos e convidados da comunidade, incluindo os artistas homenageados.
Revista Appai Educar No período da pandemia (2021), o projeto homenageou Dominguinhos de forma remota pelo aplicativo Meet e contou com a participação de sua filha, Liv Moraes. No ano de 2022, o agraciado foi o cantor e compositor Marcelo Jeneci. Já em 2023, contaram com a participação da sanfoneira Ceiça Moreno e, no ano passado, a obra do músico brasileiro Pedro Luís. Uma tradição na escola O Sessão das 15 acontece todos os anos e está em sua sétima edição. O primeiro aconteceu em 2017, homenageando Gonzaguinha, e contou com a presença de seu filho, Daniel Gonzaga, além de familiares do artista. O segundo, em 2018, trouxe a cantora Daíra, homenageando a obra de Belchior. Em 2019, o projeto pedagógico teve como tema a vida e obra da cantora Joanna, que comemorava 40 anos de carreira.
Revista Appai Educar Ampliando a visão domundo O intuito do projeto é reconhecer a importância do artista homenageado para a música popular brasileira, despertar a criatividade e o senso crítico por meio da análise das canções e ainda promover a integração entre os diferentes saberes. Além disso, explorar a vivência com estudo das letras, a relação com a literatura e desenvolver o trabalho em equipe, ampliando a visão de mundo artístico-cultural. Por se tratar de um projeto interdisciplinar, todas as disciplinas foram abordadas. A equipe pedagógica espera que ao final da atividade os alunos sejam capazes de replicar os conhecimentos adquiridos, tornando a escola e a comunidade externa integradas. Além disso, que habilidades como a autonomia, autoconfiança, cooperação e protagonismo sejam desenvolvidas pelos alunos através da pesquisa e elaboração do trabalho em grupo.
Revista Appai Educar Colocando amão namassa Com o tema “cultura brasileira” escolhido, os trabalhos foram desenvolvidos por turmas dos ensinos Fundamental e Médio. Eles participaram de diversas ações, entre elas a pesquisa da biografia do artista e a análise das músicas. No dia da culminância do projeto, realizaram apresentações de diferentes manifestações artísticas: canto, dança, declamação de poesias, pintura, teatro e confecção de jornal. PRESENÇA ilustre e um show de criatividade! Como de costume, no dia da culminância, o artista homenageado marca presença na escola. Pedro Luís foi recebido no pátio com exposições de diferentes momentos de sua carreira e interpretação de suas canções. Cada turma foi fazendo uma homenagem diferente ao artista. Os estudantes da turma 702, por exemplo, declamaram a poesia “Vem amar comigo”, que é lançamento musical de Pedro Luís. Em parceria com o Sesc Caxias, as turmas 801, 901, 1.002 e 1.003 soltaram a criatividade ao produzirem flâmulas com as músicas de Pedro Luís. Os estudantes reescreveram os versos e retrataram visualmente as letras do homenageado. Já a turma 3.002 desenvolveu, além de um documentário audiovisual, quadros a óleo que tinham como tema a tradução visual da poesia de Pedro Luís.
Revista Appai Educar C. E. Padre Anchieta Avenida 31 de março, s/nº – Parque Paulista – Duque de Caxias/RJ CEP: 2526-100 Tel.: (21) 3666-1278 E-mail: renanc@prof.educacao.rj.gov.br Fotos cedidas pela escola Valorizando a diversidade Para encerrar a primeira parte da culminância, a professora de inglês Luzia Torres contou sobre a história da música “O sol de Bê”, que foi dedicado ao sobrinho autista de Pedro Luís. Com intuito de valorizar a diversidade e inclusão, os alunos fizeram uma apresentação do clipe da música “Caio no suingue”, produzido pelo estudante surdo Enzo Gabriel, da turma 2.001, e a música “Rap do real”, cantada pelo aluno autista Miguel França, da turma 1.003, que teve sua mãe na plateia. Ela relatou a felicidade do filho e o acolhimento realizado pela escola. Maisumaediçãodesucesso! O diretor Renan Oliveira conta que o evento foi uma tarde memorável, principalmente pela entrega carinhosa de todas as apresentações. A professora e agente de leitura Fábila Mariano afirma que temmuito orgulho em fazer parte desta equipe. “A soma de nossos esforços só podia resultar no sucesso do projeto. Parabéns para todos nós! Equipe Cepa, nota 1.000”, destaca. E não foram só os educadores que ficaram emocionados commais uma edição de sucesso do projeto. A aluna Raphaela Godoy, da turma 2.004, ressalta que teve o privilégio de conhecer pessoalmente um dos seus artistas favoritos e prestar uma homenagem a ele. Já Pedro Luís garantiu que estava sem palavras para agradecer a linda homenagem que recebeu do colégio. “Vida longa para o Sessão das Quinze, um projeto de que pude fazer parte levando algumas das minhas canções”, finaliza.
Revista Appai Educar VERSOS E RIMAS NA COMPOSIÇÃO DA FORMAÇÃO LEITORA CIÊNCIAS POR ANTÔNIA FIGUEIREDO
Revista Appai Educar Professora explora o universo literário e leva alunos a refletirem sobre o poder da leitura e escrita na sociedade No universo mágico da leitura, onde palavras ganham asas e a imaginação voa alto, a turma 301 do 3º ano da escola municipal Lêda Vargas Giannerini, localizada no município de São Gonçalo, embarcou em uma aventura poética transformando a sala de aula em um palco de versos e rimas. Sob a direção da professora Priscilla Guilles, os alunos mergulharam no mundo da poesia, explorando sua força, beleza e capacidade de dar voz aos sentimentos. O projeto percorreu um caminho de descobertas, através da leitura e da escrita, levando os alunos a refletirem sobre a contribuição da poesia na formação e na compreensão das diferentes possibilidades que a linguagem pode apresentar.
Revista Appai Educar Uma experiência para além da sala de aula Priscilla pontua que as motivações para este estudo tiveram como pano de fundo os alunos do 3º ano do Ensino Fundamental. Uma das propostas do projeto era o trabalho com poesias na ampliação da leitura pelos estudantes. No primeiro momento eles foram apresentados aos textos poéticos, que incialmente eram selecionados e lidos pela professora. Com o passar dos dias, a dinâmica era apresentar uma diversidade de poesias, para que eles pudessem selecionar quais gostariam de ler. Em outro momento, eles foram introduzidos a leitura livre de diversos poemas em livros de poesias escolhidos pelos estudantes na biblioteca. “Realizamos de forma individual, depois em roda de conversa socializando em voz alta a leitura e as impressões das que foram feitas. Esse processo era diário, destaca a professora.
Revista Appai Educar Após esta conversa inicial, Priscilla fez a leitura do poema “Pessoas são diferentes” de Ruth Rocha, com intuito também de trabalhar o conceito de diversidade. Nessa etapa, as crianças puderam expressar seu conhecimento. “Este poema foi escolhido por abordar o ser humano como múltiplo e por sua estrutura em rima. Posteriormente, lemos a poesia “Ou isto ou aquilo”, da autora Cecília Meireles. Estudamos sobre o sentimento de incompletude do ser humano e as escolhas que devemos fazer constantemente na vida. Neste poema, as crianças puderam observar que nem sempre os textos vêm estruturados em rima”, explica. Já mais familiarizados com a literatura poética, ao final de cada leitura eram abertos os debates e discussões dos clássicos infantis lidos até o momento. “Então foi proposta à turma a escrita livre sobre os temas abordados. Nesse momento, eles já conheciam a estrutura das obras poéticas em versos e estrofes. No entanto, a escrita poderia ser em forma de texto corrido. Após esta atividade foi observada a dificuldade que a maioria das crianças tinha em organizar o pensamento e escrever”, revela Guilles.
Revista Appai Educar A descoberta da força que reside emcada palavra Com a intenção de construir uma poesia coletiva e visto a dificuldade do grupo no que se refere à escrita, Priscilla destaca que foi feito um combinado quanto à estrutura do poema para ser um norteador da escrita. “Estruturamos da seguinte forma: três estrofes, cada uma com quatro versos. Deveríamos pensar no tema e a partir daí considerar seis palavras-chaves relacionadas ao assunto e uma palavra rimada para cada uma das palavras-chaves, pois decidimos que o poema seria rimado. Escolhemos o tema empoderamento negro, fazendo alusão à consciência negra. Apesar do combinado em ser um texto rimado, no momento de construção do conteúdo coletivo, utilizamos algumas palavras que não estavam rimando, porém faziam sentido no tema e davam sonoridade ao trabalho”, ressalta. CONHEÇA A POESIA DE AUTORIA DA TURMA : Pretagonismo As pessoas julgam a pele Eles se afastam e me repelem O meu corpo é diferente do que se falou Principalmente pela minha cor Meu mundo, minha origem Clamo a vida, a liberdade. Amo o que sou O que é uma verdade. Quando bonita a aceitação Traz vida ao coração. Todo preto tem jeito. Isso é tudo. Quero respeito!
Revista Appai Educar Além das rimas e dos versos Ao final da produção coletiva, segundo a professora, era nítida a empolgação e felicidade do grupo com o texto, percebendo o quanto era possível a escrita e o quanto eles podiam ir além. “Ao perceber que ficaram encantados com o mundo poético, sugeri a produção de uma poesia que poderia ser em dupla ou trio, com temas livres pensados por eles. No decorrer da escrita, que durou duas aulas, um estudante sugeriu que juntássemos todos os textos. Assim, surgiu efetivamente a proposta do livro de poesias da turma. Encantada com a ideia, embarquei nesta aventura e assim organizamos a obra intitulada: ‘Entre versos e rimas’, que se encontra disponível neste endereço eletrônico”, comemora.
Revista Appai Educar Com o livro “Entre Versos e Rimas” como passaporte, os jovens poetas desbravaram os gêneros discursivos, desvendando a magia da escrita poética e sua importância na formação de leitores críticos e escritores conscientes. O projeto, que integra as disciplinas de Língua Portuguesa, Literatura e Linguagem, tem como objetivo principal ampliar os estudos dos gêneros discursivos, em especial a escrita de poesias, e potencializar o processo de ensino-aprendizagem, fazendo com que os estudantes se percebam como autores do próprio caminhar no cotidiano escolar. “Eu gostei porque fazer poesia é contar histórias, fazer rimar. Faz imaginar, pensar...”, relata confiante aluno Miguel Veiga. Para abrilhantar ainda mais a culminância do projeto, a professora marcou o lançamento do livro para esse mesmo dia, com a participação de toda a comunidade escolar. Durante a apresentação, além de declamarem as poesias, os estudantes autografaram alguns exemplares que foram entregues posteriormente aos demais docentes da escola.
Revista Appai Educar Leitores críticos Sobre a formação de leitores críticos, Priscilla revela que se pode perceber esse viés nas temáticas definidas pelos estudantes. “Foi uma grata surpresa observar o que eles escolheram e o quanto trazem em sua bagagem cultural conhecimentos a serem compartilhados”, destaca, garantindo que, além disso, era notório o compromisso e o interesse dos estudantes com a construção e organização do livro”. Muito feliz com o resultado do trabalho com a turma 301, a docente fez questão de frisar o quanto os alunos foram elogiados pelos professores devido à oratória segura e potente. “A proposta foi muito significativa. Ela proporcionou o desenvolvimento de diversas habilidades e estimulou a criatividade e uma percepção ampla do mundo e das vivências do nosso cotidiano”, constata Rosemar Nogueira, professora de apoio especializado da turma. “A valorização deste trabalho por parte dos mais diversos profissionais da escola e dos alunos das outras turmas foi essencial para que os estudantes se tornassem fortes frente aos desafios do cotidiano escolar”, enfatiza Priscilla. Uma das lições deixadas pelo projeto Versos e Rimas é de que a participação leitora entre crianças e jovens é um dos maiores pilares na aquisição de conhecimento e alicerce para uma aprendizagem de qualidade. E, se depender da docente, que leciona para as turmas do 3º ano da Escola Municipal Lêda Vargas Giannerini, essa narrativa vai estar presente e atuante através do livro “Versos e rimas”, fonte do projeto. EscolaMunicipalLêdaVargasGiannerini Rua Cecília Correia, s/nº – Bairro Tribobó – São Gonçalo/RJ Tel.: (21) 98717-1150 E-mail: priscillaguilles@yahoo.com.br
Revista Appai Educar COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA NAS ESCOLAS Descubra como aplicar essa abordagem no ambiente escolar e se de fato ela tem acontecido no cotidiano do educador MATÉRIA DE CAPA POR JÉSSICA ALMEIDA
Revista Appai Educar Na rotina escolar, é normal o educador ter que lidar com conflitos ou situações adversas, como a indisciplina ou briga entre alunos. Por isso, é importante falar sobre a Comunicação Não Violenta (CNV) nas escolas, a fim de preparar o professor para que ele consiga lidar com a situação da melhor forma possível. Afinal, na maioria das vezes a abordagem feita tendo como base a empatia e a compaixão acabam sendo mais eficientes na resolução dos problemas. Vem descobrir tudo sobre essa questão e se ela de fato tem acontecido nas escolas! Para começo de conversa vamos entender o que é a Comunicação Não Violenta (CNV) e como ela pode influenciar no cotidiano do educador. Já sabemos que a maneira como nos expressamos, opinamos e resolvemos conflitos pode impactar no resultado de uma ação no ambiente escolar. Por isso, muitas escolas vêm adotando esse método para ter resultados mais efetivos. O intuito da CNV é iniciar uma conversa sem estar na defensiva, chegar para o diálogo de forma aberta e empática, de maneira que a conexão com o outro possa ser criada naturalmente.
Revista Appai Educar Antes de tudo é um exercício de empatia A ideia da comunicação não-violenta e seus conceitos mais importantes foram desenvolvidos pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg. Ele é autor do livro “Comunicação Não-Violenta: Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”, um dos principais sobre o assunto. Além disso, ele ministrou palestras sobre o tema e trabalhou até em negociações de paz internacionais, empregando suas técnicas.
Revista Appai Educar Um dos pontos mais importantes da teoria de Rosenberg é entender que todas as pessoas têm necessidades e que estas, geralmente, não são conflitantes. Os conflitos surgem a partir das estratégias diferentes que cada pessoa ou grupo utiliza para atender às necessidades. Assim, entendemos que a comunicação não violenta é, antes de tudo, um exercício de empatia: aceitar que o outro também tem suas demandas e que todos merecem respeito. Com isso emmente, também é importante entender que muito da violência que praticamos no dia a dia acontece sem que percebamos: afinal, é da natureza humana seguir padrões de defesa, recuo ou ataque quando há um conflito. A comunicação não violenta, portanto, propõe substituir esses padrões por outros, mais positivos, utilizando a empatia como principal recurso para isso. A ideia é prestar atenção aos seus sentimentos e tambémaos do outro, buscando entender quais são as emoções e necessidades que estão por trás do conflito, sem julgamentos. Dessa forma, é possível encontrar um denominador comume propor soluções mais efetivas. Emvista disso, observamos outro pilar da comunicação não-violenta: ela evita rótulos ou soluções simplistas como “essa pessoa é difícil” ou “isso é birra”. Nós sabemos que, emmeio aos conflitos do dia a dia, esse tipo de comentário pode sair semque você perceba ou fale por mal. Mas não podemos esquecer que a comunicação não violenta propõe umamudança das reações humanas de defesa, recuo ou ataque. Para que ela salte da teoria para a prática, é necessário fazer exercícios conscientes e constantes.
Revista Appai Educar Os quatro pilares da CNV Existem dois pontos de partida para começar a praticar a comunicação não violenta em sala de aula: ter empatia e propor soluções positivas. Na medida em que você se dispõe a ouvir as outras pessoas e mantém uma postura mais positiva, fica muito mais fácil aplicar a teoria da CNV na prática. Vem entender mais sobre os quatro pilares: 1) Observação sem julgamentos: quando você falar sobre alguma situação, faça isso de forma objetiva e precisa, se atendo aos fatos ocorridos e os separando dos julgamentos ou avaliações. Também evite dizer que alguém é isso ou aquilo, quando aquela pode ser uma situação pontual. 2) Sentimentos: reconheça os sentimentos que estão por trás das situações. Procure entender o motivo e o que levou uma determinada pessoa a agir daquela forma. Isso inclui também os sentimentos dos professores. Se um aluno foi desrespeitoso com você em sala de aula, exponha como aquilo te afeta. Isso dá a oportunidade para que o estudante também exerça a empatia dele com você. 3) Necessidades: são a raiz dos nossos sentimentos. Entenda quais delas estão ou não sendo atendidas, pois compartilhá-las facilita o processo de empatia. Compreendendo quais necessidades existem, fica mais fácil encontrar maneiras de satisfazê-las, não é? E lembre-se de não terceirizar os sentimentos. Exemplo: “eu não estou triste porque você me xingou, eu estou triste porque EU gostaria de me sentir mais respeitado”. 4) Pedido: a ideia é evitar frases vagas, já que aqui também é importante fazer um pedido claro para a resolução do conflito. Ou seja, expor o que você deseja de forma prática. Mas atenção: isso deve ser feito sem que se faça uma exigência agressiva. Um exemplo é trocar frases como “essa nota é muito baixa!” por outras como “eu gostaria que você tivesse um desempenho melhor nas tarefas escolares. Há algo que eu possa fazer para ajudar?”. Parece uma mudança de perspectiva simples, mas todos os detalhes importam quando estamos falando de comunicação não violenta.
Revista Appai Educar A importância da CNV nas escolas De acordo com a Mestra em Psicanálise, Saúde e Sociedade Cristiane Guedes, o exercício da CNV está diretamente relacionado àquilo que necessitamos para interação social e o que não é favorável para a interação social. “Quando experimentamos a técnica de CNV, construímos a aptidão para socializar com os demais na comunidade educativa. E quando entendemos as estruturas de comunicação sendo modificadas em nós, conseguimos observar também nos jovens no cotidiano nas escolas. É um trabalho de mudança de padrão de comunicação. Para tanto, o engajamento de toda a equipe escolar é fundamental para que se insira no ambiente a comunicação não violenta”, detalha.
Revista Appai Educar A especialista explica que o ambiente educativo que se compromete com a transformação de um padrão de comunicação deve estar sempre atento às mudanças de alguns hábitos pertencentes ao indivíduo. “Observar que isso contribui para a saúde mental de toda a comunidade educativa. A prática da CNV nos convida a uma mudança de padrão no processo de acolhimento das relações de conflito. Na escola, pratique a escuta ativa com os demais e principalmente com os alunos. Observe-os sem pré-julgamentos ou avaliações, pois estas estão calcadas nas necessidades individuais. Um equívoco aí pode comprometer e não permitir que se chegue a uma eficiência na escuta”, orienta. Cristiane ressalta ainda que o ambiente sugerido pela CNV se estende para o cotidiano, não só da escola, mas também para as famílias. Quando há a prática, há também a minimização dos conflitos pessoais e isso se estende inclusive para a parentela dos profissionais educacionais envolvidos. “É uma mudança de comportamento para a comunicação que muito auxilia no bom relacionamento entre as pessoas, aliviando assim os desgastes emocionais que originam o isolamento social que muito contribui para os quadros de depressão”, garante.
Revista Appai Educar As escolas vêm adotando esse conceito? A professora dos anos iniciais Vilma Soares conta que começou a utilizar os recursos da CNV em 2019, assim que assumiu a turma de alfabetização que apresentava sérios problemas de relacionamento. “Nos primeiros dias de aula observei o comportamento dos alunos, que era bem agressivo, e pratiquei a escuta ativa para entender o que os levava a se comportar daquela maneira. A princípio fiquei mediando os conflitos que eram constantes e depois pensei em realizar um projeto que envolvesse a família e o aluno, pois percebi que faltava também afetividade nas relações familiares”, relata.
Revista Appai Educar Foi quando nasceu o projeto Laços entre Nós, um trabalho antibullyng com intuito de criar uma cultura de paz na sala de aula através da empatia e da afetividade, valorizando as diferenças, através da expressão de sentimentos. A educadora conta que o primeiro passo foi envolver a família nas atividades de forma afetuosa, criando um ambiente de carinho, respeito e afeto. “Em uma reunião com os responsáveis apresentei uma atividade que realizei com os alunos, na qual eles escreveram por meio de um bilhete o que mais gostavam em quem cuidava deles. Cada um leu o que seu filho mais admirava nele e nessa reunião sugeri que os responsáveis fizessem o mesmo. A partir desses bilhetinhos afetuosos trabalhei tanto a escrita do aluno quanto a comunicação não violenta”, explica Vilma. Depois dessa atividade com os responsáveis, chegou a vez de realizar um trabalho entre os colegas da turma! Eles criaram um painel com fotos de cada estudante e abaixo delas os alunos escreviam adjetivos positivos, funcionando como uma troca de gentileza. “Começamos nesse momento a realizar o oposto do que vinha sendo feito, que era falar bem uns dos outros”, conta a professora. Outra atividade que surtiu muito efeito, segundo ela, foi o caderno de elogios, que circulou na sala, onde cada estudante escrevia um elogio para seu colega e deixava registrada a sua admiração pelo outro. Além dessas atividades, a professora realizou uma roda de conversa e nela cada um escolhia um colega que não havia escolhido antes em nenhuma das atividades anteriores e falava para o grupo suas características positivas. A intenção era que cada um falasse o lado positivo de ummaior número de colegas da sala, evitando repetições, e que todos fossem contemplados, ninguém ficando de fora das dinâmicas. “Após essas atividades fui percebendo que as relações interpessoais melhoraram significativamente, e toda a escola pôde constatar a melhora de comportamento da turma, que beirava à agressividade e foi se transformando em um grupo empático e acolhedor”, garante a educadora.
Revista Appai Educar CNV nas escolas é fato ou fake? Para Vilma Soares, a comunicação não violenta é um fato que ela pôde experimentar na Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade, em Duque de Caxias, e que faz toda a diferença no ambiente de ensino. “Todos sabem que a afetividade é algo que interfere diretamente na aprendizagem dos alunos, e criar um ambiente saudável, não violento, é algo que contribuiu positivamente no crescimento dos alunos. Ninguém consegue aprender nummeio violento, onde ninguém se respeita e em que a todo momento o professor precisa interromper para mediar conflitos. Construir uma cultura de paz tanto na escola quanto na sala de aula é algo imprescindível para o desenvolvimento da inteligência emocional”, finaliza a professora. *Cristiane Guedes é Mestre em Psicanálise, Saúde e Sociedade, com especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional, e em Dificuldade de Aprendizagem. Além disso, também é especialista em Orientação Profissional/Vocacional e em Neuropsicologia. É palestrante para pais, educadores e professores. Contato: criguedes@hotmail.com Fonte: Canal de Educação Transformando. Fotos cedidas pela professora e banco de imagens gratuitas do Freepik.
Revista Appai Educar ALUNAS CRIAMPRÁTICA SUSTENTÁVEL COM REAPROVEITAMENTO DA ÁGUA DA CHUVA Projeto é premiado internacionalmente, após disputar com equipes de 17 países EDUCAÇÃO SUSTENTÁVEL POR ANTÔNIA FIGUEIREDO
Revista Appai Educar Imagine uma geração de jovens não apenas preparados para o mercado de trabalho, mas também equipados com as ferramentas emocionais e sociais para transformar o mundo ao seu redor. Essa é a visão central de um programa de desenvolvimento socioemocional que está revolucionando a educação em 19 países. Trata-se do Shell Nxplorers, programa de Educação Científica que utiliza uma metodologia investigativa na qual alunos e professores, a partir do reconhecimento de problemas sociais ligados à sustentabilidade – sobretudo os que fazem referência aos pilares de energia, água e alimentos –, pesquisam soluções que atendam a comunidade daquela região dentro desse contexto.
Revista Appai Educar As sete alunas – Ana Luisa de Castro Silva, Nicolly Fernandes Eugênio, Maria Vitória Fonseca Silva, Maria Fernanda Garcia de Oliveira, Marcela de Oliveira da Silva, Maria Eduarda da Silva Mourão e Lorrayne Cristine Gonçalves Gouveia – , ambas da turma do 1º ano do Ensino Médio integral, juntamente com as professoras Aliáginis Guedes, de Tecnologia, Ambiente e Sustentabilidade; e Roberta Leidiane Barbosa, de Matemática e Tecnologias, orientadoras do projeto, embarcaram nessa viagem e protagonizaram um projeto inspirador. Desenvolvido no Ciep 486 Professor Luiz Vallejo, em Barra Mansa, no Sul Fluminense, a ação pedagógica transcendeu as Américas e ganhou destaque internacional. Estamos falando do “Sheldas – Projeto mais água”, que consiste na captação e no reaproveitamento da água da chuva na unidade escolar. A ação pedagógica foi premiada pela Shell NXplorers Inspiration Awards 2023-2024. De acordo com as alunas e as professoras envolvidas, a proposta objetiva estimular a educação científica e possibilitar que os alunos desenvolvammetodologias que visam a diminuir os impactos do aquecimento global e da ação do homem no entorno das suas comunidades. A participação do grupo do Ciep 486 aconteceu juntamente com equipes escolares de 17 países.
Revista Appai Educar A certificação veio na categoria Student Team, após ter sido criada uma minicisterna que captura a água da chuva por uma calha e a leva pelo cano até uma bombona, onde é armazenada por um tempo e depois transferida para a segunda bombona, que possui um filtro com algodão, areia, pedras e carvão, passando ali a ser purificada e tornando-se própria para o consumo. De acordo com a equipe premiada, a água armazenada é usada para regar a horta e as plantas da unidade escolar. Ao falar sobre a autenticação do “Sheldas - Projeto mais água”, o diretor-geral Everton Oliveira pontuou os benefícios das práticas sustentáveis para o cidadão. “O reconhecimento de uma escola por uma prática sustentável traz diversos benefícios para a comunidade escolar e a sociedade como um todo. Deferências como essas trazem prestígio e valorização do nosso colégio, impacto positivo para a formação dos alunos, além da importante contribuição para o nosso meio ambiente. Isso demonstra que estamos no caminho certo, destacou o diretor-geral.
Revista Appai Educar O objetivo proposto de ensinar soluções sustentáveis aos alunos, para que eles possam reproduzir em suas casas e passar a ideia à frente, foi muito alémdo entorno escolar. Motivados coma repercussão e o resultado, os alunos criaramuma campanha de comunicação para as mídias sociais, com intuito de disseminar e fortalecer o uso consciente da água. “Este programa da Shell é importante, pois traz a educação científica para os nossos alunos da rede pública estadual. Por meio dele, fomos capacitados a usar ferramentas fundamentais, que fazemos estudantes criarem soluções para os problemas cotidianos, de forma responsável como nosso planeta”, ressaltou a professora orientadora Roberta Leidiane.
Revista Appai Educar Para a aluna Ana Luísa, a visibilidade é um fator crucial para o sucesso de projetos como o Sheldas. “Acho muito importante as pessoas se envolverem com essas atividades, que têm o objetivo de melhorar o mundo. Quanto mais se interessarem pelo assunto, mais visibilidade o tema terá e mais pessoas serão alcançadas. A premiação é algo incrível, esse reconhecimento do Sheldas pode servir de inspiração para muitas pessoas”, enfatizou em tom de comemoração a jovem de 16 anos, aluna da 2ª série do Ensino Médio. Ainda segundo a Seeduc-RJ, outras cinco escolas da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro concorreram a este reconhecimento. Ciep 486 Professor Luiz Vallejo Estr. Gov. Chagas Freitas, 798 – Barra Mansa – Rio de Janeiro/RJ CEP: 27351-720 Tel.: (24) 3326-0165 São elas: o C. E. Benta Pereira, em Campos dos Goytacazes, Norte Fluminense; o Instituto Carmela Dutra, em Madureira, Zona Norte do Rio; o C. E. Nelson Pereira Rebel, em Campos dos Goytacazes; o C. E. Praia do Siqueira, em Cabo Frio, Região dos Lagos; e o C. E. Rio Grande do Norte, em Volta Redonda, Sul Fluminense. A secretária de Estado de Educação, Roberta Barreto, parabenizou a todos os envolvidos e destacou a importância da premiação. “Este prêmio serve como exemplo inspirador de como os nossos jovens podem trabalhar juntos para a resolução de problemas que acometem o meio ambiente nos dias de hoje. Parabéns por esse feito”, felicitou a secretária.
Revista Appai Educar TEM NOVIDADE NA ÁREA! CONEXÃO EDUCAR POR JÉSSICA ALMEIDA
Revista Appai Educar A nova editoria da Revista Appai Educar vai incentivar um ensino mais criativo e inovador através de dicas de filmes, séries, livros e perfis em redes sociais A Revista Appai Educar está começando o ano com uma super novidade! Chegou a nova editoria “Conexão Educar”, pensada para estimular um ensino mais criativo e inovador. Aqui, você vai encontrar dicas de filmes, séries, livros, artigos e perfis nas redes sociais que podem transformar a sua prática pedagógica e inspirar você a repensar a sala de aula. Confira! This is us (série): um drama inteligente e provocativo que acompanha as vidas de um grupo de pessoas cujos caminhos se cruzam e histórias de vida se entrelaçam de maneiras curiosas. Aborda temas como racismo, adoção, saúde mental, empatia, família e diversidade. A série pode ser trabalhada como temas transversais.
Revista Appai Educar Que horas ela volta? (filme): Val é a fiel empregada doméstica de uma família rica. Mas a chegada de sua filha gera tensão na casa e faz com que ela comece a questionar esse papel. É um filme brasileiro premiado que reflete sobre temas profundamente atuais. Aborda questões sociais, classes, afetos e desigualdades no Brasil contemporâneo. O filme pode ser trabalhado em sociologia, história e língua portuguesa. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática (livro): o livro apresenta práticas pedagógicas, na educação básica e superior, que valorizam o protagonismo dos estudantes e que estão relacionadas com as teorias que lhes servem como suporte. Lilian Bacich e José Moran reúnem nesta obra capítulos de autores brasileiros que analisam por que e para que usar metodologias ativas na educação de forma inovadora. A alegria de ensinar (livro): neste livro, são apresentados 14 capítulos escritos em uma linguagem clara e envolvente, repletos de analogias. A obra reflete sobre o prazer e a importância do processo de ensino-aprendizagem, muitas vezes ausentes no cotidiano escolar. É uma leitura indispensável tanto para quem já é educador quanto para quem deseja trilhar esse caminho, despertando uma nova perspectiva sobre o papel do ensino na formação de indivíduos.
Revista Appai Educar Simone Porfiria (Instagram e Tiktok): a professora, que leciona para o Ensino Fundamental em escolas públicas do Rio de Janeiro, compartilha dicas de Língua Portuguesa em vídeos curtos e interativos nas redes sociais. Os seus vídeos surgem de dúvidas deixadas pelos seguidores e são um ótimo recurso para enriquecer o conteúdo de Língua Portuguesa em sala de aula. Curtiu, professor? Se você tem alguma dica cultural que adoraria ver aqui, não deixe de enviar para a gente pelo e-mail redacao@ appai.org.br. Vamos adorar compartilhar as suas sugestões! Fontes: Consultoria de Paulo Rogerio Rodrigues de Souza (Escola Bilíngue Aubrick), Juliana Nico (Escola Internacional de Alphaville) e Aline Souza (Brazilian International School).
Revista Appai Educar Professor, quer ver seu projeto pedagógico publicado na Revista Appai Educar? Envie um e-mail para redacao@appai.org.br e nos conte sua metodologia. Estamos ansiosos pelo seu material! Clique aqui e envie
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