REVISTA APPAI EDUCAR- EDIÇÃO 135
45 Revista Appai Educar básica brasileira está mais do que estagnada, cla- mando mudanças, e que o Novo Ensino Médio pode Como a professora Eliane pontuou, todamu- dança tem seus pontos positivos e negativos. A doutora em Ciências Sociais Sara Zarucki chama atenção para algumas questões que atingem não somente os alunos, como toda a comunidade es- colar. “É o caso do aumento das horas dedicadas ao ensino, já que as quatro atuais passarão para cinco. No ditado popular já sabemos que “tempo não é qualidade”. O que precisa ser feito são incen- tivos para a comunidade escolar, uma melhora nas estruturas das escolas e a valorização dos professo- res. O aluno também precisa se sentir motivado e encontrar sentido para ir para a sala de aula”, expli- ca a especialista. O educador de Geografia Jefferson Bruce também ressalta que a proposta é muito pertinen- te, porém a aplicabilidade gera uma preocupação. Ele atua no Colégio Objetivo, em Camboinhas, Nite- rói. Lá são 3 turmas e 200 estudantes de Ensino Mé- dio. “Temos muitas lacunas, formação dos professo- res, defasagens dos alunos, limitações técnicas. Creio que em um futuro, não de curto, mas de médio e longo prazo, equacionando essas questões, podemos colher bons frutos. O olhar para o preparo emocional dos alunos já representa umavanço imediato, aome- nos nos grandes centros, na rede privada. O desafio maior da educação continua, levá-la a todos, torná-la de fato universal”, explica. Para a estudante Mylena Gusmão Andrade Dias, o Novo Ensino Médio terá muitos prós e con- tras. “Ele será muito significativo para aqueles que precisam decidir a sua vida logo após o ensino mé- dio e vai ajudar muito os alunos a entenderem e vi- veremumpouco da vida depois da escola. Mas tam- bém sei que pode ser ruim pelo motivo de quemui- tos optarão por não escolher matérias importantes para o desenvolvimento do raciocínio próprio. Acre- dito que disciplinas como história, geografia, filoso- fia e sociologia serão deixadas de lado, pois não são consideradas como primordiais para a formação, mesmo sendo muito importantes para a vida profissional e pessoal”, pondera a estudante do Colégio e Curso Daltro. A aluna do Lisam Rafaela Dias Vieira da Sil- va também tem esse pensamento. Ela conta que, à primeira vista, o Novo Ensino Médio é uma mara- vilha para o estudante, mas só se aprofundar num assunto pode ser um problema. “Os concursos não abordam só algumas matérias, eles cobram todas e isso pode dificultar a vida dos alunos. Não pode- mos focar apenas em algumas áreas, precisamos de todo o aprendizado possível para passar em al- gum concurso”, explica. Foco e dedicação serão fundamentais Toda mudança tem pontos positivos e negativos! ser o início dessa transformação para uma educa- ção pública de melhor qualidade sempre”, explica. Já a estudante Talita Pa- ranhos só enxerga coisa boa! Ela acredita que o Novo Ensino Médio foi muito bem pensado e elaborado, trazendo mudanças que elevarão o ensino. “Acredi- to que o fato de proporcionar o aprimoramento na área com a qual o aluno mais se identifica e gosta é uma boa estratégia para incentivar os estudantes a se manterem na escola e se dedica- rem mais, já que o foco será em disciplinas com as quais se tem afinidade. O que achei interes- sante e extremamente essencial foi o projeto de vida que auxiliará os jovens nas suas escolhas, para que as decisões sejam asserti- vas em sua totalidade. Causa- rá boas mudanças na vida dos estudantes e em suas carreiras profissionais”, garante a aluna do Pensi.
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