100 anos do rádio no Brasil

Entenda como um dos principais meios de comunicação, que já teve sua extinção prevista, pode aprimorar os aspectos intelectual, afetivo, social, cultural e lúdico dos alunos


Um século de transmissões, informações, músicas, histórias e muito amor envolvido entre o rádio e seus milhares de ouvintes. Seja com seus radinhos de “pilha” ou a eletricidade, esse caminhar junto tem em seu enredo um roteiro que se confunde com a própria história de vida dos brasileiros. Independente do teor da informação, a “voz” do locutor, o atento ouvido do receptor aparecem sempre como as principais testemunhas de todos os fatos ao longo desses 100 anos.

Para retratar um pouco mais essa paixão, a Revista Appai Educar convidou alguns especialistas da área, radialistas, comunicólogos e, não podia faltar, é claro, ouvintes apaixonados por esse veículo a juntos celebrarmos e contarmos as histórias das emissoras pioneiras até os dias atuais, uma vez que falar do centenário do rádio no Brasil é relembrar a primeira transmissão histórica das comemorações da Independência, realizada pela rádio Sociedade em 1923. Enquanto essa emissora focava em um eixo educativo, com aulas de disciplinas escolares na programação, a Mayrink Veiga se dedicava ao chamado rádio espetáculo.

 

O rádio como apoio educativo

De acordo com um dos nossos convidados, o jornalista e radialista Luiz André Ferreira, a virada de chave revolucionou a transmissão radiofônica no Brasil, que num primeiro momento surgiu apenas para ter um viés instrutivo. “O rádio surgiu no modelo educativo, basta saber que esse era o lema de Roquette-Pinto. ‘Rádio – a escola de quem não tem escola’”, recorda Luiz André, acrescentando que ter uma emissora educativa fazia parte de um plano maior do que apenas entreter, mas, sobretudo, alfabetizar, letrar os muitos brasileiros basicamente semialfabetizados. “Pouquíssimas pessoas que sabiam ler. No entanto, como a tecnologia era nova e em pequena escala industrial no mundo, o aparelho era muito caro. Dessa forma só os muito ricos tinham acesso. E esses eram os únicos que já podiam também dispor do ensino.  Com o tempo, o Brasil rural começava a dar os passos da modernização perpassando ainda pelo período Vargas e a inspiração que adotou a partir da experiência alemã de controle através da comunicação. Sendo assim foram sendo permitidos os primeiros comerciais através de mudanças na legislação e incentivos para o desenvolvimento”, destaca Luiz André.

 

Surgem as emissoras comerciais

Como nos dias atuais, a evolução ou revolução, independente da área, não vem sem o maciço apoio das políticas públicas e privadas, e com o rádio não foi diferente. “Com a ascensão radiofônica, mesmo ainda em tímida escala de audiência, principalmente por parte dos menos favorecidos, surgem as emissoras comerciais, como a Mayrink Veiga, com programações mais populares. Ao mesmo tempo em que os aparelhos barateavam já dando acesso à classe média mais alta. Com o surgimento desses empreendimentos, fica impossível à pioneira Rádio Sociedade do Rio de Janeiro concorrer com as demais e manter seus custos. Roquette-Pinto, então, lhe entrega em doação para o Ministério da Educação e ela é rebatizada de Rádio MEC, que está no ar até hoje, uma das mais antigas do mundo em pleno funcionamento”, explica Ferreira.

A partir dos anos 1930, com a regulamentação da publicidade no Brasil, a rádio tornou-se, se não a referência, um dos veículos mais acessados pela comunicação publicitária. Contudo, a entrada da TV em nosso meio, nos lares, mudou o cenário do veículo, da mesma forma que, com a chegada da internet, transformaram-se os hábitos de consumo dos programas de televisão.

 

A chegada da TV na Era Rádio

Todavia sabemos que é difícil não haver essa comparação entre um veículo e outro, mesmo sabendo que cada um deles, embora sendo de comunicação de massa, tem suas peculiaridades e particularidades, isso sem falar no tipo de público. Porém, o que vale ressaltar é que a TV já surgiu comercial e em geral as emissoras apareciam como braços de rádios já consolidadas e de grande faturamento e audiência, como a Tupi, do pioneiro Assis Chateaubriand, e a Record, de São Paulo, conforme aponta Luiz André.

“Quanto ao surgimento da concorrência de outras mídias, o rádio é o mais ‘camaleão’. Se adaptou, se renovou e resistiu ao surgimento de todas as outras: foi assim com a chegada da TV, com a popularização dos discos e agora, quando todos pensavam que iria padecer com a internet, é dos tradicionais o que mais rápido se reposicionou, com as instalações de câmeras nos estúdios, desenvolvimento de sites corporativos complementares, oferecimento por streaming e principalmente os podcasts, que nada mais são do que produtos radiofônicos trabalhados em outro formato, mas com a linguagem e estrutura genuinamente do rádio”, argumenta.

 

A força do rádio enfatiza a identidade cultural

Os programas de auditório deram ao rádio, e a seus convidados, um status jamais visto em todo o meio comunicacional, que ia desde reforçar a identidade cultural de uma região até projetar e lançar artistas que fizeram sucesso mundo a fora, se consolidando como um dos maiores veículos de massa. Esse momento deu um grande protagonismo à chamada Era de Ouro do rádio no Brasil, com suas contribuições social, cultural e informativa, avalia Luiz André Ferreira.

“A Era de Ouro do Rádio só aconteceu naquele formato pelo incentivo e interesse do governo Vargas em desenvolvimento e na integração do país. O poder público não agiu apenas como regulador ou incentivador. Botou a mão na massa! O presidente encampou uma emissora privada, a Nacional, e investiu nela toda a força do Serviço de Propaganda. Ou seja, a Era de Ouro foi capitaneada através dessa rádio, tornando quase impossível a concorrência em pé de igualdade com quaisquer outras. Assim ela detinha todos os melhores talentos e recursos do país. Um cast imenso com os maiores atores, autores, cantores, apresentadores, jornalistas, músicos, maestros, produtores”, pontua Ferreira.

Dessa maneira, segundo o radialista, a emissora surgiu como integradora nacional e mantenedora de um regime que durou 15 anos. Lembrando que estamos falando de um país continental em que as demais rádios eram locais, telefonia a longa distância quase impossível e caras demais, correios com dificuldade de acesso, poucas estradas e precárias, os jornais da capital (Rio de Janeiro) chegavam a determinados pontos com quase um mês de atraso. “Ou seja, coube ao rádio manter a integração e criar uma identidade nacional num país tão diverso e separado”, frisa.

 

Era de Ouro do rádio

A chegada da Rádio Nacional abriu caminho para o início da Era de Ouro no Brasil, com a criação de novos programas e produtos inovadores como as radionovelas (com destaque de sucesso para “O direito de nascer”) e o Repórter Esso, principal radiojornal do país, e a liderança de audiência nesse período. Todo esse movimento teve uma grande representatividade para a história da comunicação brasileira. “Esse tripé popularizado e implantado pela Nacional na chamada Era de Ouro não só ditou a programação das concorrentes, mas a de toda a comunicação de massa até hoje. Os formatos e modelos dos 5 eixos da programação em todo o país são o que rege até hoje a grade da televisão e também influencia os formatos das lives da internet, tais como os programas de auditório, música, dramaturgia, jornalismo e transmissão esportiva”, esclarece o jornalista Luiz André Ferreira.

 

Radionovelas continuam inspirando

Engana-se quem acha que elas são coisas do passado. Na era dos podcasts, ressuscitaram e passaram por um processo de modernização. Inspirados em radionovelas, os alunos da 5ª série da Escola La Fontaine, localizada em Jundiaí-SP, realizam suas próprias produções. De acordo com Giba Pedroza, educador e contador de histórias, “a turma se envolve com a escolha e adaptação de textos clássicos da literatura infantil e juvenil, que são divididos em quatro capítulos nas ‘radionovelinhas’. Com a criação e produção, alunos ainda aprimoram vocabulário, escrita e desenvolvem organização”, diz o professor.

Segundo a docente de Língua Portuguesa Maria Ângela Biazin, uma das coordenadoras do projeto, “a radionovela proporciona uma aula diferente e desperta nos alunos o gosto pela leitura, que abre porta para tudo, ao trabalharem o entendimento de texto, a ortografia e a oralidade”.

A aluna Maria Fernanda, de 10 anos, que é uma das narradoras, corrobora a opinião da educadora. “Meu vocabulário está aumentando, eu estou aprendendo novas palavras. Tenho de saber falar corretamente”. Já a roteirista Eduarda, que tem a mesma idade, reforça que criar as falas das personagens é algo diferente do que faz no dia a dia da escola e que isso a estimula a escrever melhor.

Giba também acredita nas radionovelinhas como ferramenta educativa. “Eu fiquei muito feliz porque o rádio é um instrumento educacional muito forte, que estimula a imaginação”, afirma. Durante o ensaio, isso pode ser comprovado. O aluno Rafael se transforma em um gigante loiro de cerca de seis metros de altura e olhos azuis, na trama em que é um dos atores.

Maria Ângela Biazin também cita a criatividade e a organização como benefícios que a prática traz para os alunos e ressalta que isso se reflete nas demais atividades na escola. “Na classe, precisamos de muita criatividade em todos os momentos, não só na aula de português. Já a organização traz disciplina à turma”. E conclui: “Eles gostam muito (das aulas de rádio) porque sai do natural. Para os estudantes, escola é carteira e lousa. De repente, eles estão fazendo um trabalho em que demonstram toda a potencialidade que têm”.

 

Já os alunos da escola Elite, no Rio de Janeiro, desenvolvem o projeto conhecido como Palco Elite, que tem como propósito desenvolver os aspectos intelectual, afetivo, social, cultural e lúdico, além de preparar os jovens para o mercado de trabalho e para o empreendedorismo. Na visão da coordenadora do Ensino Fundamental, anos finais da instituição, Luiza Itabayana, a produção das radionovelas, em um formato repaginado, trouxe ferramentas tecnológicas que são associadas a um tipo de comunicação consolidada na pandemia: os podcasts.

Mesmo com a mudança de formato, os alunos ainda trabalham pontos importantes, como produção, edição e sonoplastia e, mesmo sem a proximidade física, desenvolvem o espírito de equipe – algo fundamental não só na fase estudantil, mas também na vida adulta. “Foi uma adaptação ao momento que estamos vivendo. Um ajuste que traz tecnologia através das radionovelas, que voltaram por meio dos podcasts de uma forma moderna. Esse modelo nos permitiu não perder a essência da proatividade, do protagonismo e do desenvolvimento de múltiplas habilidades dos estudantes. Eles desenvolveram a oratória, realizaram pesquisas históricas e produziram as sonoplastias”, explica Luiza.

Carlos Magno, coordenador e professor do projeto, diz que em um primeiro momento foi desafiador motivar os alunos. “A ideia dos podcasts tem um vínculo muito próximo com a realidade atual dos estudantes. Quando se perceberam inseridos em tudo que está acontecendo no momento, sobretudo com artistas, jornalistas, enfim, grandes personalidades adotando o modelo, os jovens viram o quão grande pode se tornar esse formato de comunicação. Aí, efetivamente, conseguimos trazê-los para esse mundo onde atuaram com afinco”, conclui.

O professor conta que o formato de 2021 trouxe gratas surpresas. “Descobrimos grandes potencialidades em alunos que não tinham uma participação tão efetiva no dia a dia, mas que se mostraram excelentes sob o ponto de vista técnico. Outro ponto marcante foi a dicotomia. Enquanto algumas turmas optaram pela tecnologia, com toques digitalizados, outras buscaram o tradicional, produzindo os próprios efeitos sonoros, e os resultados também ficaram muito bons. Eles puderam trabalhar a autoanálise. Nesse formato você faz e ouve. Ou seja, os alunos adquiriram uma percepção de autocrítica”.

 

De escritores para atores de programa de rádio

A Escola Municipal José de Alencar, localizada em Laranjeiras, também já desenvolveu um projeto sobre o rádio. Idealizado pelas professoras de Artes Cênicas, Célia Damiana, e de Língua Portuguesa, Isabela Gouvêa, os alunos desenvolveram e escreveram novos finais para as fábulas “A cigarra e a formiga”, “A coruja e a águia” e “O velho, o menino e o burro”. Além disso, fizeram desenhos, ilustraram as novas histórias e criaram uma fotonovela. E todo esse material se transformou em um livro.

A partir dessa primeira etapa do projeto, por que não investir em um programa de rádio, permitindo que os alunos se tornassem narradores e atores das próprias histórias que escreveram? “É uma outra mídia, trabalha com a entonação e com os distintos gêneros textuais, além de mostrar que a narrativa do rádio é diferente daquela que você redige para o livro”, comenta a professora Isabela Gouvêa.

Esse novo desafio foi uma oportunidade de os estudantes trabalharem os seus recursos vocais, através de interpretação, dramatização e percepção. A docente de Artes Cênicas ensinou a eles o que era um texto radiofônico. O principal objetivo desse projeto foi trabalhar a autoestima, a valorização, a organização, a independência e principalmente a confiança. “Cada aluno é capaz, porém muitos não sabem usar isso a seu favor. E cabe a nós com o trabalho pedagógico mostrar-lhes a importância que têm e, acima de tudo, que devem acreditar em si próprios”, afirma Damiana.

O programa foi gravado no estúdio da Amarc Brasil (Associação Mundial de Rádios Comunitárias). Os alunos escreveram as histórias radiofônicas, e a ida ao local foi importante para que eles conhecessem de perto o espaço dedicado às ondas de rádio. A professora Damiana festejou o fato de conseguir que os estudantes tivessem uma experiência e vivência na prática. As educadoras contam que os alunos ficaram maravilhados com o resultado do trabalho e tiveram uma melhora considerável tanto no desempenho da escrita como na leitura.

 

Como trabalhar o tema nas escolas?

O rádio pode ser empregado em sala de aula para exercitar a imaginação, a produção textual e até a improvisação ao vivo. Uma rádio escola, por exemplo, pode servir como um canal de diálogo entre os estudantes, a direção escolar e os professores, visando a interdisciplinaridade e o despertar de aptidões. Além de músicas para entretenimento durante os intervalos, ela pode servir para transmitir recados entre os alunos e abordar temas importantes que poderão servir de diálogos em sala de aula.

 

RÁDIO NA ESCOLA

Séries envolvidas: do Ensino Infantil ao Médio.

Material necessário: um computador ou notebook, um ou dois microfones, caixas de som, amplificador (opcional), mesa de som estéreo, softwares de edição de áudio e programação (existem alguns gratuitos, como o Audacity e o ZaraRadio) e painéis de espuma para isolamento acústico do estúdio.

Desenvolvimento
1ª etapa: definição das diretrizes
Organize uma reunião com a equipe gestora e com os professores para discutir a iniciativa e decidir pontos importantes, como o público a que o projeto se destina, se os programas serão transmitidos apenas internamente, por meio do sistema de som da escola, ou também no site ou rede social. Nesse caso, é possível atingir toda a comunidade, a interna e a externa.

2ª etapa: escolha do coordenador
Convide o docente mais interessado no projeto ou aquele com conhecimento sobre o veículo para ser o coordenador. Ele precisa ter disponibilidade no contraturno para orientar a produção – por isso, é melhor ser um docente com jornada integral –, organizar as reuniões de pauta, dividir as tarefas entre os grupos, colocar o programa no ar e avaliar o trabalho dos alunos. Aproveite essa etapa para definir com ele a duração, o horário e a frequência dos programas.

3ª etapa: levantamento da infraestrutura
É possível utilizar equipamentos de que a escola já dispõe, como caixas de som, computador e microfone. Os outros deverão ser comprados ou pedidos em doação. O aconselhável é reservar uma sala exclusiva para o estúdio, com bom isolamento acústico. Se ela estiver próxima de outros ambientes, a orientação é revestir as paredes com placas de espuma.

4ª etapa: equipe e conteúdos
Convide todos os estudantes para participar do projeto, porém a adesão deve ser opcional. Para que os filhos possam comparecer à escola no contraturno, peça autorização dos pais por escrito – e aproveite para convidá-los a participar da iniciativa, enviando propostas de pauta. Convoque a comunidade para sugerir o nome da emissora e faça uma votação. Caso a opção seja por tratar de temas relacionados a conteúdos disciplinares, envolva o coordenador pedagógico e os demais professores no projeto. Eles orientarão sobre os assuntos a serem pesquisados e a melhor forma de fazer isso.

5ª etapa: divulgação
É importante manter a regularidade das transmissões para fazer uma divulgação efetiva da iniciativa. Para isso, utilize as reuniões e os eventos da escola, a imprensa local e o mural de instituições parceiras.

Avaliação
Com o professor responsável, faça periodicamente um balanço do desempenho dos alunos. Observe se eles desenvolveram habilidades em pesquisa, produção de texto para rádio e trabalho em equipe. É interessante pedir sugestões e críticas à comunidade para aprimorar a atividade.

Fonte: Nova Escola

O professor também pode propor aos estudantes que busquem conteúdos sobre pautas de temas específicos, como o bullying e o meio ambiente, ou ainda entrevistas com convidados especiais, que podem ser um autor de livro, um ex-aluno ou alguém que tenha relação com o conteúdo estudado. A partir daí os estudantes podem ser divididos em grupos para pesquisar, escrever o roteiro e depois gravar o programa de rádio. Você também pode utilizar recursos do próprio celular, como aplicativos de mensagens, ou disponibilizar em uma plataforma digital da escola.

 

Produzir e compartilhar conteúdo pedagógico com smartphone

 

E por falar em aplicativos de mensagens, eles podem ser uma ótima ferramenta para produzir e compartilhar programas de rádio em meios digitais. O maior benefício ao trabalhar com esse recurso na educação é a experiência que o aluno já possui com o podcast. Eles sabem como usar os serviços de streaming de áudio e estão o tempo todo conectados. Hoje a vida das pessoas é influenciada pelos memes, pelas redes sociais, pelo conteúdo dinâmico e de fácil acesso. Por isso faz sentido o uso desse recurso para lecionar, porque ele mobiliza afetos e faz parte da vida dos estudantes.

Além disso, o áudio é uma oportunidade de exercitar a fantasia, a imaginação, a criatividade, sem a necessidade de expor sua imagem. Para muitos alunos, isso faz toda a diferença e oferece ao professor uma ferramenta para incentivá-los a dar os primeiros passos em ações de autoconhecimento. Por meio da gravação e audição de conteúdo, o educador dá voz aos discentes, promovendo autonomia e enriquecendo a aprendizagem.

O professor Olavo Vitorino, que leciona para o Ensino Fundamental II de uma escola da rede privada de Natal/RN, teve a iniciativa de criar o podcast “Geografia em Rede”, em que esclarece dúvidas de seus alunos e traz complementos e curiosidades a partir do que foi discutido numa aula. “O áudio é muito didático, simples e direto. Por meio dele podemos fazer breves explicações e temos a rapidez de poder compartilhá-lo pelo aplicativo de mensagens”, ratifica o educador.

Para o alunado, fazer com as próprias mãos o podcast é uma oportunidade de promover produções autorais e de experimentar outra linguagem. “Eles trabalham a articulação e a desinibição, também aprendem a expor uma ideia e argumentar, desenvolvendo o pensamento crítico”, esclarece Olavo. Para compartilhar a produção no aplicativo, é preciso estar atento à duração do conteúdo, pois, ao produzir áudios de até 5 minutos, eles também exercitam a capacidade de síntese e a objetividade.

Já em relação aos formatos, as opções são as mais variadas. De acordo com o docente, é possível organizar um podcast narrativo de ficção, uma entrevista com alguém ou apenas uma apresentação de um tema feita pelo narrador. Em toda forma, é imprescindível prestar atenção aos elementos do gênero: a formalidade/informalidade do apresentador, as modulações na voz, os efeitos sonoros, a música de fundo e assim por diante. “O professor também pode sugerir um tema ou fazer uma pergunta, e cada um dos estudantes tem que responder ou abordar por um viés. Depois, ele compartilha seu trecho no grupo e o docente pode compilar todos em um único áudio, com esse material ficando disponível para os alunos estudarem a matéria”, preconiza Olavo.

Envie o seu projeto!

E você, professor, já utilizou o tema em sala aula? Conte para a equipe da Revista Appai Educar como foi, enviando um e-mail para redação@appai.org.br. Vamos adorar conhecer mais sobre o projeto que desenvolve!


Por Antônia Lúcia, Jéssica Almeida e Richard Günter
Luiz André Ferreira é jornalista, radialista, professor e mestre em Educação Sustentável.
Fotos: Banco de imagens gratuitas do Freepik.


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