Revista Appai Educar - 143

A força do rádio enfatiza a identidade cultural Os programas de auditório deram ao rádio, e a seus convidados, um status jamais visto em todo o meio comunicacional, que ia desde reforçar a identidade cultural de uma região até projetar e lançar artistas que fizeram sucesso mundo a fora, se consolidando como um dos maiores veículos de massa. Esse momento deu um grande protagonismo à chamada Era de Ouro do rádio no Brasil, com suas contribuições social, cultural e informativa, avalia Luiz André Ferreira. “A Era de Ouro do Rádio só aconteceu naquele formato pelo incentivo e interesse do governo Vargas em desenvolvimento e na integração do país. O poder público não agiu apenas como regulador ou incentivador. Botou a mão na massa! O presidente encampou uma emissora privada, a Nacional, e investiu nela toda a força do Serviço de Propaganda. Ou seja, a Era de Ouro foi capitaneada através dessa rádio, tornando quase impossível a concorrência em pé de igualdade com quaisquer outras. Assim ela detinha todos os melhores talentos e recursos do país. Um cast imenso com os maiores atores, autores, cantores, apresentadores, jornalistas, músicos, maestros, produtores”, pontua Ferreira. Dessa maneira, segundo o radialista, a emissora surgiu como integradora nacional e mantenedora de um regime que durou 15 anos. Lembrando que estamos falando de um país continental em que as demais rádios eram locais, telefonia a longa distância quase impossível e caras demais, correios com dificuldade de acesso, poucas estradas e precárias, os jornais da capital (Rio de Janeiro) chegavam a determinados pontos com quase ummês de atraso. “Ou seja, coube ao rádio manter a integração e criar uma identidade nacional num país tão diverso e separado”, frisa.

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