REVISTA APPAI EDUCAR EDIÇÃO 140

Revista Appai Educar 5 Portanto, investir nesta etapa pode ser decisivo no presente e no futuro. As habilidades mais complexas podem ser aprimoradas nesse período e de forma colaborativa, tais como argumentar e criticar com embasamento e pesquisar de modo aprofundado e criterioso. Este processo deve ocorrer de forma prática, mas sistematizada e como intencionalidade, para trazer resultados eficazes à aprendizagem do indivíduo, que, por sua vez, é o centro de todo este processo. Ou seja, no desenvolvimento socioemocional, as aprendizagens são avaliadas por meio de evidências e não pela quantidade de erros e acertos em uma prova ou teste. Sendo assim, uma escola que conduz ações para a formação do aluno investindo em suas habilidades, competências cognitivas e socioemocionais desenvolve, consequentemente, a inteligência emocional daquele estudante. Tais competências podem ser trabalhadas a partir das atividades propostas no cotidiano, com olhar e intencionalidade formativos, e podem ser avaliadas por rubricas. O impacto da pandemia na saúde emocional dos alunos Em 1º de janeiro deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu a Síndrome de Burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, entre as doenças ocupacionais da Classificação Internacional de Doenças (CID). Nesse sentido, as mudanças trazidas pela pandemia de Covid-19, como o isolamento social e o subsequente trabalho remoto, aumentaram a carga de trabalho de diversos profissionais. Este contexto apenas reforça a importância da inteligência emocional para lidar commomentos de pressão e carga de trabalho multiplicada. Dessa forma, para prevenir este diagnóstico no futuro, as instituições de ensino devem cada vez mais se atentar às individualidades de cada aluno para entender o que ele precisa no momento, além de realizar iniciativas de acolhimento, como rodas de conversa, assembleias e grupos focais para fortalecer o apoio individual e coletivo. No mesmo sentido, incentivar a autoconsciência, resiliência e o cuidado consigo mesmo também constituem objetos de conhecimento que possibilitam o desenvolvimento de estratégias de proteção ou de enfrentamento a situações novas ou desafiadoras. Assim, uma instituição que se preocupa com a formação integral de seus alunos e prioriza o desenvolvimento da inteligência emocional para prepará-los para o atual e exigente mercado de trabalho deve considerar seis pontos importantes em sua metodologia de aprendizagem: autogestão, relacionamento interpessoal, autoconsciência, abertura ao novo, projeto de vida e consciência social. Ao estimular cada um desses aspectos durante todo o processo de formação educacional de um indivíduo, certamente garantirá no futuro um profissional capacitado não apenas técnica, mas também emocionalmente, em condição de perceber e responder às exigências atuais com sensibilidade e prontidão para fazer a diferença no mundo. *Camila Rossi é coordenadora pedagógica da rede de colégios Santa Marcelina, instituição que alia tradição a uma proposta educacional disruptiva e alinhada às principais tendências do mercado de educação.  Os conceitos e opiniões emitidos em artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

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