REVISTA APPAI EDUCAR - EDIÇÃO 130

Revista Appai Educar 4 * Patrícia Andrade é doutoranda em Educação pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), pesquisadora do Lepedi (Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação, Diversidade e Inclusão) e professora de Educação Especial da Rede Municipal de Ensino de Duque de Caxias/RJ. Educação especial na perspectiva da educação inclusiva Opinião  Os conceitos e opiniões emitidos em artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores. Patrícia Andrade* De acordo com a Política Nacional de Educa- ção Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (2008), o público-alvo da Educação Especial no Brasil é composto pelos alunos com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades/superdotação. Nesse sentido, a escola não deve somente preo- cupar-se com a efetivação de matrículas desses estudantes. Apesar de isso ser importante, torna-se necessária a materialização de condições que aco- lham esse público na ambiência educacional. Para a superação das barreiras que dificultam o processo de escolarização dos estudantes per- tencentes à modalidade de Educação Especial, toda a comunidade escolar precisa se mobilizar visando ao acolhimento da diversidade estudantil, buscando práticas e atitudes mais justas, humanas e inclusivas. A escola contemporânea (inclusiva) demanda modificações em todo o seu sistema de ensino, por isso é necessário pensar no desenvolvimento da acessibilidade em seus vários níveis, como o curricular, o atitudinal, o físico, o arquitetônico e os didático-pedagógicos. Construções arquitetônicas adaptadas são sem dúvida indispensáveis para a ambiência educativa, porém é preciso haver outras mudanças significativas para a afirmação da escola democrática. Outro ponto fundamental para se destacar é que a inclusão em educação contempla a subje- tividade de cada estudante/sujeito, pois trata-se de um caminho onde concepções pautadas na homogeneidade do público estudantil dão lugar ao encanto da descoberta da pluralidade humana. O movimento político-pedagógico da inclusão em educação possui um papel revolucionário, que objetiva romper com raízes excludentes, nas quais se perpetuam atitudes e práticas que negam/di- ficultam a plena participação social dos sujeitos, sejam eles com deficiência ou não. A inclusão em educação não é mero modismo, visto que se fun- damenta em variados dispositivos legais, frutos de um movimento que possui um olhar que transcen- de a busca pelo direito de todos. A Educação Especial na concepção da Edu- cação Inclusiva deixa de ser um sistema paralelo de ensino, sendo uma modalidade que apresenta transversalidade desde a Educação Infantil até o Ensino Superior. Assim, reivindicar a inclusão dos estudantes público-alvo da educação especial, visando condi- ções específicas de acesso, permanência e suces - so escolar (que nada mais são do que seus direitos legais), significa possibilidade de celebrar escolas mais justas, humanas e solidárias.

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