Revista Appai Educar orientei, por exemplo, está disponível no banco de pesquisas do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo e traz detalhadamente o cotidiano vivido por um bebê matriculado na educação infantil. Mas também conheço muitos outros casos de alunos em redes de ensino públicas e privadas do meu estado (Espírito Santo) que têm chegado a níveis mais altos de ensino, tendo síndrome de Down. Já passou da hora de aprimorarmos no Brasil a ideia da inclusão de sujeitos que compõem o público-alvo da educação especial, e nesse grupo serem inseridos aqueles que apresentam síndrome de Down, como um processo de construção ininterrupta desse sujeito como um ser histórico e cultural, pois, ao considerar esses indivíduos como pessoas que aprendem e se desenvolvem nas relações que estabelecem com a cultura e com os outros sujeitos que estão ao seu redor, salienta-se que a pessoa com deficiência intelectual causada pela síndrome de Down, por exemplo, como ser humano genérico, apresenta como todos os outros sujeitos condições de vida distintas, entretanto marcadas por funções psicológicas que a diferenciam dos outros animais. Nesse contexto, pode-se ressaltar que esta pessoa aprende e se desenvolve na medida em que avançam suas funções psicológicas superiores – percepção, linguagem, vontade, emoção, memória, pensamento, imaginação, dentre outras –, ou seja, como qualquer outro ser humano. Se deixarmos de lado qualquer pessoa e não oferecermos a ela condições de aprendizagem, ela pode não ter deficiência alguma, que mesmo assim seu processo educacional será deficiente. Nesse contexto, saliento: está em nossas mãos a mudança de paradigma da exclusão para a inclusão. Os contextos legais, as pesquisas estão aí, resta-nos pô-las em prática. *Rogério Drago é pedagogo, mestre em Educação, doutor em Ciências Humanas – Educação. Tem pós-doutorado em Educação. Autor dos livros “Inclusão na Educação Infantil”, “Estudos e pesquisas sobre síndromes. Relatos de casos” e “Síndromes. Conhecer, planejar e incluir”. Publicados pela Wak Editora.
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