REVISTA APPAI EDUCAR - EDIÇÃO 173

Revista Appai Educar cebido um trajeto de aprimoramento e entendimento (ao menos na lei) do que seja o processo educativo das pessoas que hoje compõem o público-alvo da educação especial. Essa legislação deixa claro quais são os deveres da Federação, dos estados, municípios e escolas no tocante à educação desses indivíduos. Entretanto, sabemos que no Brasil as coisas seguem caminhos muitas vezes ambíguos e paradoxais, ou seja, não se concretizam como preconizado pela Lei. Dentre os apoios oferecidos, a legislação é clara em relação ao Atendimento Educacional Especializado; às propostas de acesso, permanência e saída com sucesso da escola; às propostas de formação inicial e continuada dos diferentes profissionais da educação, dentre outras ações inclusivas. O problema é novamente a postura diante da diversidade. Se eu não acredito no potencial, para que investir recursos? Tanto as escolas quanto os profissionais da educação estão meio perdidos, já que quase sempre são culpabilizados. Mas esquece-se de que, se o poder público breca ações, a escola fica engessada. Nas escolas públicas, quem distribui os recursos, quem é responsável pela formação continuada, construção e reforma de escolas, contratação de professores, implementação de atendimento educacional especializado, dentre outras ações, é o poder executivo. Nas escolas privadas, é o dono da escola. Assim, os professores muitas vezes ficam de mãos atadas. O que pode e deve ser feito é uma conscientização de que a educação é direito de TODOS, independentemente de qualquer peculiaridade supostamente impeditiva. Conheço muitos casos de pessoas com síndrome de Down que “nadaram contra a corrente”. São indivíduos que encontraram escolas inclusivas, professores inclusivos, profissionais que percebiam o sujeito para além da casca, que viam potencialidade nessas pessoas. Temos vários estudos que demonstram isso. Eu orientei um trabalho de mestrado que mostrava o potencial inclusivo vivido por um bebê com síndrome de Down na educação infantil. Se fizermos uma pesquisa nos bancos de dissertações e teses disponíveis na Capes, no Scielo, dentre outros bancos de programas de pós- -graduações, veremos muitos estudos que mostram o sucesso de ações educacionais sérias e compromissadas, tendo sujeitos com síndrome de Down na escola comum se desenvolvendo cognitivamente, aprendendo conceitos abstratos. O estudo que

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