REVISTA APPAI EDUCAR- EDIÇÃO 135

27 Revista Appai Educar Quando o professor está informado sobre o assunto, é muito mais fácil conduzir o alu- no que precisa de ajuda. O co- nhecimento sobre essa questão só contribuirá para uma melhor observação da situação. Por isso, ao receber um estudante com diabetes é de extrema impor- tância que a equipe educacional conheça os fatores de risco e pre- venção sobre a doença. Muitas vezes os casos são relatados pe- los próprios pais, que por sinal são excelentes informantes por viverem a rotina diária. Mas há também contribuição de equipes de saúde da comunidade, além da área de nutrição responsável pela alimentação escolar. Atualmente, os diabéticos não têm, em ge- ral, muitas restrições alimentares. Um dos métodos utilizados para planejar a alimentação é a chamada Terapia de Contagem de Carboidratos, por meio da qual se contabilizam os gramas que serão consumi- dos nas refeições e se calcula a quantidade de insu- lina a ser aplicada após a pessoa ingerir a refeição. Algumas recomendações, entretanto, exis- tem. A alimentação deve ser saudável e regulada e devem-se evitar alimentos com alto teor de açú- car. Essa é uma indicação para todas as crianças e adolescentes, mas que no caso dos diabéticos tem importância fundamental. A orientação do Programa Nacional de Ali- mentação Escolar (Pnae) é que as especificidades alimentares de crianças e adolescentes com doen- ças crônicas, como diabetes, pressão e colesterol altos, sejam respeitadas. Entretanto, os sistemas escolares, tanto municipais quanto estaduais, têm autonomia definida por lei para operar suas redes de ensino, o que inclui a alimentação escolar. A maioria dos estados e municípios não dispõe de re- gulamentação nesse sentido. A cidade de São Paulo, por exemplo, tem um grande ponto positivo. A Lei nº 13.205, de 2001, obri- ga as escolas e creches municipais a manterem alimentação diferenciada aos diabéticos em sua É imprescindível ficar de olho: na hora do lanche merenda escolar. Existe também a Lei n° 13.285, de 2002, que cria o Programa de Prevenção ao Diabe- tes e à Anemia Infantil na Rede Municipal de Ensino. Entre outras disposições, o programa determina me- renda especial para alunos com diabetes e anemia. “Quando a criança apresenta qualquer res- trição alimentar, pedimos que os responsáveis en- caminhem para a escola um laudo médico ou de nutricionista contendo o diagnóstico da doença e qual a restrição. Nós, então, adaptamos o cardápio que já é servido na merenda”, explica a nutricionista do Setor de Cardápio do Departamento da Merenda Escolar da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, Helena Novaretti. Esse cuidado é para tentar minimizar as dife- renças entre a alimentação de umaluno comdieta es- pecial e aquela dos outrosmeninos emeninas. “Existe toda uma preocupação com a inclusão dessa criança na escola para que, mesmo coma restrição alimentar, ela participe daquele momento social sem se sentir diferente do grupo”, afirma a nutricionista.

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