REVISTA APPAI EDUCAR- EDIÇÃO 132

Revista Appai Educar 15 Metodologias ativas Por ser um desafio na educação, a volta ao modelo presencial ou híbrido e suas novas metodo- logias precisaramser repensadas e outras adaptadas para aquele novo momento, a fim de que as trilhas de aprendizado presencial se intensificassem. “Fi- zemos muitas dinâmicas que envolveram textos de Paulo Freire, Conceição Evaristo, músicas, dobradu- ras, poesias como as de Cecília Meireles, pintura etc. Tudo como estimulador das diferentes linguagens e sempre com alguma produção escrita individual ou coletivamente sobre seus processos e objetivos de estudos”, enfatiza Gisele lembrando que, dentro des- se novo caminhar, cada aluno construiu um caderno pessoal de sua trajetória com as atividades, os con- tos, as narrativas, dobraduras, desenhos utilizados durante todo o percurso. Ao ser questionada comoadministrouessa tran- sição híbrida do remoto à volta do presencial, a profes- soradisse ter sidoumagrande etapade reestruturação, pois, conforme os alunos compareciam à escola, iam sendo incentivados a entrar no grupo, visando o usoda ferramenta, contemplando dessa forma o ensino híbri- do solicitado, bem como o incentivo ao uso do recurso tecnológico como uma plataforma de apoio. Conceição Evaristo: um expoente da literatura Mesmo respondendo bem às metodologias e atividades pro- postas, todos tiveram que superar, vencer os obstáculos e desafios encontrados no desenvolvimento do projeto. Pois, segundo Gisele, a conjugação de diferentes formas de alfabetização, inclusive tecnoló- gica, foi o maior desafio do ensino naquele momento, principalmente no caso da turma de alfabetização de Jovens e Adultos, com diferen- tes faixas etárias e vivências. Com todo esse mosaico reunido, era preciso ter um ou mais elementos de ligação desses pontos. E a partir dos conceitos de alfa- betização propostos por Paulo Freire na EJA, o incentivo às narrativas discentes, também a obra de Conceição Evaristo, além do conceito de afetividade da autora Azoilda Loretto, a trajetória de Gisele somou-se a todos esses repertórios que perpassam as diferentes relações na es- cola pública cotidianamente. Dentrodesse grande painel de conhecimentos, ConceiçãoEvaristo foi ograndedisparador conceitual edeadmiração, uma vez queos alunos se apropriaram das suas próprias “escrevivências”. “Gostaram tanto dos contos da Conceição, como da sua história de vida quando foi apresenta- da. Até que no fim escrevemos uma carta para ela, contando um pouco da nossa trajetória”, revela a professora Gisele, ansiosa pela resposta da autora. Estamos na torcida!

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