REVISTA APPAI EDUCAR EDIÇÃO 127

Um direito com direitos invioláveis Para os especialistas, as constantes violações desses direitos criam nas crianças e jovens um desalento, um descrédito quanto a sua eficácia. De acordo com Priscila Cruz, os alunos, sobretudo os das comunidades, vivem a situação de perder garantias legais e sabem, sentem, o que é isso na pele. “Muitos são os pontos nos quais eles não são respeitados. Por isso é importante que conheçam os direitos humanos que devem ser preservados, para que compreendam formas e meios de lutar por eles”, afirma. Com mais de três décadas em sala de aula, o professor Araújo é categórico em afirmar que o que se escuta nas escolas, quando o assunto é direitos humanos, é o som da total desesperança na mu- dança. “Ouvimos crianças questionando a veraci- dade desses direitos por vivenciarem, em suas co- munidades, a presença diária do autoritarismo e do desrespeito por parte daqueles que, na vida real, deveriam prover as garantias e a segurança desses jovens e de suas famílias”, relata. Projetos que apontam para uma educação pautada em direitos Envolvidos e compromissados com uma educação que faça a diferença na vida dos seus alu - nos, os professores, gestores e atores desse cenário têm bus- cado novas metodologias para alcançar esse ideal de vivência paralelo a esses direitos. “É importante aproveitarmos datas e eventos importantes, como períodos eleitorais ou feriados comemorativos, para criar campanhas de conscien- tização, que podem ser feitas 1 3 Revista Appai Educar inclusive pelos próprios alunos, incentivando ainda mais para que eles aprendam na prática a importância disso. É necessário este tipo de ação, para, além de despertar este senso crítico, criar uma consciência do coletivo, mostrar a importância de cumprir os deveres e recolher os bene- fícios dos direitos. Dessa forma se poderia evitar muitos conflitos e problemas futuros que uma notícia falsa pode acarretar em sala de aula. Isso pode ser tra- balhado desde uma fofoca entre alunos sobre um coleguinha, até questões maiores, como as ligadas ao governo ou à saúde, aproveitando o momento atual de pandemia”, ressalta George. Dentro desse movimento a professora Priscila Cruz garante que um tripé se faz necessário neste processo de formação: alunos protagonistas, aprendi - zagem significativa e autonomia. “Se temos estudantes que leem, temos outros que questionam,

RkJQdWJsaXNoZXIy MTA5NTc=